Nelber Rogério Cavazzini, profissional da Química e integrante da Comissão Técnica de Alimentos e Bebidas do Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV – São Paulo) defendeu que os profissionais que atuam no setor devem ter claros os desafios que a responsabilidade técnica nas cervejarias impõe. E reforçou que é preciso desmistificar a atuação dos agentes fiscais, nem sempre vistos como algo positivo.

“Como foi falado anteriormente, o papel do fiscal não tem intuito nenhum de prejudicar qualquer empresa, mas sim de orientar e ajudar, principalmente os responsáveis técnicos. O CRQ IV, aqui de São Paulo, desenvolve cursos de preparação para eles, ensinando as implicações e também o que precisa ser observado”, afirmou.

Já Gilberto Tarantino, presidente da Associação Brasileira da Cerveja Artesanal (Abracerva), diz que a presença dos profissionais da Química no mercado de produção de bebidas é fundamental – principalmente no desenvolvimento de produtos diferenciados e na inovação.

“Eu trouxe uma marca chamada Mikkeller pro Brasil, que sempre esteve à frente do nosso tempo. O fundador, o Mikkel Borg, iniciou o que a gente chama hoje de cervejeiro cigano. Ele sempre teve esse conceito de não ter fábrica própria, mas terceirizado. E ele era professor de química, isso 20 anos atrás. E ele tinha um grupo de alunos mais próximo que, fora do período da escola, reunia essa galera para ensinar a fazer cerveja com química, com os ensinamentos que a química entrega. Ele virou um ícone, é um ícone até hoje”, contou Tarantino.

Ele prosseguiu:

“A gente tem um monte de cervejeiro muito bom, que são químicos, e esta é uma oportunidade de comunicação, uma parceria maior entre a Abracerva e o Conselho Federal de Química, o Conselho Regional de Química. Acho que a gente tem um belo caminho pela frente, tanto do lado institucional, como do lado de geração de empregos e de negócios”, destacou.

A terceira palestrante foi a profissional da Química e influenciadora do mercado de cervejas Gabriela Lando. Ela fez um discurso bastante tocante, remetendo ao juramento do químico e a importância de sua atividade dentro do chão de fábrica.

“É o profissional que carrega o nome daquela empresa.  Se acontece alguma coisa errada, como a gente já sabe, é o responsável técnico. Então, não é para ver o profissional da Química como inimigo, muito pelo contrário, somos amigos do produto, amigos do processo, amigos da segurança, tanto física, quanto dos funcionários e dos consumidores. Aí eu venho trazer o meu juramento de formatura, eu tive que anotar. Esse é o juramento da química do Rio Grande do Sul, provavelmente seja um pouquinho diferente de região para região, mas é: ‘prometo, no exercício da minha profissão, cumprir fielmente os deveres da honra, da ciência e da educação. Usar a tecnologia em benefício da humanidade e respeitar a vida acima de tudo’”, salientou.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/encontro-selvagem-responsaveis-tecnicos-e-o-peso-da-quimica-na-industria-sao-destaques-na-primeira-palestra-em-sao-paulo/