Institucional
Notícias

No fechamento das atividades do CBCTA de Florianópolis, palestra discutiu a química verde no processamento de oleaginosas

No último dia da 29ª edição do Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CBCTA), em Florianópolis (SC), o destaque foi a discussão sobre a Química verde. Uma das palestras sobre o tema foi intitulada “A Química verde e o conceito de biorrefinaria aplicado ao processamento de matérias primas oleaginosas”, proferida por Eduardo Macedo de Mello, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O primeiro aspecto técnico explorado por Mello foi caracterizar a biorrefinaria.

“Na refinaria de petróleo a gente tem uma matéria-prima, que é o petróleo, e essa matéria-prima então é convertida em diversos produtos e energia, certo? A mesma ideia se aplica na biorrefinaria, só que ao invés de usar petróleo como matéria-prima, a gente usa biomassa. Então a conversão de biomassa se dá com bioprodutos e ou energia. Então, por exemplo, a gente pode ter oleaginosas como biomassa e a gente, numa biorrefinaria, a gente vai processar essa matéria-prima e a gente vai chegar então a intermediários ou ingredientes químicos que podem ser, por si só, chamar um produto, por exemplo, os lipídios, os óleos, que podem ser processados novamente para serem incorporados em novos produtos”, afirma.

Ele afirmou ainda que a ideia da Química verde requer o enfoque direcionado a todas etapas do processo. Um elemento presente na extração dos principais produtos das oleaginosas, por exemplo, é o solvente. O hexano, originado de matérias fósseis, é considerado muito poluente e pode ser substituído por substâncias naturais.

“O hexano, que é um solvente, um hidrocarboneto derivado do petróleo, apesar de ter algumas vantagens, como ser um solvente barato, disponível e eficaz à extração, ele apresenta também desvantagens. Então, utilizando os princípios da Química verde, como o uso de solventes verdes, a gente pode conseguir alternativas, substituir o hexano por alternativas mais sustentáveis. Por exemplo, agora na Europa, eles já liberaram para o uso na indústria de alimentos o uso desse solvente, o 2-metiltetraidrofurano”, afirmou.

No final, o pesquisador da UFSC fez uma defesa da Química verde e disse que a sua implementação com mais consistência depende de uma mudança de cultura, que passa pela educação.

“No meu ponto de vista, vejo que um dos grandes desafios está na educação, porque ainda os nossos currículos da Ciência de Alimentos, dentro da indústria, até dentro da Química, na Engenharia de Alimentos, ainda se fala muito pouco da química verde, tem poucas disciplinas voltadas a isso. A gente precisa melhorar a disseminação e o conhecimento sobre a química verde, principalmente nos cursos de graduação e pós-graduação. Tem também um fator de custo econômico e técnico, porque às vezes o custo de mudar uma tecnologia que já está sendo utilizada e funciona pode ser muito grande e difícil de ocorrer. Isso exige nova mentalidade porque a indústria, geralmente, se tem um processo que funciona muito bem, eles tendem a manter esse processo”, concluiu.

O Sistema CFQ/CRQs participou do 29ª CBCTA, em Florianópolis (SC), na condição de patrocinador e contou com um estande, onde atendeu Profissionais da Química que atuam no setor de alimentos e empresas do segmento alimentício. No estande, os conselheiros federais de Química Silvana Calado, Djalma Santana Nunes e Suely Schuh participaram do atendimento, ao lado de Diego Freitas, da Ouvidoria do CFQ, e de representantes do Conselho Regional de Química da 13ª Região (CRQ XIII – Santa Catarina).

No encerramento da jornada da CBCTA 2024, a conselheira Silvana, coordenadora do Comitê de Premiação e Eventos, avaliou que mais uma vez o Sistema CFQ/CRQs fortaleceu sua presença junto aos Profissionais da Química.

“Recebemos um retorno muito positivo de nossa presença aqui a Florianópolis. Vimos os profissionais da Química no segmento de alimentos satisfeitos por estarmos representados, com um estande, interagindo com eles e com as indústrias. Cumprimos nosso papel institucional”, concluiu.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/no-fechamento-das-atividades-do-cbcta-de-florianopolis-palestra-discutiu-a-quimica-verde-no-processamento-de-oleaginosas/

Conselho Regional de Química 2ª Região

Minas Gerais

 Rua São Paulo, 409 - 16º Andar - Centro, Belo Horizonte - MG - 30170-902

 (31) 3279-9800 / (31) 3279-9801