Hidrogênio “verde”: o combustível do futuro, foi o tema de uma série de painéis realizados nesta quinta-feira (26) no CB Debate, promovido pelo Correio Braziliense. O terceiro painel, intitulado “O papel da cooperação para o envolvimento do mercado brasileiro de hidrogênio verde”, contou com a participação do presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região (CRQ XXI – ES), Alexandre Vaz Castro, que representou o Sistema CFQ/CRQs no evento.
Em sua fala, Vaz apresentou uma perspectiva sobre a importância da Química no cenário atual e o papel dos profissionais da área em relação ao hidrogênio. “A indústria química é a indústria das indústrias. Não existe desenvolvimento sustentável ou social sem Química. O carbono, o oxigênio, o hidrogênio e o nitrogênio são os elementos que formaram o planeta e a vida. Estamos vivos graças ao ácido desoxirribonucleico, o DNA, composto por carbono e hidrogênio. Não vamos acabar com o carbono”, explicou.
Vaz também destacou a necessidade de atualizar a percepção da Química no mundo atual, deixando de lado a visão de antagonista ambiental. “A questão principal é o uso exagerado e indiscriminado de elementos e substâncias químicas. Por muito tempo, a indústria química foi vista como a mais poluidora, mas hoje é uma das que mais trabalham em prol da sustentabilidade, com processos que minimizam emissões de gases de efeito estufa”, pontuou.
Outro aspecto abordado por ele foi a importância de incluir o metano nas discussões sobre gases de efeito estufa, além do dióxido de carbono. “Falamos muito sobre o dióxido de carbono, mas o metano tem um impacto negativo sobre a camada de ozônio dez vezes maior. Precisamos estar atentos a isso”, alertou Vaz.
Cooperação
Durante o debate, o presidente também discutiu as formas de cooperação internacional na pauta do hidrogênio de baixo carbono, tanto no Brasil quanto no exterior. “Para nós, Profissionais da Química, a cooperação internacional é fundamental. Não haveria Ciência sem ela”, enfatizou.
Por fim, ele destacou a necessidade de políticas públicas que incentivem a permanência de profissionais capacitados no Brasil. “Muitos Profissionais da Química vão ao exterior se especializar e não retornam, em busca de melhores oportunidades. Precisamos de políticas que mantenham esse corpo técnico qualificado no país, para que possamos trilhar o caminho do conhecimento aqui”, reforçou.
Palestrantes
No mesmo painel, a professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora Yaeko Yamashita ressaltou a cooperação internacional como ferramenta essencial para o desenvolvimento global. “A cooperação facilita a troca de recursos, tecnologia e conhecimento, o que é especialmente importante para países em desenvolvimento, pois promove crescimento econômico e social”, destacou.
Yamashita também enfatizou a relevância das relações diplomáticas para enfrentar desafios globais, como a descarbonização. “As relações diplomáticas e a cooperação internacional são fundamentais para lidarmos com problemas comuns a todos, como a questão da descarbonização”, completou.
Já o coordenador geral de Descarbonização do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Gustavo Fontenele, discutiu o potencial econômico do hidrogênio de baixo carbono no Brasil. Ele mencionou que, até 2030, o custo de produção de hidrogênio no Brasil pode cair para cerca de US$ 1,25 por quilo, o que colocaria o país em posição de igualdade com outros líderes na produção de hidrogênio, como Estados Unidos, Austrália, Espanha e Arábia Saudita.
Fontenele também reforçou a importância da parceria entre nações para o avanço desse setor no Brasil. “Uma cooperação importante foi o marco da parceria H2 Brasil sobre hidrogênio verde. Precisamos explorar esse potencial com sabedoria para avançar nesse território que, até recentemente, era desconhecido”, concluiu.
Para conferir a íntegra dos painéis sobre o “hidrogênio verde”, acesse o link.???????
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/sistema-cfq-crqs-participa-de-painel-sobre-hidrogenio-verde-no-correio-braziliense/
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