Usada em diferentes áreas da sociedade, a impressora 3D é aliada da Química, que por sua vez aplica seus conhecimentos para beneficiar diversos setores, além de ser uma alternativa com custo menor e sustentável por diminuir a geração de resíduos poluentes. Esta foi uma das novidades tecnológicas apresentadas durante a 46ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (RASBQ), que aconteceu entre 28 e 31 de maio, em Águas de Lindóia, interior de São Paulo.
Durante a apresentação, realizada em uma conferência com o tema “De impressão 3D a gravação a laser: materiais e métodos sustentáveis para a obtenção de sensores eletroquímicos”, o doutor em Química e professor associado da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Rodrigo Muñoz explicou que sua pesquisa possibilita construir dispositivos e medidores eletroquímicos que podem contribuir para resultados mais assertivos.
“A impressão 3D é uma maneira barata de obter objetos, e no estudo apresentado estamos obtendo dispositivos que, com menor custo, conseguimos igualar à performance de outros obtidos por outras maneiras comerciais”, explicou Rodrigo.
O funcionamento deste tipo de impressão, de acordo com explicação do professor, parte de um filamento polimérico, tal como o poli(ácido lático) que torna realizável uma fusão na impressora para que seja gerado qualquer objeto 3D a partir da deposição de uma imagem bidimensional, camada por camada.
Diante disso, ele explicou que seu estudo trabalhou com filamentos condutivos, que conduzem energia – pois para produzir dispositivos eletroquímicos, como baterias, capacitores e sensores, é preciso de materiais que conduzem eletricidade.
“A grande inovação nesse trabalho é obter filamentos condutivos, que não são amplamente vendidos no mercado, e usar um software de geração de imagem em uma impressora 3D para gerar objetos capazes de armazenar energia da forma que eu quiser”, avaliou.
A possibilidade de usar materiais recicláveis nessa construção também é um fator que chama atenção para a questão sustentável e econômica. Isso foi concluído quando Rodrigo apresentou a vantagem de usar na impressora 3D polímeros recicláveis para a produção de filamentos e citou a possibilidade de usar cápsulas de café nessa construção, sendo eles modificados com os materiais residuais condutivos para que seja possível a formação desses dispositivos eletroquímicos.
“Pegar um material que é lixo e transformar em um outro que tem um uso prático, que geralmente tem um custo alto no mercado, é ajudar a economia circular”, concluiu.
SBQ
O tema da 46ª Reunião Anual da SBQ, “Química: Ligando ciências e neutralizando desigualdades”, propõe aos participantes várias reflexões sobre as desigualdades observadas, em diferentes níveis, de como as ciências e principalmente a Química podem contribuir para a sua mitigação. A escolha do tema foi pensada na celebração dos 100 anos das principais teorias ácido-base.
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/46a-rasbq-impressao-3d-e-avaliada-como-alternativa-sustentavel-e-chama-atencao-por-baixa-geracao-de-residuos/
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