Ocorreu na última quarta-feira (18), o encerramento do 21º Encontro Nacional de Química Analítica (ENQA) e do 9º Congresso Ibero Americano de Química Analítica (CIAQA), realizados pela primeira vez no Norte do país, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém do Pará. O Sistema CFQ/CRQs, teve uma palestrante no evento – a presidente do Conselho Regional de Química da 1ª Região, Ana Paula Paim – e um estande montado no local, gerido pelo Conselho Regional de Química da 6ª Região (CRQ VI – Pará e Amapá), o anfitrião.
A presidente do CRQ VI, Cristiane Maria Leal Costa, avalia a participação do Sistema CDQ/CRQs no evento como um grande sucesso. O Conselho Federal de Química (CFQ) e o CRQ VI figuram como apoiadores do 21º ENQA e do 9º CIAQA, cumprindo sua disposição de estar em todos eventos em que a Química e seus profissionais forem protagonistas.
“Com certeza, cumprimos essa missão, e o apoio do CFQ foi primordial. Acho que nós temos que agradecer essa visão que o Sistema CFQ/CRQs tem hoje, na gestão do presidente Ribamar. Essa disposição para a integração, junto com os Conselhos Regionais, para formar o que realmente é um Sistema CFQ/CRQs. Eu acho que a gente também tem que agradecer a coordenação do evento porque acreditou nesses entes como partícipes da construção deste evento”, disse.
A presidente avalia também que o primeiro ENQA realizado no Norte do país correspondeu às expectativas, selando mais um elo da aproximação entre os conselhos, os profissionais da Química e a academia.
“No estande que colocamos aqui, a participação e a integração foi muito grande. Tivemos a distribuição de brindes e o sorteio dos livros da área do meio ambiente e de Química Analítica. E isso demonstrou para a gente que os profissionais e os professores e também os representantes conseguiram se aproximar do Sistema CFQ/CRQs durante esses quatro dias. Pelo menos foi o que nós sentimos e foi reportado diante das conversas que tivemos aqui”, complementou.
O número exato de pessoas que passaram pelo estande do CFQ e do CRQ VI não pode ser calculado com certeza. O estande, porém, organizou um sorteio de brindes ao longo dos quatro dias de evento, e obteve 148 inscritos. O número total de visitantes é estimado pela equipe em 300 pessoas – sendo que o evento, de um segmento específico da Química, contou com por volta de 850 inscritos ao todo, pode ser ter uma boa ideia do impacto da ação.
Sessão sobre igualdade de gênero na Ciência foi destaque
No último dia de evento, um dos destaques da programação foi um tema bastante presente ao longo de todo o ENQA: a participação feminina na Ciência e a contribuição que elas podem trazer ao conhecimento. Foi a exposição “Mulheres na Química Analítica, o que está mudando?”, coordenada por Márcia Foster Mesko, da Universidade Federal de Pelotas, e que teve como debatedores Maria das Graças Korn, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Claudete Fernandes Pereira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Daiane Dias, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e Nádia Elígia Nunes Pinto Paracampo, da Embrapa Amazônia Oriental.
As palestrantes trataram de trazer para o debate números que demarcam a diferença de gênero que persiste tanto na distribuição dos cargos diretivos quanto nas carreiras superiores de pesquisa em universidades e instituições Brasil afora. Daiane Dias trouxe dados que ilustram o quanto o cuidado com afazeres domésticos e o tempo envolvido com eles, mal distribuído entre homens e mulheres, prejudica a elas. Diferenças salariais, observadas em praticamente todos segmentos sociais, se refletem também na vida acadêmica.
“Também em relação à remuneração, em 2022, os salários das mulheres são em torno de 80% dos valores dos salários dos homens. Considerando posições de direção ou de gerente, são em torno de 74% esse valor de salário. Se a gente vai para níveis mais inferiores, isso fica ainda mais discrepante. Então, profissionais da Ciência chegam a receber uma diferença de 64% de salários em relação aos salários masculinos”, afirmou a pesquisadora da FURG.
As instituições, porém, estão em diferentes estágios no enfrentamento das desigualdades. Há exemplos positivos, e eles foram destacados na sessão. Um deles, lembrado pela pesquisadora Claudete Pereira, é o da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que conquistou o primeiro lugar entre as universidades do país no quesito da equidade de gênero.
“Ela tem 45 anos desde sua fundação, e daí eles têm que trabalhar políticas para fazer essa promoção e tem toda uma composição de comitês para promover a equidade. Então, a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul tem um programa que eles chamam Programa Sou Mulher na UFMS. E essa iniciativa surge em um comitê de gestão, de inclusão, de internalização de ações afirmativas que é ligada a uma pró-reitoria da universidade, ou seja: a política pública tem que surgir dentro da gestão”, destacou a professora da UFPE.
Homenagens
Na cerimônia de encerramento, personalidades da Química Analítica foram homenageadas: a medalha José Curtis foi entregue a Érico Marlon de Moraes Flores, da Universidade Federal de Santa Maria; a medalha Eduardo Neves, por sua vez, foi concedida a Orlando Fatibello-Filho, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Já a medalha Janusz Paulisnyz foi destinada a Eduardo Costa de Figueiredo, da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). Por fim, o prêmio para Jovens Talentos em Química Analítica – Brazilian Journal of Analitical Chemistry foi consignado a William Reis de Araújo, da Universidade de Campinas (UNICAMP).
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/balanco-positivo-ao-participar-do-enqa-e-do-ciaqa-em-belem-do-para-sistema-cfq-crqs-reafirma-disposicao-de-estar-proximo-da-quimica/
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