Em 121 anos, mais de 900 pessoas receberam o prestigioso prêmio Nobel por suas valiosas contribuições à ciência, à literatura e à paz.
Vencê-lo é uma façanha. O processo é complexo: os candidatos são indicados por comitês selecionados e há muita reserva durante as etapas de decisão, que levam vários meses.
Por isso é surpreendente descobrir que alguém pode passar por todos essas etapas e ganhar o Nobel mais de uma vez — mas já aconteceu.
O caso mais recente ocorreu esta semana, quando foi anunciado que o americano Barry Sharpless foi agraciado novamente com o Nobel de química por sua contribuição à química bio-ortogonal e à chamada química do clique. Sharpless havia recebido o prêmio pela primeira vez em 2001.
Contamos aqui brevemente as histórias de cinco cientistas que já receberam o prêmio Nobel duas vezes.
A única mulher da lista, Marie Curie foi a primeira pessoa a receber dois prêmios Nobel e a primeira mulher a ser laureada com ele.
Em 1903, ela recebeu junto a Antoine Henri Becquerel e Pierre Curie o Nobel de Física por investigações acerca da radiação. Oito anos depois, em 1911, ela recebeu o Nobel de Química pelo descobrimento e estudo dos elementos rádio e polônio.
Curie nasceu na Polônia, mas fez sua vida acadêmica na França. Seu marido Pierre Curie e sua filha Irene também ganharam um prêmio Nobel.
Bardeen foi um físico e engenheiro americano que trabalhou na universidade de Illinois. Ele é o único cientista a ter ganhado duas vezes o Nobel de Física.
O primeiro foi conquistado em 1956, ao lado de William B. Shockley e Walter H. Brattain, pela contribuição na invenção do transistor, um amplificador de semicondutores que revolucionou o rádio e a telefonia, permitindo a amplificação de sinais elétricos.
O segundo Nobel veio 16 anos depois, em 1972, juntamente com Leon Neil Cooper e John Robert Schrieffer, pelo desenvolvimento da teoria quântica da supercondutividade, também conhecida como BCS.
Bardeen morreu em 1991, aos 83 anos.
O ativista e químico americano Linus Carl Pauling ganhou o Nobel em duas categorias diferentes.
O primeiro foi de Química, em 1954, por sua pesquisa sobre as ligações químicas. Pauling foi um dos pioneiros no uso da mecânica quântica para entender e descrever como os átomos se unem para formar moléculas.
O segundo foi o Nobel da Paz, em 1962, pela luta contra a corrida armamentista nuclear entre Oriente e Ocidente. O americano recebeu este prêmio oficialmente no ano seguinte, em 1963.
Pauling morreu quase duas décadas depois, aos 93 anos.
Sanger foi um bioquímico inglês que estudou na Universidade de Cambridge.
Em 1958, ele recebeu o primeiro Nobel de Química por seu trabalho sobre a estrutura das proteínas, especialmente a da insulina.
Vinte e um anos depois, em 1980, ele ganhou seu segundo Nobel de Química, junto com Paul Berg e Walter Gilbert, pelo desenvolvimento de uma técnica de sequenciamento do DNA que é usada ainda hoje.
Sanger morreu em 2013, aos 95 anos.
Karl Barry Sharpless, de 81 anos, é um químico americano que desenvolveu seu trabalho com uma abordagem "criativa" da ciência, chegando à "química do clique".
Sharpless, que atualmente é professor do instituto Scripps, baseou seu trabalho na teorização e execução de métodos para as moléculas se ligarem umas às outras. Ele mesmo chamou esse processo de "química do clique", no qual uma molécula, por meio de um processo de catalisação, pode se unir a outra. Chega-se à junção de elementos que antes eram muito difíceis de unir.
O cientista recebeu o Nobel de Química de 2001 por esta teoria. Este ano, ele recebeu novamente o prêmio porque grupos separados de cientistas — um liderado pelo próprio Sharpless — conseguiram demonstrar a eficácia da teoria proposta há 21 anos.
Desta forma, ele se tornou o segundo cientista, junto com Frederik Sanger, a receber duas vezes o Nobel de Química.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-63210243
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