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Plenário do CFQ ouve especialistas para debater o ensino à distância na Química

O plenário do Conselho Federal de Química (CFQ) dedicou a quinta-feira (23/5) a debater um tema palpitante: as possibilidades de utilização do Ensino à Distância (EAD) na formação de profissionais da Química. A principal preocupação do Sistema CFQ/CRQs é garantir aos estudantes a qualificação necessária para que atendam a sociedade de maneira segura e efetiva.

O plenário do CFQ trouxe dois palestrantes para contribuir com a questão. Na parte da manhã, o convidado foi o professor João Carlos Moura Bordado, membro conselheiro da Ordem dos Engenheiros e Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Lisboa, que trouxe a experiência europeia no que diz respeito ao ensino de Química à distância.


Ele elencou uma série de preocupações com a temática e reforçou o entendimento que o contato dos estudantes com as reações, especialmente no âmbito laboratorial, é decisivo para a formação dos futuros profissionais.


“O contato entre o estudante e o professor permite uma aquisição dos procedimentos mais adequada, porque não é o caso de todos os professores nas universidades portuguesas, mas depois de ter feito o meu doutoramento, trabalhei na indústria química durante muitos anos e, depois, também em uma empresa federal. No fundo que nós pedimos aos nossos alunos é que ganhem competências para quando forem para a indústria, poderem desempenhar os seus papéis de forma adequada e o contato direto entre os estudantes e os professores permite o ensino com maior profundidade”, afirmou Bordado.


O presidente d0 CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho, agradeceu o professor português pela disponibilidade e afirmou o interesse em estabelecer algum tipo de parceria com a Ordem dos Engenheiros de Portugal, para a discussão de problemas comuns à Química nos dois lados do Atlântico, o que foi bem acolhido pelo catedrático da Universidade de Lisboa.


À tarde, foi a vez do psicólogo, jornalista e professor João Vianney. Ele atua na Hoper Educação, uma consultoria privada com larga experiência no Brasil e no exterior, e que promove soluções educacionais especialmente voltadas para o Ensino à Distância.


Vianney fez um apanhado sobre a história do ensino superior no país. Ele ressaltou que, embora tenham crescido nas últimas décadas, o percentual de brasileiros que possuem formação superior ainda é inferior ao de outros países, mesmo os nossos vizinhos da América Latina. Ele disse ainda que o avanço do ensino superior no Brasil pode ser creditado ao ensino à distância, e que isso é um movimento irreversível.


Vianney agradeceu a cordialidade e a atenção com que foi recepcionado no CFQ, e lembrou que outros conselhos profissionais têm se posicionado contrário ao ensino à distância.


“Vocês estão fazendo a coisa certa, estão abertos ao diálogo e não partiram para a judicialização, por exemplo. Vejo aqui uma instituição madura e que está promovendo o debate”, afirmou Vianney.


Ele se colocou à disposição para colaborar na definição de um modelo que contemple as especificidades da Química e também os interesses do estudante, destacando que o ensino à distância possibilita que milhares de pessoas melhorem de vida pelo país, e isso não pode ser desconsiderado. O jornalista e professor considera que a definição desses parâmetros pode avançar em um diálogo amplo com o Conselho Nacional de Educação, que ajude o CFQ a chegar a um bom termo.


Fuad Haddad, Vice-Presidente do CFQ, agradeceu pela apresentação e disse que Vianney colaborou para que a pauta avance no Sistema CFQ/CRQs.


“Creio que muitas coisas trazidas hoje serão consideradas nessa solução que estamos construindo, foi enriquecedor”, afirmou o vice-presidente, externando o desejo de que Vianney siga contribuindo para a qualidade do ensino da Química, preocupação do Sistema CFQ/CRQs.


A Comissão de Ensino e Formação Profissional se debruça com mais intensidade sobre o tema e apresentará novos parâmetros, mediante proposta de resolução, para atualizar os componentes curriculares e a carga horária suficiente para a concessão de cada atividade profissional, levando em consideração a modalidade de ensino, à distância e presencial. A nova norma atualizará a Resolução Normativa nº 36, de 1974, e a Resolução Ordinária nº 1.511, de 1975.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/plenario-do-cfq-ouve-especialistas-para-debater-o-ensino-a-distancia-na-quimica/

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