Na mesa redonda “A Demanda de RHs em Energias Renováveis no Contexto da Transição Energética”, mediada pelo professor Claudio Augusto Oller do Nascimento, da Universidade de São Paulo (USP) e que teve como debatedores Fabíola Correia de Carvalho, do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Bojan Marinkovic, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Bruno Carmo, da USP.

Marinkovic abordou a temática da necessidade de expandir o ensino em nível de graduação para atender a demanda que está por vir.

“Geralmente, o que se sabe é que a procura pelos cursos de graduação vêm diminuindo no Brasil e a consequência disso, nitidamente, é redução também de alunos no nível de mestrado e doutorado, porque menos matrículas na graduação vai gerar uma redução na quantidade de mão de obra mais especializada, ainda no nível de mestrado e doutorado. Então, eu coloco isso como uma questão e pergunto se, de fato, estamos preparados para atender toda a demanda da indústria. O Brasil, aparentemente, está em terceiro lugar do mundo em demanda de profissionais ligados a energias renováveis. Eu acho que é uma coisa que o próprio governo tem de pensar”, afirmou.

Bruno Carmo vê o momento atual da energia como compartimentado, o que, ao mesmo tempo, valoriza o profissional e exige que ele busque a diversificação e a constante atualização diante das variedades tecnológicas.

“Diferentemente do que acontecia há algumas décadas, vamos colocar assim, a gente tinha cenários de energia muito centralizados e os problemas poderiam ser compartimentalizados de uma forma muito mais fácil e atacados por grandes grupos. Hoje em dia, a gente tem uma diversificação muito grande, geração de energia renovável por si só já é uma questão bastante diversa, de energia elétrica renovável eólica, solar, biomassa, também temos uma diversidade enorme ali em vários aspectos, principalmente da produção, da conexão, transmissão, distribuição, que muitas vezes são os grandes desafios”, destacou.

Fabíola, por fim, chama atenção para que as soluções renováveis no Brasil sejam pensadas de maneira regional, para reduzir a pegada de carbono e validar a matriz energética enquanto solução sustentável.

“Não faz mais sentido, por exemplo, como hoje funciona, a gente ter áreas remotas em que o combustível daquele avião vai por avião, porque você não tem nem acesso terrestre. Então a emissão de carbono que você leva, fora a emissão de carbono do uso, é uma coisa bem gigantesca, então qual é a ideia de descentralizar? Vou produzir no meu ambiente de uso, produzir inloco e usar inloco. Aí eu trago um outro desafio para todo esse pessoal que está sendo formado e que já está no mercado de trabalho: temos agora outro sistema de unidades, a gente vai ter que trabalhar com esse sistema de unidades descentralizadas, menores, então tem um nicho de oportunidade de trabalho muito grande”, concluiu.

Ao final do evento, a conselheira federal de Química Tereza Neuma Dantas fez uma avaliação do 12º PDPetro.

“Para nós o evento foi um sucesso, tanto pelo número de inscritos, que foram quase 800, quanto pela participação efetiva dos apresentadores de trabalhos, sejam orais, seja pelas palestras e as mesas redondas. Foram todas muito bem conduzidas e com temas muito interessantes para a área do petróleo e para a formação de Recursos Humanos nessa área”, concluiu Tereza Neuma.

Presença do Sistema CFQ/CRQs no PDPetro
O Sistema CFQ/CRQs foi um dos patrocinadores do evento e a única instituição a contar com um estande no local. O PDPEtro é realizado pela Associação Brasileira de Pesquisa e Desenvolvimento em Petróleo e Gás (ABPG), em colaboração com a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

O PDPetro busca reunir pesquisadores, estudantes e profissionais da indústria de petróleo, gás e biocombustíveis para promover discussões sobre os avanços científicos e tecnológicos e discutir temas relacionados à integração entre academia e indústria no Brasil.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/encerramento-do-12o-pdpetro-aproveitamento-de-oportunidades-demanda-qualificacao-e-cuidado-com-apagao-de-mao-de-obra/