No segundo dia de EXPOPRAG, o maior evento voltado ao setor de controle de vetores e pragas urbanas da América Latina, a Química teve lugar de destaque na programação. Pela manhã de quinta-feira (22/8), a palestra de abertura do congresso, que acontece em paralelo com a feira, tratou do tema “Equilíbrio Sustentável: os benefícios do uso da Química no controle de pragas” e foi ministrada por Marcos Takeaki e Fernando Bernardini.
O congresso, e a EXPOPRAG de um modo geral, tem demonstrado uma preocupação de fabricantes do segmento de controle de pragas e vetores em desenvolver produtos ecologicamente sustentáveis, com riscos mitigados ao meio ambiente mas que sejam eficazes em seu uso. Takeaki afirma que o sentido da apresentação dele e de Bernardini era oferecer uma visão ampla sobre o que tem sido feito pela indústria química em favor da sustentabilidade nos últimos anos.
“Nosso propósito era trabalhar com o público, trazendo a parte de desenvolvimento sustentável da indústria química para o nosso segmento. Então, o quanto a gente tem evoluído nos últimos anos, que tipo de tecnologia a gente pode usar hoje, que vai poder usar no futuro. Viemos trazer essa avaliação”, define Takeaki.
Uso de moléculas conhecidas não esvazia inovação na Química
Palestrantes têm destacado na EXPOPRAG que a maior parte das moléculas que se utilizam hoje no controle das pragas são as mesmas que existiam há 40 ou 50 anos. Takeaki concorda com a afirmação, até porque os custos e a complexidade das pesquisas são um complicador importante – mas entende que o uso criativo de elementos já conhecidos em novas formulações garante que a indústria química produza inovação.
“Desenvolver novas moléculas é caro e leva muito tempo. A gente está falando de mais de 200 milhões de dólares, um trabalho de no mínimo 8 anos. Então isso é muito caro. Então o que o pessoal tem feito? Com as moléculas existentes, eles têm trabalhado muito com as misturas. Por isso hoje é cada vez mais comum você ter produtos com mais de uma molécula. Duas, três, até quatro. E outra coisa é a qualidade da formulação. Essa tem seu desenvolvimento mais rápido. A gente antigamente tinha formulações extremamente agressivas debaixo do residual e que traziam problemas para o ambiente. Hoje a gente tem formulações onde o princípio ativo está em água, por exemplo, ou em algum material inerte. Então hoje as indústrias têm essa velocidade de desenvolvimento mais em função das formulações e das misturas”, concluiu Takeaki.
Bernardini, por sua vez, entende que a Química e a exploração das inúmeras possíveis formulações são chave para atingir o gosto de um público cada vez mais crítico e consciente.
“Cada vez mais existe essa pressão e, com toda a certeza, a busca por alternativas mais sustentáveis para que a gente consiga estabelecer um equilíbrio. Então, a evolução da química e do nosso comportamento para usá-la vem, ao meu ver, melhorando cada vez mais. Produtos mais inovadores, substâncias sintéticas, de origem natural, de origem biológica, não deixam de ser a Química, algo que temos de utilizar de uma forma o mais estratégica possível – não sendo, lógico, a solução de tudo, mas uma das grandes ferramentas. A Química, a educação,e o comportamento das pessoas são maneiras de manter uma sustentabilidade equilibrada, inclusive com relação às pragas urbanas, que infelizmente causam danos, ou a saúde, ou danos econômicos”, destaca o palestrante.
ESG não se limita à pauta ambiental, mas a valoriza
Na parte da tarde da quarta-feira, o destaque foi outra palestra, igualmente direcionada à pauta da sustentabilidade:”ESG: adaptando-se às novas Exigências para um futuro ?sustentável”, ministrada por Fábio Moreira. Ele recuperou o histórico da sustentabilidade ao longo das décadas e destacou que é preciso ter um olhar amplo sobre o ESG, muitas vezes confundido com uma visão reducionista limitada aos aspectos relacionados à ecologia.
“Uma pesquisa feita por uma entidade do Paraná, em 2019, indicava que 80% dos entrevistados preferem comprar produtos e serviços de empresas, marcas que são reconhecidas como práticas sustentáveis e 70% dos emprestados disseram estar dispostos a pagar mais por esses serviços, o que indica uma valorização significativa da sustentabilidade no mercado. E a reflexão que a gente queria fazer no controle de pragas? Primeiro, em relação à Terra. Como é que nós estamos lidando com nossos resíduos sólidos? O nosso programa de gestão de resíduos sólidos está implantado?”, indagou Moreira.
Chefe da ASCOM e conselheiro divulgam ações do Sistema CFQ/CRQs
O conselheiro federal de Química Ubiracir Lima e a chefe da Assessoria de Comunicação (ASCOM) do CFQ, Jordana Saldanha, participaram de um podcast promovido pela Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas (APRAG) realizadora da EXPOPRAG. Numa conversa animada de trinta minutos, os dois falaram das atribuições do Sistema CFQ/CRQs, das parcerias e de projetos como a cartilha de informações e procedimentos para comunidades afetadas por enchentes e alagamentos, desenvolvida pelo Conselho Federal de Química (CFQ) juntamente com a Associação Brasileira de Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (ABIPLA), APRAG e Sindicato das Empresas de Controle de Vetores e Pragas Urbanas (Sindprag).
“Temos projetos em andamento na mesma linha de levar informação segura à sociedade. Um deles é a terceira edição dessa cartilha, que estamos desenvolvendo. A novidade é que desta vez estamos trabalhando uma parceria com o Conselho Federal de Biologia (CFBio). Os presidentes de CFQ e CFBio estão em contato”, afirmou Jordana.
Ubiracir, por sua vez, destacou a importância de que a Química acesse a comunicação e se valha dos espaços disponíveis para levar adiante a informação correta.
“É muito importante que levemos os conceitos corretos à sociedade, por meio de espaços como este aqui. Temos de usar essas potencialidades até como forma de educar a população e abrir os olhos da comunidade para as potencialidades da Química”, completou o conselheiro federal.
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/expoprag-enaltece-potencial-da-quimica-em-um-mercado-cada-vez-mais-sensivel-a-pauta-da-sustentabilidade/
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