“Acho o tema do evento muito interessante, porque mostra como essa questão interfere em nós, humanos. Foi tudo muito bem escolhido, o evento tem tudo para dar certo e com certeza dará”, disse o presidente do Conselho Regional de Química da 2ª Região (CRQ II – MG), Wagner Pederzolli.

O pesquisador espanhol Joan Grimalt, do Conselho Nacional de Pesquisa de Madrid, inaugurou o evento com uma palestra sobre os efeitos de alguns compostos químicos no meio ambiente e na saúde humana. Ele destacou que o desenvolvimento científico e tecnológico, especialmente a síntese de novos compostos, impulsionado pela Revolução Industrial embora tenha contribuído para o aumento na expectativa de vida, também levou a humanidade a uma maior exposição a poluentes.

De acordo com os dados apresentados pelo pesquisador, enquanto nos anos 1800 haviam cerca de 50 novos compostos químicos documentados, atualmente há mais de um milhão em circulação. Grimalt destacou que a o desafio da Química Ambiental é identificar quais desses compostos possuem efeito nocivo e ainda qual destinação deve ser dada a eles.

No aspecto dos impactos na saúde humana, as informações apresentadas na palestra indicam que a presença destes novos compostos, poluentes, pode estar associada a casos de infertilidade, câncer, Alzheimer, Parkinson e arteriosclerose, por exemplo. Nesse caso, Grimalt destacou que tanto a concentração quanto o tempo de exposição são fatores relevantes. A expectativa é de que ao longo dos próximos dias possa-se discutir sobre as perspectivas de avanço que podem ser proporcionadas a partir dos estudos da Química Ambiental.

CFQ no ENQAmb

Wagner Pederzolli também é um dos palestrantes do evento. Além dele, outros integrantes do Sistema CFQ/CRQs também acompanharam o início dos encontros, como os conselheiros federais Suely Schuh, Rodrigo Moura e Djalma Nunes. Durante todo o evento eles estarão no estande do Conselho à disposição do público para tirar dúvidas e conversar sobre o exercício da profissão.

A professora de Química da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) Márcia Biseloti foi uma das primeiras a abordar os conselheiros. “Estou bastante animada com o evento, é minha primeira vez, a gente acaba aprendendo muito, e a programação está muito rica e inovadora. O tema é ainda bastante recente, tem cerca de 60 anos no Brasil, há muitos desafios, e novos ainda virão. A gente precisa trocar experiências para que a gente possa ajudar a sociedade a se desenvolver.”

Ao longo de quatro dias de atividades no Centro de Convenções na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) estão previstas mesas redondas, conferências e palestras para discutir a relação entre a Química e o Meio Ambiente. Ao todo, foram 314 inscritos, 45 palestrantes e conferencistas e 218 trabalhos submetidos.

“Quando escolhemos Ouro Preto, o que foi levado em consideração na época, infelizmente, é que o estado foi palco de tragédias ambientais, e seria importante marcamos esse território em um evento de tão grande importância dentro do estado”, disse a presidente do evento, Roberta Fróes, ao lembrar os desabamentos das barragens de Brumadinho e Mariana.

O objetivo do encontro é promover um espaço não só de debates, mas também de divulgação da produção científica na área da Química Ambiental e Analítica.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/cfq-participa-da-abertura-de-evento-de-quimica-ambiental-em-ouro-preto/