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CLAQ 2022: Pesquisador alerta para emissão de gases no planeta e Química pode mudar cenário

Descarbonização como uma importante ferramenta para o desenvolvimento circular sustentável

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que, em novembro de 2022, o Planeta Terra alcança a marca de oito bilhões de pessoas. Apenas 12 anos separam os sete bilhões registrados em 2010. O número pode impactar na geração de gás carbônico, o CO2, e foi um dos pontos abordados pelo professor e doutor da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EQ-UFRJ) Eduardo Falabella, durante o 35º Congresso Latino-Americano de Química (CLAQ 2022), sediado na cidade do Rio de Janeiro (RJ) entre os dias 14 e 18 de novembro.

A conferência, intitulada “Descarbonização como uma importante ferramenta para o desenvolvimento circular sustentável”, foi um dos momentos de debates promovidos pelo CLAQ 2022, que também sediou o 61º Congresso Brasileiro de Química (CBQ). O Sistema CFQ/CRQ’s participou do evento com o objetivo de destacar a importância da Química e dos Profissionais da Química para sociedade, indústria e setores relacionados.

“A sociedade está aumentando o consumo global de energia porque a população vem crescendo, somos oito bilhões de pessoas. E essas pessoas precisam ter mais energia. Todos querem ter ar-condicionado no calor, que está aumentando e é um dos efeitos das mudanças climáticas. Mas se nós mantivermos a cultura que temos hoje em dia, os efeitos serão catastróficos”, alertou Falabella.

Na opinião do professor, é preciso pensar no futuro que queremos deixar para as gerações futuras. “Mais que isso, temos que lembrar que temos que nos afastar desse consumismo que caracterizou o século XX. Isso levou o mundo à situação que temos hoje em dia, de produzir acima de tudo, e esse modelo não é mais sustentável. Estamos explorando em demasia os recursos naturais e gerando uma quantidade grande de resíduos, impactando o ambiente em geral.”

Ele enfatizou que a magnitude das mudanças climáticas “vai depender de nós, se vamos fazer alguma coisa”. “Os Profissionais da Química precisam entender que é preciso fazer alguma coisa para reduzir a emissão de CO2, mas lembrar que ele não é o grande vilão, porque faz parte da vida no planeta. Se ele reduzir muito, teremos queda na produtividade agrária, por exemplo. Não podemos interromper o ciclo da terra, o que não podemos deixar é a emissão do CO2 crescer de forma indefinida”, comentou.

Nesse contexto, Falabella apresentou um método que pode remover CO2 dos gases de saída e da atmosfera, seguindo o conceito de reciclá-lo para reutilização. “É um armazenamento seguro e muito importante para nosso Planeta Azul. Além disso, dá dinheiro”, brincou o professor.

O processo consiste em capturar e “sequestrar” o gás, convertê-lo em produtos químicos de maior valor agregado e evitar a geração de mais CO2, reciclando o gás carbônico. “O CO2 da atmosfera será capturado e armazenado em zonas dentro da terra e uma parte vai para utilização, para gerar combustíveis, produtos químicos, mineralização etc.”, elencou.

Eduardo aproveitou para frisar a importância do Profissional da Química nessa cadeia. “Só nós podemos fazer isso, porque envolve transformações Químicas. Só esses profissionais têm competência para fazer isso, e mais: têm direito legal de fazê-lo. Então, é uma conjugação de competência com direito legal de exercer esse direito”, avisou.

Durante a palestra, ele afirmou que é importante a pesquisa em laboratórios e a criação de produtos, mas que é preciso aumentar a escala para chegar às indústrias. “O objetivo maior do Profissional da Química é chegar à indústria. E é a indústria que tem que mudar, porque ela é a grande geradora de CO2. Em 2019, ela foi responsável por cerca de 30% da emissão do gás carbônico”, disse.

Para o professor, o empreendedorismo não só pode como deve entrar nesse processo. “Ele faz parte de todo esse sistema, e esse é um dos grandes problemas no Brasil, que não incentiva o empreendedor. O empreendedor tem que ter uma série de ações governamentais para incentivar o empreendedor a fazer as coisas e chegar ao destinatário final, que é a indústria.”

Congressos

O 35º Congresso Latino-Americano de Química e o 61º Congresso Brasileiro de Química são realizados entre os dias 14 e 18 de novembro no Hotel Windsor Florida, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). O evento, 100% presencial, conta com conferências, palestras, debates e minicursos e recebe participantes de todo o Brasil e da América Latina.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/claq-2022-pesquisador-alerta-para-emissao-de-gases-no-planeta-e-quimica-pode-mudar-cenario/

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