O Sistema CFQ/CRQs participou de uma audiência pública para discutir o papel do hidrogênio verde no Brasil e no mundo, nesta segunda-feira (13), em Brasília. O evento, promovido pela Subcomissão Especial de Hidrogênio Verde e Concessões da Câmara dos Deputados (CME/SUBHVERD), conduzido pelo deputado Leônidas Cristino (PDT/CE), contou com a presença do presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região (CRQ XXI), Alexandre Vaz Castro.
O hidrogênio verde (H2V) é produzido por meio da eletrólise da água, utilizando energia limpa e renovável, sem emissões de CO2. Esse processo separa hidrogênio e oxigênio da água por meio de corrente elétrica, exigindo fontes limpas como, por exemplo, solar, hídrica e eólica.
O Brasil destaca-se por sua significativa capacidade de produção de hidrogênio sustentável, tanto para consumo interno quanto para exportação. Sua vantagem competitiva nesse setor posiciona o país estrategicamente nos planos de descarbonização de países europeus.
Mariana Assis, diretora do Departamento de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia (MME), ressaltou a posição competitiva do Brasil na produção de hidrogênio verde até 2030, destacando a matriz energética renovável e uma rede elétrica robusta. “O Brasil já possui uma matriz altamente renovável, o que significa que não precisamos investir significativamente em novos empreendimentos de geração de energia. Além disso, nossa rede elétrica interligada nacionalmente facilita os fluxos de energia de um lado ao outro do país, proporcionando resiliência à produção de hidrogênio por eletrólise”, enfatizou.
Perspectiva histórica
Alexandre Vaz Castro, representando o presidente do Conselho Federal de Química (CFQ), José de Ribamar Oliveira Filho, trouxe uma perspectiva histórica do hidrogênio, destacando sua presença predominante no universo. “O hidrogênio é o elemento químico mais abundante no universo, e é o quarto elemento mais presente em nosso planeta, sempre se apresentando na forma de gás diatômico, a molécula H2. Desde o século XVI, com Paracelso, a síntese do hidrogênio já era uma realidade. No entanto, apenas nos últimos cinco anos, devido à velocidade dos efeitos das mudanças climáticas, o debate sobre dar um fim energético ao hidrogênio ganhou relevância, sendo essencial cumprir as metas do Acordo de Paris para nossa sobrevivência como espécie”, afirmou.
Vaz também destacou a importância de capacitar a mão de obra nacional, alertando sobre o risco de perder especialistas para o exterior. “Precisamos capacitar quem já está no mercado para enfrentar essa nova situação. Os Profissionais da Química têm muito a contribuir nesse debate e na construção de um ambiente favorável. Garantir o fomento à mão de obra deve continuar sendo uma prioridade, especialmente na transformação energética, onde a Química desempenha um papel preponderante”, disse.
Justiça climática
Durante o debate, Carlos Alexandre Pires, representante do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), sublinhou a importância de garantir que os incentivos à indústria do hidrogênio verde beneficiem o mercado interno, promovendo sustentabilidade e justiça climática. “O Brasil tem um enorme potencial para liderar a transição energética mundial, mas não podemos esquecer de garantir que os benefícios alcancem nossa indústria nacional. Os incentivos devem impulsionar a descarbonização e tornar nossa indústria mais atraente para o mercado externo, contribuindo para a produção de produtos com alto valor agregado e baixa pegada de carbono”, destacou.
Incentivos à indústria
Encerrando a audiência, o deputado Leônidas Cristino (PDT/CE) enfatizou a necessidade de um marco regulatório para o hidrogênio verde, ressaltando a urgência de avançar legalmente para atrair investimentos e consolidar o papel do Brasil na transição energética global. O próximo passo, de acordo com Cristino, será a convergência de diferentes projetos de lei para criar um marco regulatório propício ao desenvolvimento sustentável do hidrogênio verde no país.
Audiência pública
Também estiveram presentes no encontro o diretor do Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), João Marcos Paes Leme; o chefe de Núcleo do Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Alex Rodrigues Brito de Medeiros; a professora do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Ceará (UFC) Carla Freitas de Andrade; o assessor de Relações Institucionais e Governamentais do CFQ, Antônio Lannes; o pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (INEEP), André Tokarski, além de representantes de entidades relacionadas ao setor.
Para assistir à audiência na íntegra, acesse.
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/em-audiencia-publica-no-congresso-sistema-cfq-crqs-reforca-a-importancia-do-hidrogenio-verde-no-brasil-e-no-mundo/
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