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Desafios e soluções para os “Químicos Eternos” são destaques no 2ª dia do CIPOA

O segundo dia da série de Palestras da Conferência Ibero-Americana de Tecnologias Avançadas de Oxidação (CIPOA) teve como ponto de partida debates importantes sobre os mecanismos associados à degradação de substâncias per- e polifluoroalquil (PFAS), conhecidas como “Químicos Eternos”. Essas substâncias são poluentes orgânicos persistentes, ou seja, têm alta resistência à degradação e podem permanecer no meio ambiente e no corpo humano por anos.

Durante a palestra “Méritos e Limitações de Vários Processos de Oxidação Avançada para a Degradação de PFAS”, o professor e especialista em Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Rice (EUA), Pedro J.J. Alvarez, abordou o PFOA (ácido perfluorooctanóico), um tipo de componente frequentemente encontrado em água contaminada, panelas antiaderentes e embalagens de alimentos. De acordo com Alvarez, esse composto químico representa um risco significativo tanto para a saúde pública quanto para o meio ambiente.

“As aplicações dessas substâncias cresceram e se diversificaram rapidamente, resultando em uma ampla contaminação ambiental. Isso é preocupante, pois essas substâncias podem causar efeitos crônicos à saúde, incluindo câncer e problemas no desenvolvimento. Encontramos PFAS até mesmo no sangue de recém-nascidos; e, uma vez ingeridas, essas substâncias podem levar de quatro a oito anos para serem eliminadas do organismo. Isso reforça a urgência de inovações tecnológicas e regulamentações mais rigorosas”, alertou Alvarez.

Além de discutir os processos de oxidação avançada, Alvarez destacou a biorremediação como uma solução promissora para combater os PFAS. “A primeira experiência de biorremediação na América Latina ocorreu aqui em Florianópolis, há 30 anos. Desde então, aprendemos muito sobre como bactérias podem ser utilizadas para gerar superóxido, um potente agente redutor que auxilia na degradação de PFAS”, explicou.

Processos de Oxidação
Alvarez ressaltou ainda a relevância de um maior entendimento sobre os processos de oxidação avançada e o papel do superóxido na degradação de poluentes como os PFAS.

“Muitos desses processos dependem de espécies reativas de oxigênio para oxidar compostos voláteis. Embora existam diversas técnicas, como a redução de oxigênio em água, o superóxido é particularmente interessante por poder atuar tanto como agente oxidante quanto redutor, o que o torna uma ferramenta versátil no combate a poluentes”, destacou.

O encerramento da palestra veio com um convite à comunidade acadêmica e industrial para unir forças na busca por soluções para o problema dos PFAS. Alvarez reforçou a importância da conscientização sobre a qualidade da água e a necessidade de colaboração entre pesquisa e inovação. “Juntos, podemos enfrentar esses desafios complexos e garantir um futuro mais seguro e saudável para todos”, concluiu o professor.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/desafios-e-solucoes-para-os-quimicos-eternos-sao-destaques-no-2a-dia-do-cipoa/

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