O primeiro a tomar a palavra na reunião foi o presidente do Conselho Federal de Química (CFQ), José de Ribamar Oliveira Filho. Ele fez uma breve explanação sobre a organização do Sistema CFQ/CRQs e evidenciou a disposição do conselho profissional em colaborar com a sociedade nos temas em que a Química se faz relevante. Sobre a transição da matriz energética, o presidente afirmou:

“A Química é o meio e a solução para os debates relacionados à transição da matriz energética. Defendemos o programa nacional de Hidrogênio como passo importante para o desenvolvimento de um mercado competitivo de hidrogênio sustentável no Brasil e que coloque o país entre os protagonistas dessa tecnologia na geopolítica mundial”, disse Oliveira Filho.

Em seguida, foi a vez da presidente do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Química (IdQ) e da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA), Juliana Marra. Ela tratou da parceria institucional entre a ABIPLA e CFQ, uma relação consolidada desde o princípio da pandemia da Covid-19.

“O que tenho aqui para falar sobre a  riqueza dessa parceria, especialmente do que a gente vem fazendo nesses últimos anos com o CFQ, vem dessa aproximação muito interessante, justamente para fortalecer a cadeia produtiva. A deputada (Erika Kokay) comentava agora sobre a importância da cadeia. Quando nós decidimos instituir o IDQ, que é um instituto recente, foi por qual razão? Nós temos hoje, e muitos de vocês conhecem, várias associações. E todas elas são abrangidas pelo Sistema CFQ/CRQs”, salientou Juliana.

O gerente de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), Marcelo Pimentel, fez uma apresentação sobre as potencialidades e fragilidades da indústria química do país. Ele destacou as parcerias que ABIQUIM e CFQ desenvolvem, especialmente no âmbito das relações institucionais e governamentais.

“A indústria química brasileira vive um momento muito desafiador, com a entrada de produtos químicos vindos da Ásia por valores abaixo dos nossos custos de produção, inundando nosso mercado de maneira artificial. O mundo todo teve reação rápida a isso”, destacou Pimentel.

O coordenador do Comitê de Relações Institucionais e Governamentais do CFQ (CRIG) e presidente do Conselho Regional de Química da 14ª Região (CRQ XIV – Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima), Gilson da Costa Mascarenhas, fez uma apresentação sobre a Agenda Legislativa 2023 do Sistema CFQ/CRQs e os projetos preferenciais sob atenção da Química no Congresso Nacional – c0m foco especial àqueles que tratam de geração de energia.

“Temos o PL 725/22, que trata do hidrogênio como fonte de energia para o Brasil, que já teve parecer favorável na Comissão de Meio Ambiente do Senado, temos o PL 1878/22, de hidrogênio verde, que aguarda parecer do relator na Comissão Especial de Hidrogênio Sustentável, do Senado… Enfim, são vários os projetos que estamos acompanhando”, citou Mascarenhas, ao enumerar instituições que se relacionam com o CFQ em suas relações prioritárias.

Presente à audiência, o deputado federal Eduardo Veloso (União-AC), médico de formação, destacou o papel da Química na elaboração das soluções que a Amazônia, região da qual é originário, precisa para alcançar o desenvolvimento sem perder de vista a sustentabilidade.

“Vocês, que são profissionais da Química, estão totalmente em pauta no momento. No mundo inteiro fala-se em sustentabilidade, fala-se em como melhorar a qualidade daquilo que comemos, de tudo aquilo que depende de transformação mediante processos químicos. E é de vocês que nós, população, esperamos uma resposta”, afirmou.

O presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região (CRQ XXI – Espírito Santo), Alexandre Vaz Castro, destacou a capacidade de o Congresso, sensível às demandas da sociedade, colaborar na construção de matrizes energéticas mais adequadas à realidade mundial.

“Venho acompanhando essa pauta já há uns 12 anos, e realmente hoje eu vejo que parece que todo mundo virou a chavezinha e entendeu o tamanho do desafio. E, por conta disso, um dos fatores que está mais em voga para ajudar a questão da transição energética – aí vem o tema de hoje da nossa audiência pública – é a Química, o hidrogênio. Na Agenda Legislativa apontamos todo o cenário que já tramita aqui na Casa Legislativa do povo, os projetos relacionados que nós entendemos como prioritários, voltados ao hidrogênio. Agora, o que nos preocupa é de que maneira toda essa questão vai ser desenvolvida e por quem, por isso viemos aqui falar da importância do profissional da Química”, concluiu.

Erika fez o fechamento da audiência pública citando o trabalho dos profissionais e a relevância da Química para o Brasil. A parlamentar acredita que é preciso ampliar a visibilidade desse segmento.

“Vocês falaram em vários momentos que era preciso romper a invisibilização, do que os profissionais da Química representam. Vamos ter uma transversalidade absolutamente concreta, pois não se pode falar em desenvolvimento industrial sem falar da Química, não se pode falar em saúde sem falar da Química. Aqui já foi dito que os heróis e heroínas na pandemia, que a nós se apresentaram, foram os profissionais em sua dedicação”, concluiu a deputada.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/audiencia-publica-no-congresso-poe-sistema-cfq-crqs-no-centro-do-debate-sobre-a-matriz-energetica-do-futuro/