Recentemente, um acidente grave envolvendo uma criança de 8 anos em Lagoa Santa, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), revelou os perigos de armazenar produtos de limpeza em recipientes inadequados. A criança precisou de atendimento médico após ingerir, acidentalmente, um desincrustante alcalino que estava em uma garrafa de energético. Este caso destaca a importância de manter produtos químicos em suas embalagens originais.
De acordo com a cartilha ‘Guia de Produtos de Limpeza’ do Conselho Federal de Química (CFQ) e da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (ABIPLA), todo produto de limpeza regularizado deve ser acompanhado de um rótulo com informações claras e precisas. Entre os dados obrigatórios estão o nome do fabricante, importador ou distribuidor, endereço completo, número do CNPJ, número do processo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou do registro no Ministério da Saúde, lote e validade, descrição do conteúdo, composição, instruções de uso, o nome do Responsável Técnico pela área Química e o número do registro no Conselho Regional, além de alertas sobre os perigos do produto e as medidas de primeiros socorros em caso de acidentes. Os alertas devem ser harmonizados pela Anvisa por meio da resolução RDC 697/2022 que dispo?e sobre os requisitos de embalagem e rotulagem para o registro de produto saneante corrosivo a? pele, onde consta a frase: “Nunca reutilize a embalagem vazia”.
A prática de transferir produtos de limpeza para embalagens que não são as originais, como ocorreu neste caso, elimina essas informações. Em situações de emergência, como intoxicação, a falta desses elementos pode atrasar o atendimento médico adequado e aumentar os riscos para a saúde. Além disso, as embalagens originais são projetadas para conter substâncias químicas específicas, reduzindo o risco de vazamentos ou reações inesperadas.
Em 2022, a Anvisa publicou o 1º Boletim Informativo sobre Monitoramento Pós-Mercado de Produtos e Serviços Sujeitos à Vigilância Sanitária. O documento destacou informes de eventos adversos, queixas técnicas, desvios de qualidade e casos de intoxicação. Ao todo, o boletim registrou cerca de 6.300 casos de intoxicação relacionados a produtos de uso doméstico, como saneantes, reforçando a importância de medidas preventivas e do manuseio seguro desses produtos.
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/cfq-alerta-para-os-riscos-de-armazenar-produtos-quimicos-em-embalagens-inadequadas/
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