O Conselho Federal de Química (CFQ) foi o patrocinador do 2º Encontro Selvagem, ocorrido entre 7 e 8 de setembro. Durante os dois dias, foram realizadas palestras, cursos e mesas redondas com produtores, cientistas, chefs de cozinha, sommeliers e diferentes profissionais do Brasil e do exterior. O tema foi as cervejas ácidas complexas, brasileiras e sul-americanas, em um dos eventos que compuseram a Semana Selvagem, encerrada com a Feira.

A 1ª Feira Selvagem reuniu cerca de 30 cervejarias, de todas as regiões do país. Foram expostos à experimentação cerca de 70 rótulos, alguns do exterior, mas todas classificadas como “selvagens” – uma caracterização utilizada no meio cervejeiro para definir as bebidas que fogem do convencional nas metodologias de produção, com busca pela ancestralidade e rusticidade, entre outras características.

Na Feira, o que se viu foi uma espécie de campo de testes práticos para tudo que foi teorizado ao longo da Semana Selvagem: o desenvolvimento do “terroir” local, com a perseguição de uma cerveja totalmente original e brasileira, é o desafio dos cervejeiros brasileiros em geral. As experimentações, realizadas na Cervejaria Tarantino, na zona norte de São Paulo, deixaram claro que é preciso casar o desenvolvimento do produto ao mesmo tempo que se abre o paladar do consumidor.

As cervejas “selvagens” demandam ao bebedor acostumado às bebidas mais ortodoxas, lagers, pilsens, IPAs, APAs e etc, uma quebra de paradigma nem sempre simples. Mas o apelo à novidade sempre compensa e a experiência sensorial diz mais sobre a busca pelo “terroir brasileiro” que qualquer argumentação teórica.

Para o presidente da ABRACERVA, Gilberto Tarantino, o evento como um todo foi um tremendo sucesso. Uma plateia atenta e ávida por novidades, sugere um caminho sólido para a cerveja artesanal brasileira.

“Foi excelente (a Semana Selvagem como um todo). Acho que o caminho é estender o universo das cervejas artesanais e suas questões também para a gastronomia, aproximar e desenvolver em paralelo o entendimento da cerveja artesanal como elemento gastronômico”, afirma Tarantino.

A representante do Sistema CFQ/CRQs no evento, conselheira federal de Química Suely Abrahão Schuh, experimentou alguns dos rótulos e compartilha do entendimento de que o paladar do brasileiro médio em relação à cerveja precisa ser ampliado e diversificado. A participação dos profissionais da Química, muito ressaltada ao longo da Semana, será muito importante na evolução projetada para os próximos anos.

“Achei muito interessante, gostei de algumas das cervejas. O resgate de métodos antigos e a busca de sabores diferenciados é importante para o mercado. A utilização de barris de madeira para acondicionar a bebida, e a consequente alteração no aroma por conta desses fatores, são algo em que não pensamos quando se trata de cervejas. E vimos isso aqui”, completa Suely.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/feira-selvagem-encerra-semana-de-debate-sobre-cervejas-acidas-complexas-evento-em-sao-paulo-teve-apoio-do-sistema-cfq-crqs/