Todos os quatro integrantes da delegação brasileira foram premiados na 56ª edição da Olimpíada Internacional de Química (International Chemistry Olympiad, IChO). Realizada em Riad, na Arábia Saudita, a competição ocorreu entre os dias 21 e 30 de julho e reuniu 330 alunos de 84 países diferentes. A equipe brasileira ganhou quatro medalhas: uma de ouro, duas de prata e uma de bronze.
O estudante paulista Lucas Nogueira Loes conquistou a medalha de ouro. Com este feito, o medalhista de ouro, ocupou o 6ª lugar geral na 56ª IChO, a maior posição já ocupada por um brasileiro no ranking. Já as duas medalhas de prata foram para os estudantes do Ceará, Artur Galiza e Gabriel Paz; e o cearense Fernando Henrique Garcia conquistou a medalha de bronze.
O coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de Química (OBQ), professor Sérgio Melo, celebrou o resultado da equipe brasileira. “Os estudantes brasileiros que participaram da 56th International Chemistry Olympiad tiveram excelente desempenho, todos medalhados. O Brasil ficou bem-posicionado dentre os 90 países participantes, destacando-se pela medalha de ouro conquistada. Lucas foi o terceiro brasileiro agraciado com a medalha de ouro desde nossa primeira participação na IChO, em 1999, na Tailândia”, completou.
Para o medalhista de bronze, Fernando Henrique, aluno do Colégio Farias Brito, de Fortaleza, representar o Brasil e ganhar a medalha foi motivo de orgulho.
“Poder garantir essa conquista para meu país e participar de um dos melhores times da história do Brasil foi motivo de muita alegria. Além de tudo isso, ganhar uma medalha na IChO foi o meu maior sonho dos últimos três anos e o objetivo pelo qual eu mais me esforcei para conseguir durante todo esse tempo. Ver todos os sacrifícios que fiz durante a jornada e toda a força que tive para não desistir sendo recompensados”, afirmou.
Fases e preparação
O Programa Nacional de Olimpíadas de Química abriga cinco certames nacionais: Olimpíada Brasileira de Química Júnior (OBQjr); Olimpíada Brasileira de Química (OBQ), dividida em duas modalidades: A (1º e 2º anos do ensino médio) e B (3º ano do ensino médio); Olimpíada Brasileira do Ensino Superior de Química (OBESQ); Olimpíada Nacional Feminina de Química (Quimeninas); e a Olimpíada Norte/Nordeste de Química (ONNeQ).
Segundo o professor Sérgio Melo, os participantes da IChO são jovens que se destacaram nas olimpíadas estaduais ou na OBQjr e participaram da Olimpíada Brasileira de Química na Modalidade A. “Os medalhados nesta fase são convocados para participar de um exame de conhecimentos de laboratório. Vencida esta etapa, 20 deles participam de um curso preparatório para os exames internacionais e, ao final, realizam o último exame”, explica.
A escolha dos estudantes que representarão o Brasil em Olimpíadas Internacionais, em sua etapa final, é feita com a aplicação de dois exames com conteúdos de Química do ensino médio: um de caráter experimental e o outro teórico.
Para o estudante Fernando Henrique, a maratona de preparação para essas competições começou lá atrás, em 2021. Ele conta que, para a Olimpíada Internacional de Química, os estudos iniciaram em janeiro.
“Para especificamente a IChO de 2024, a preparação começou em janeiro, quando foram lançados os problemas preparatórios. Desde então, eu e meus professores resolvemos todos os problemas, além de estudar todos os tópicos abordados a fundo. Depois que descobri que ia de fato para a IChO, passei muitas horas por dia, praticamente todos os dias, com exceção de alguns finais de semana, dentro do laboratório. Além disso, creio que o treinamento fornecido pelo PNOQ no curso de aprofundamento e excelência e o treinamento prático na Unicamp também ajudaram no meu desempenho”, diz.
Importância da IChO
Muito mais do que uma simples competição acadêmica, a Olimpíada Internacional de Química visa promover a excelência na área da Química. Para o professor Sérgio Melo, a Olimpíada é uma importante ferramenta educacional que estimula o estudo e reconhece o esforço despendido pelos estudantes.
“Participar e ser medalhado em uma olimpíada internacional de Química é um desejo dos estudantes do ensino médio brasileiro, muitos deles interessados em continuar estudos nas prestigiadas universidades americanas, e as medalhas em olimpíadas internacionais têm relevante peso na seleção de ingresso. O mesmo ocorre com as mais destacadas universidades brasileiras, dentre elas a Unicamp e a USP, que possuem reserva de vagas olímpicas para ingresso por convite em seus cursos de graduação”, destaca.
O estudante Fernando Henrique ressalta que, além de todo o conhecimento adquirido durante o processo de preparação, a Olimpíada foi uma oportunidade de trocar ideias e descobrir novas culturas. “A IChO é muito importante, tanto pelo nível da avaliação quanto pela experiência que proporciona aos estudantes. Eu mesmo aprendi e cresci muito nesses três anos me preparando para a Olimpíada. E na Olimpíada em si, tive troca de experiências com muitos outros times de diversos países”, relata.
A Olimpíada Internacional de Química é realizada anualmente entre os meses de junho e julho. Em 2025, a 57ª edição da competição será realizada nos Emirados Árabes Unidos.
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/estudantes-brasileiros-conquistam-quatro-medalhas-na-olimpiada-internacional-de-quimica/
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