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USP de São Carlos desenvolve tratamento que regride câncer de mama de forma mais rápida

Uma pesquisa do Instituto de Química de São Carlos da USP em parceria com a Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveu um tratamento para o câncer de mama.


Uma pesquisa do Instituto de Química de São Carlos (SP) da USP (IQSC/USP) em parceria com a Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveu um tratamento para o câncer de mama que, associado à quimioterapia, potencializa os resultados dos medicamentos, fazendo com o que o tumor seja reduzido mais rapidamente do que quando é usado apenas o método tradicional.
Em testes em camundongos, o procedimento em conjunto com a quimioterapia conseguiu reduzir o tumor em 60%, já a quimioterapia sozinha promoveu uma regressão de 10%.
A pesquisa teve como objetivo destruir a resistência das células cancerígenas antes da quimioterapia para que elas sejam mais atingidas pelos medicamentos e morram mais rápido. Segundo os pesquisadores, o procedimento é eficiente contra o tipo mais agressivo de câncer de mama, o triplo-negativo.

2 de 3 Nova tecnologia desenvolvida pelo Instituto de Química de São Carlos (IQSC) potencializa os efeitos da quimioterapia -oogle Maps

Nova tecnologia desenvolvida pelo Instituto de Química de São Carlos (IQSC) potencializa os efeitos da quimioterapia -oogle Maps
O pós-doutorando do IQSC Vinícius Guimarães Ferreira avaliou 192 compostos químicos com potencial debilitar as células de forma seletiva, ou seja, atuando apenas nas cancerígenas sem prejudicar as saudáveis.
Cada um dos compostos foi testado contra as células doentes. Para isso, foi utilizada uma impressora de compostos químicos capaz de aplicá-los sobre as células de forma automática. Depois as células foram avaliadas para saber quais os efeitos obtidos em cada teste.
A molécula que teve o melhor resultado foi, então, utilizada para o tratamento de camundongos com câncer por 21 dias e os animais que foram tratados apenas com quimioterapia tiveram redução de 10%, já os que tiveram o procedimento prévio tiveram redução de 60% do tumor no mesmo período.
Além de melhorar o efeito do tratamento, o procedimento reduzir os seus efeitos colaterais.
"Com as células cancerígenas intactas, o quimioterápico levaria um tempo maior para matá-las, gerando mais reações adversas aos pacientes que provavelmente precisariam passar por mais sessões. Já com a nossa proposta, a partir do momento em que as células tumorais são sensibilizadas previamente, a efetividade do quimioterápico aumenta e sua toxicidade para as células saudáveis diminui", explicou o professor e diretor do IQSC Emanuel Carrilho, orientador do trabalho.
O pesquisador Vinícius Guimarães Ferreira avaliou 192 compostos químicos com potencial debilitar as células cancerígenas - Foto: Divulgação
O pesquisador Vinícius Guimarães Ferreira avaliou 192 compostos químicos com potencial debilitar as células cancerígenas - Foto: Divulgação
A pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e realizada, em parte em Harvard, onde Ferreira passou um ano.
Agora, os cientistas do IQSC e de Harvard buscam parcerias com a indústria farmacêutica para que o tratamento seja licenciado e os estudos avancem com a realização dos testes clínicos em seres humanos.
Câncer triplo-negativo
O termo "triplo-negativo" é utilizado porque as células cancerígenas não possuem receptores dos hormônios femininos estrogênio e progesterona e também não produzem, ou produzem em poucas quantidades, a proteína HER2, fundamental para o crescimento das células mamárias.
De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, o câncer de mama triplo-negativo (TNBC) é responsável por cerca de 10% a 15% de todos os cânceres de mama e tende a ser mais comum em mulheres com menos de 40 anos. Esse tipo de câncer se difere de outros porque ele cresce e se espalha mais rápido, têm opções de tratamento limitadas e resultados não tão satisfatórios.

Fonte:

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