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A importância da cooperação na farmoquímica brasileira – Abifina

A indústria farmoquímica brasileira enfrenta desafios significativos, mas também possui grandes oportunidades para se consolidar e crescer, tanto no mercado nacional quanto internacional.

Em abril, fui eleito para o cargo de Diretor do Segmento Farmoquímico da Abifina. Recentemente, em uma conversa com a jornalista da Revista Facto Abifina para o “Especial Nova Gestão”, expressei minha visão sobre a importância da ABIFINA e os objetivos para meu novo cargo, no qual destaquei a relevância da cooperação entre as empresas do setor, os desafios regulatórios, a importância da sustentabilidade e da responsabilidade social na indústria e a atuação decisiva da Abifina para o fortalecimento dessa indústria crucial, que detalho a seguir.

Cooperação na farmoquímica como estratégia de crescimento

Enfatizo que a cooperação entre as farmoquímicas é vital para competir com mercados como China e Índia, que possuem uma integração robusta em suas cadeias produtivas. Em países como esses, é comum encontrar farmoquímicas especializadas que colaboram entre si, produzindo intermediários que são posteriormente refinados por outras empresas até obter o produto final. Essa integração permite maior eficiência e competitividade.

No Brasil, a Abifina tem desempenhado um papel crucial ao promover essa união entre as farmoquímicas. A associação facilita a participação governamental, proporciona suporte técnico e estimula a cooperação entre empresas, criando um ambiente mais propício para o crescimento conjunto.

Acredito que as farmoquímicas brasileiras, unidas, podem produzir mais e melhor, atendendo tanto ao mercado nacional quanto às demandas da América Latina e Europa.

Desafios regulatórios e propostas de melhoria

Um dos principais obstáculos enfrentados pelas farmoquímicas nacionais é a burocracia regulatória. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), embora reconhecida pela sua rigorosa fiscalização e aprovação de produtos, ainda impõe processos que podem ser demorados e complexos.

Sugiro que, devido ao conhecimento que a Anvisa já possui das operações das farmoquímicas nacionais, sejam criados mecanismos para desburocratizar e agilizar a entrada de novos produtos no mercado, especialmente para empresas que já são auditadas regularmente pela agência.

Outro obstáculo diz respeito à falta de recursos humanos, que também pode ser um dos fatores que impactam diretamente a agilidade com que os processos são analisados. É vital o fortalecimento contínuo da Anvisa, especialmente com o aumento do número de servidores.

Esse alinhamento entre a Anvisa e as farmoquímicas, com o suporte da Abifina, pode levar a um fortalecimento significativo do setor, permitindo que as empresas brasileiras se tornem mais competitivas no cenário global. Acompanho os esforços da Anvisa e reconheço os avanços já alcançados, mas acredito que é possível continuar melhorando.

Sustentabilidade e responsabilidade social nas farmoquímicas

Outro ponto crucial que abordei é a importância da sustentabilidade e da responsabilidade social. Cito como exemplo a Globe Química, da qual sou Diretor Executivo. A empresa possui um compromisso sólido com a sustentabilidade, monitorando rigorosamente suas emissões e promovendo iniciativas de preservação ambiental e bem-estar comunitário.

Na Globe Química, nosso compromisso com a estação de tratamento de efluentes é extremamente rigoroso, garantindo que as comunidades locais tenham acesso a água limpa e segura. Implementamos várias iniciativas de sustentabilidade, como a criação de pomares e hortas comunitárias para nossos funcionários, contribuindo para o meio ambiente e melhorando a qualidade de vida dos colaboradores.

Destaco que a adoção de práticas sustentáveis e a conformidade com os padrões ESG (Environmental, Social, and Governance) são essenciais para ganhar a confiança dos mercados internacionais, especialmente da Europa, que exige altos padrões nessas áreas.

Nossa estratégia de ESG já está bem desenvolvida, abrangendo desde balanços hídricos até a gestão de emissões, e estamos continuamente aprimorando nossos processos para atender às demandas mais exigentes.

A Abifina tem desempenhado um papel fundamental ao promover o debate sobre ESG no setor de química fina. Para destacar o progresso dos associados nesse novo cenário, a Abifina lançou o Relatório ESG na Química Fina, no qual dezenove membros compartilharam seus projetos estratégicos nas três dimensões do ESG e sua conexão com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Posteriormente, ampliou a discussão com campanhas nas redes sociais, webinars e publicações, reforçando a importância do ESG.

Uma pesquisa recente realizada pela Abifina junto aos seus associados elegeu o ESG como uma das pautas prioritárias a serem contempladas na agenda estratégica da associação, refletindo o compromisso contínuo da indústria de química fina com a sustentabilidade e a inovação.

Conclusão

A farmoquímica brasileira possui um enorme potencial de crescimento e competitividade. Para atingir esse potencial, a cooperação entre as empresas do setor, o suporte contínuo da Abifina, a melhoria dos processos regulatórios e a adoção de práticas sustentáveis são essenciais. Acredito que, com esses pilares, as farmoquímicas brasileiras poderão não apenas atender melhor ao mercado interno, mas também se posicionar fortemente no cenário internacional, contribuindo para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil.

Texto:José Ézio Rodrigues Nogueira

José Ézio Rodrigues Nogueira é Diretor do Segmento Farmoquímico da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e Suas Especialidades (Abifina)

Fonte: https://www.quimica.com.br/a-importancia-da-cooperacao-na-farmoquimica-brasileira-abifina/

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