Com o objetivo estratégico de aumentar a produção de químicos de uso industrial no Brasil, e considerando uma meta de desenvolvimento sustentável, baseados em princípios ESG, a Abiquim deu um pontapé inicial, na última quarta-feira (21), reunindo pela primeira vez o recém-criado grupo de trabalho de hidrogênio verde.
Hoje, assim como porta-voz de químicos de uso industrial no Brasil, seja a partir da nafta, seja a partir do gás natural, a entidade pretende representar também os químicos a partir de insumos renováveis, entendendo que o hidrogênio sustentável é uma ferramenta para o desenvolvimento da indústria química no País nos próximos anos.
De acordo com André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, a ideia é fazer deste grupo de trabalho o ponto focal para que a associação apresente, com qualidade e eficácia, os desafios que estão impostos – do ponto de vista da disponibilidade de bens, maquinaria e tecnologia -, não só no Brasil, mas no mundo, para produção de químicos de forma sustentável. “Temos visto uma razoável desarticulação no Brasil sobre este tema. Como representante dos produtores desta molécula sustentável, bem como dos seus produtores potenciais, a Abiquim quer se colocar como uma articuladora dessas vozes formando um tipo de coalisão que reúna o mundo acadêmico, empresas produtoras de hidrogênio no Brasil e fora dele, governo, consumidores, produtores de tecnologia etc. Todos juntos para encarar o desafio de fazer um processo de articulação, de ter um posicionamento no máximo possível comum sobre o tema.”
Passos ressaltou ainda que o Brasil já tem algumas iniciativas para abrir este mercado, citando o Plano Nacional de Hidrogênio, mas que na leitura preliminar da entidade, trata-se de uma iniciativa acanhada. “Precisamos de um marco regulatório apropriado que dê segurança jurídica para a produção do hidrogênio verde aqui no Brasil. Precisamos também corrigir assimetria de informações para juntos – players da indústria, que tem potenciais consumidores, além do poder público - conseguirmos formular uma política pública adequada”, enfatizou o presidente.
Por fim, Passos lembrou que a Abiquim, que tem uma extensa tradição em auxiliar na construção de políticas públicas e um grau de articulação e espaços políticos junto ao governo federal (que é o principal ator nessa agenda), mas também junto a governos estaduais, fará com que essa agenda consiga chegar de maneira organizada e potente aos ouvidos dos formuladores de políticas públicas. “Hoje, por exemplo, fazemos parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e certamente esta questão do hidrogênio verde será abordada. Temos ainda um contato muito próximo como Ministério de Minas e Energia (MME), onde a discussão é governada e conduzida. Isso significa que temos plataformas de relacionamento com o poder público nacional que podem ajudar muito a desenvolver a agenda e, consequentemente começar, de fato, a alavancar a produção e mercado desta molécula no nosso país.”
Antes da formação do GT Hidrogênio Verde, a Abiquim realizou uma pesquisa com os associados que produzem hidrogênio, de diferentes rotas, para coletar alguns pontos que possam guiar a estratégia de advocacy da entidade nos próximos anos acerca do tema. Entre alguns itens que aparecem no resultado da pesquisa, são apontadas múltiplas oportunidades, mas também desafios como regulamentação, indústrias de bens K e mercado de carbono. Como percepção da indústria, ficou claro ainda que a participação do governo, em seus diferentes níveis, com engajamento em atividades de coordenação, promoção e fomento, será fundamental.
O GT Hidrogênio Verde é composto por associados da Abiquim e representantes do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Ele será conduzido por Camila Hubner Barcellos Devincentis e Guilherme Marques, respectivamente gerente de Assuntos Regulatórios, Comissões Setoriais, Sustentabilidade e Inovação e assessor de Sustentabilidade e Inovação, ambos da Abiquim, sobretudo com o apoio das áreas de Relações Governamentais, Economia e Jurídica da entidade.
Aos associados que tiverem interesse em conhecer a pesquisa na íntegra, basta contatar Guilherme Marques, assessor de Sustentabilidade e Inovação da Abiquim pelo e-mail guilherme.marques@abiquim.org.br???????
Fonte: https://abiquim.org.br/comunicacao/noticia/10830
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