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Brasil participa da 55ª Olímpiada Internacional de Química na Suíça e obtém melhor resultado das últimas cinco olimpíadas

Após cravar boas participações nas olimpíadas internacionais, como as ocorridas em Azerbaijão e Uzbequistão, o Brasil colocou mais uma na conta, desta vez na Suíça. A 55ª Olímpiada Internacional de Química na Suíça ocorreu entre os dias 16 e 24 de julho e contou com uma delegação brasileira composta por dois professores-mentores e quatro estudantes.

Para essa edição, os selecionados foram Nailton Castro (17), Artur Magalhães (17), Gabriel Aguiar (17) e João Vitor Fonseca (17), todos do estado do Ceará. Os mentores que acompanharam os estudantes foram o docente da Universidade de São Paulo (USP) Lucas Carvalho Veloso Rodrigues, responsável por chefiar a delegação, e a docente da Universidade Federal do Ceará (UFC) Nilce Pompeu.

Sobre a participação, o professor Lucas Rodrigues destaca que foi um evento maravilhoso para todos. “Em termos de resultados, atingimos uma marca importante, sendo nosso melhor resultado das últimas cinco olimpíadas com três medalhas de prata e uma medalha de bronze. Destaque especial à prova prática que foi extremamente difícil e que tivemos um aluno com mais de 87% de acerto”, enfatizou Lucas.

O país é, há mais de 20 anos, um tradicional participante de olimpíadas internacionais e, nesse meio tempo, conquistou destaque significativo, tendo revelado muitos talentos na área.

Preparação

Os estudantes que participaram da International Chemistry Olympiads (IChO) passaram por uma maratona intensa de seis fases da Olimpíada Brasileira de Química (OBQ), com duração total de dois anos de estudo e preparação, e tiveram que vencer os desafios dos diferentes tipos de provas para que fossem ser selecionados.

Lucas Rodrigues destaca que o papel do mentor nessas olimpíadas vai além da preparação de conhecimento. “A primeira responsabilidade é a organização do curso de aprofundamento em que, com diversos colegas, tratamos dos assuntos avançados que serão cobrados na olimpíada. Depois da seleção da equipe, nossa tarefa se resume nos comitês da olimpíada internacional, cuidando para que as perguntas feitas aos alunos estejam dentro dos temas preestabelecidos, assim como trabalhamos por correções justas e, por fim, realizamos um processo de arbitragem em que defendemos as respostas dos nossos alunos perante os elaboradores.”

Antes da viagem para a Suíça, os estudantes passaram por breves treinamentos laboratoriais na Universidade de Campinas (Unicamp), em São Paulo. O chefe da delegação comenta que pelo fato de os mentores terem pouco tempo com os alunos, as necessidades individuais destes são alvo, principalmente, dos professores nas escolas, que desempenham um papel fundamental na formação destes alunos. “É nas escolas que boa parte do treinamento ocorre”, afirma.

Lucas Rodrigues reforça, ainda, que o mais importante é o aluno perceber a grandeza da olimpíada, independentemente do seu resultado. “Numa olimpíada com 90 países e mais de 350 competidores, o mais importante é o aluno perceber que o evento é uma oportunidade única em sua formação quanto ser humano”, finaliza.

Medalhas de bronze no Uzbequistão

Em junho, uma outra delegação brasileira obteve destaque em Abu Reikhan Beruniy International Chemistry Olympiad (ARBIChO), realizada no Uzbequistão, entre os dias 11 e 16. Além do destaque para a conquista de medalhas de bronze, a participação de um estudante pernambucano de escola pública trouxe ainda mais significado para o feito.

A delegação brasileira foi liderada pelo docente da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Samuel Anderson Alves de Sousa. Os estudantes selecionados para representar o Brasil, na ocasião, foram Henrique Silva Pinto, do Colégio Liceu Jardim, em São Paulo (SP); Mateus Augusto de Lara Cavassin, do Colégio Farias Brito, em Fortaleza (CE); e João Victor Sales Vital, da Escola de Aplicação do Recife, vinculada à Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP).

A jornada de estudo e dedicação de João Victor Sales, que culminou nas Olimpíadas de Química, começou muito antes, quando ele ainda cursava o ensino fundamental. Desde 2017, o estudante participa de competições acadêmicas e já acumula cerca de 20 medalhas em seu percurso.

“Sempre busquei participar de desafios capazes de ampliar o meu potencial de forma independente e, por meio das olimpíadas, pude ter novas experiências acadêmicas que ajudaram a aprofundar meus conhecimentos. Essas competições representam uma oportunidade de crescimento pessoal e acadêmico que qualquer aluno deveria ter acesso. Elas são um caminho para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da educação em Pernambuco”, contou João Victor.

A participação da equipe na ARBIChO representou um marco na história do Brasil, pois o estudante pernambucano, oriundo de escola pública, foi o primeiro a representar o país nesse tipo de competição internacional.

Durante a competição, os estudantes brasileiros enfrentaram uma disputa acirrada, representando o país com maestria. As conquistas foram reconhecidas pela obtenção de medalhas de bronze, que refletiram o empenho, a dedicação e a excelência dos conhecimentos em Química dos jovens.

Esse êxito coletivo da delegação brasileira ressalta a importância do investimento na educação pública, bem como o reconhecimento e apoio a talentos individuais. A participação do estudante pernambucano é um exemplo inspirador de como a superação de barreiras socioeconômicas pode ser alcançada por meio da educação de qualidade e do apoio institucional.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/brasil-participa-da-55a-olimpiada-internacional-de-quimica-na-suica-e-obtem-melhor-resultado-das-ultimas-cinco-olimpiadas/

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