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Conciliação entre empreendedorismo e academia e participação feminina na pauta do 21º ENQA, em Belém do Pará

No segundo dia do 21º Encontro Nacional de Química Analítica (ENQA) e do 9º Congresso Ibero Americano de Química Analítica (CIAQA), que estão ocorrendo entre 15 e 18 de setembro de 2024, em Belém do Pará, o destaque coube as discussões sobre a inovação e experimentação no campo da Química Analítica, com a abertura do espaço principal de palestras do evento, realizado em um grande espaço no Hangar Centro de Convenções, um dos espaços mais importantes da capital paraense.

Entre os debates do espaço principal, um chamou a atenção pelo tema incomum nesse tipo de evento: como transpor o sucesso da pesquisa acadêmica para o ambiente hostil do mercado, com suas patentes, regras e exigências para agradar o consumidor final? A sessão intitulada “Inovação em Química: da academia ao mercado”, foi coordenada por Josué Carinhanha Caldas Santos, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e teve como palestrantes Emanuel Carrilho, da Universidade de São Paulo (USP), Maria da Conceição Ferreira de Oliveira, da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Ângelo de Fátima, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Um dos destaques dessa atividade foi a palestra da professora Maria da Conceição, uma desbravadora no direcionamento dos alunos da UFC ao caminho árduo das startups, agências de fomento e trilhas de inovação. A pesquisadora foi além e fez um recorte ainda mais ousado dessa realidade – o da participação feminina. Assim, surgiu a apresentação “Empreendedorismo feminino na academia: desafios e oportunidades”.

“Vamos olhar do ponto de vista de startups. Saiu um dado de 2023 do mapeamento do ecossistema brasileiro de startups. Apenas 20%, menos de 20% das startups são fundadas por mulheres. Então, isso mostra que mesmo do ponto de vista de inovação, quando a gente fala de startup, a gente já está associando um empreendedorismo mais inovador a uma questão de preconceito de gênero”, apontou Maria da Conceição.

Mas ela, que desenvolve um trabalho de conscientização junto aos universitários da UFC para que floresça um ecossistema de startups junto ao departamento de Química da universidade desde 2020, acredita que o importante é não esmorecer e se mobilizar para mudar esse quadro.

“Bom, a primeira coisa que a gente tem de fazer é pegar todas as oportunidades que estão dadas, essa é uma delas, de trazer esse assunto a todo lugar. Vamos debater, vamos conversar sobre isso. Aceitei prontamente vir ao ENQA por ter essa oportunidade de falar sobre o tema da inovação no ambiente acadêmico e mostrar que é possível a gente contribuir para mudar essa realidade”, disse.

Instrumentação analítica
À noite, entre as apresentações orais da sessão 3, que teve como tema geral “Instrumentação Analítica”, um dos destaques foi o trabalho do pesquisador Paulo Felipe Estrela, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele fez uma apresentação sobre uma tecnologia de baixo custo para a detecção do vírus da varíola dos macacos (monkeypox). Estrela afirmou que a iniciativa de fazer a pesquisa se deveu ao surgimento de uma crise epidemiológica da doença, que se seguiu à epidemia da Covid-19. Ele informou que o fato de que a doença é mais comum em países do terceiro mundo limita iniciativas relativas a ela.

O trabalho dele, porém, é de um método de detecção da doença em um disco, do tamanho de um DVD. Outra solução criativa da pesquisa foi o emprego de um finger spinner, um brinquedo para crianças que oferece a centrifugação necessária para a realização do teste.

“Após ter sido avaliado esse painel de amostras no dispositivo, nós realizamos o teste utilizando a PCR, e comparamos o resultado com o dispositivo com o método padrão PCR. O determinante tem uma sensibilidade de 91,67%, uma especificidade de 100% e uma acurácia de 95,83%. Desta forma, então, esse trabalho consiste no desenvolvimento de um dispositivo científico, um dispositivo composto por materiais muito simples, e o processo de fabricação é muito simples”, afirmou o pesquisador da Universidade de Goiás.

Além das palestras e debates no espaço principal do ENQA, outro espaço concorrido foi o da sessão de pôsteres, onde são exibidos trabalhos acadêmicos inovadores que ganham destaque no ambiente universitário.

Sistema CFQ/CRQs
O Conselho Federal de Química (CFQ) e o Conselho Regional de Química da 6ª Região (CRQ VI – Pará e Amapá) figuram como apoiadores do ENQA e do CIAQA e contam com um estande localizado dentro do espaço do Hangar Convenções e Feiras da Amazônia. No segundo dia, mais de 100 pessoas passaram pelo estande, onde receberam informações sobre o Sistema CFQ/CRQs e sobre questões atinentes a registros e atribuições.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/conciliacao-entre-empreendedorismo-e-academia-e-participacao-feminina-na-pauta-do-21o-enqa-em-belem-do-para/

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