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Seminário destaca desafios e oportunidades para produção de Hidrogênio Sustentável no Brasil

Representantes do setor Químico, parlamentares e autoridades governamentais reuniram-se, na manhã dessa quarta-feira (22), no Seminário “A Produção de Hidrogênio Sustentável no Brasil”, promovido pela Frente Parlamentar da Química (FPQ)), juntamente com o Conselho Federal de Química (CFQ) e o Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química (IdQ), na Câmara dos Deputados.

Durante o evento, o presidente da FPQ, deputado federal Afonso Motta (PDT), sublinhou a relevância estratégica do tema, ressaltando a necessidade de uma regulamentação e mobilização do Estado brasileiro. “É um desafio significativo para o nosso país e para nós, que temos a responsabilidade de contribuir com a regulação da produção do hidrogênio sustentável, promover seu uso eficaz “, afirmou.

Descarbonização industrial

O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos, destacou a centralidade do hidrogênio na descarbonização industrial. Ele evidenciou a importância de políticas públicas que priorizem o uso do hidrogênio nacionalmente e fomentem a pesquisa e desenvolvimento. “Investir em pesquisa é a chave para a transição sustentável impulsionada pelo hidrogênio. Este não é apenas um aspecto relacionado à eletricidade ou consumo energético, mas é essencial para a produção de químicos em diversos setores”, pontuou.

Representando o presidente do CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho, na mesa de honra de abertura do evento, o presidente do Conselho Regional de Química da 14ª Região (CRQ- XIV), Gilson Mascarenhas, destacou a visão do Sistema CFQ/CRQS. “O Conselho Federal de Química se sente honrado em fazer parte desse novo desenvolvimento, reconhecendo que a mão de obra para isso vem dos Profissionais da Química”, disse Mascarenhas.

Para o deputado Reimont Luiz (PT) a discussão sobre o hidrogênio é uma pauta relevante no CFQ e que precisa ter o mesmo significado na Câmara dos Deputados, uma vez que o avanço do tema é crucial para o desenvolvimento econômico e social do país. “O Brasil tem uma grande oportunidade de mostrar ao mundo que é possível descarbonizar, reindustrializar e que todo esse processo pode ocorrer no âmbito do desenvolvimento econômico, ambiental, social e cultural”, enfatizou Reimont.

Em seu discurso, o deputado federal Kiko Celeguim (PT) abordou a diversidade de recursos brasileiros como oportunidade para contribuir para a geração de uma energia limpa. “Para o país, é uma grande oportunidade devido ao tamanho do território e à abundância de recursos naturais, o que nos permite considerar qualquer perspectiva de geração de energia limpa”, declarou.

Química verde
Na ocasião, o deputado federal Vitor Lippi (PSDB) realçou a importância do debate sobre o hidrogênio verde para o desenvolvimento do país e para obter vantagens competitivas. “Essa agenda do hidrogênio verde é fantástica, e não se trata apenas de energia, mas também de Química Verde. O Brasil pode se tornar um grande exemplo mundial da Química Verde”, apontou.

O deputado federal Bohn Gass (PT) também reforçou a necessidade de uma indústria mais verde, destacando três eixos fundamentais: desenvolvimento econômico, qualidade de renda e trabalho, e a reconstrução do Estado brasileiro. “Não precisamos apenas reindustrializar, mas, sim, criar uma indústria mais verde, mais descarbonizada, equilibrando o desenvolvimento com o meio ambiente”, informou.

Desenvolvimento regional
Já o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT) acrescentou sobre o desenvolvimento desse trabalho em conjunto na pauta local. “Precisamos trabalhar juntos para não perdemos oportunidades extraordinárias de agregar renda, emprego e tecnologia nacional”, detalhou.

Por último, Merlong Solano (PT) destacou a descarbonização da economia e o desenvolvimento das diversas regiões brasileiras. “Vejo no hidrogênio verde uma vantagem gigantesca para descarbonizar a economia e também para proporcionar mais oportunidades às regiões que estão praticamente defasadas em termos de desenvolvimento social e econômico”, pontuou.

Desafios logísticos e potencial nacional
Gustavo Fontenele, representante da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), enfatizou a importância de viabilizar os processos de descarbonização dos setores industriais. Segundo Fontenele, “o hidrogênio precisa gerar valor para o nosso país e ser uma alavanca para a neoindustrialização, contribuindo para o papel do Brasil como potência ambiental”, ressaltou.

Nelri Ferreira Leite, engenheiro químico da Eletronuclear, compartilhou avanços na produção de hidrogênio a partir da eletrolise direta da água do mar em Angra dos Reis (RJ). “Esse projeto é um marco de sucesso com mais de 25 anos sem impactos ambientais. Isso não apenas destaca a viabilidade técnica, mas também evidencia a sustentabilidade ambiental dessa abordagem”, lembrou.

Paulo Emílio, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), trouxe informações sobre o Projeto Nacional do Hidrogênio e destacou melhorias regulatórias e normativas no país. “O Programa Nacional do Hidrogênio abrange fortalecimento de bases tecnológicas, capacitação de recursos humanos e planejamento energético crucial para avaliar o potencial brasileiro nessa área. O arcabouço legal está em evolução, com um novo projeto de lei que cria um sistema brasileiro de certificação para o hidrogênio”, declarou.

Perspectivas para o futuro
Ao falar em nome do Sistema CFQ/CRQs, Alexandre Vaz Castro, presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região (CRQ XXI), apontou para a participação ativa do Conselho nas discussões sobre transição energética. Ele ressaltou a necessidade de políticas que incentivem a permanência da mão de obra qualificada no Brasil.

“O desenvolvimento do hidrogênio no Brasil não é uma questão nova, mas agora tornou-se vital para a preservação de nossa espécie. Destaco a importância de focar nas capacitações dos Profissionais da Química. Com um corpo técnico excelente, o Brasil tem potencial para liderar na produção de hidrogênio sustentável. No entanto, a preocupação reside na possibilidade dessa mão de obra valiosa migrar para o exterior. É fundamental implementar políticas de valorização e manutenção desses profissionais no país”, concluiu.

No encerramento do seminário, a presidente do IdQ, Juliana Marra, trouxe considerações importantes presentes no Manifesto do IdQ sobre o Hidrogênio Sustentável, que será publicado em breve. Marra destacou a importância de políticas que incentivem a pesquisa, o desenvolvimento e retenção de talentos no país, além de ressaltar a necessidade de escolhas estratégicas para a inserção do Brasil na economia do hidrogênio.

Além dos parlamentares presentes, também participaram do evento conselheiros federais de Química, presidentes dos Conselhos Regionais de Química, membros do Comitê de Relações Institucionais e Governamentais (CRIG) do CFQ e demais representantes do setor Químico.

Confira todas as fotos do evento no Flickr do CFQ???????

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/19583-2/

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