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UFRJ cria teste de R$30 que detecta coronavírus em menos de uma hora

Mais barato e rápido do que exames disponíveis hoje, o novo método usa amostras de saliva e de secreção nasal para chegar a resultados tão eficazes quanto o PCR.

Embora seja considerado padrão-ouro para o diagnóstico da Covid-19, o teste de RT-PCR é considerado caro e invasivo - uma vez que depende de amostras das vias do nariz e garganta do paciente. Por isso, pesquisadores Brasil afora têm estudado métodos mais econômicos e menos invasivos, mas que sejam tão assertivas quanto o seu precursor, para acelerar a testagem da população.Um deles foi anunciado nesta quarta-feira (14) por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O exame desenvolvido pelo grupo é capaz de detectar a presença do novo coronavírus em amostras de saliva e de secreção nasal, ao custo de apenas R$30. Em experimentos já realizados com 60 pacientes, a nova alternativa se mostrou 100% eficaz quando comparada ao PCR.


Chamado de Lamp-COVID-19, o teste da UFRJ identifica pedaços de RNA do Sars-CoV-2 a partir de um banho-maria a 60ºC, pipetas e tubos de ensaio. Ao contrário do PCR, o procedimento não depende de equipamentos de alta complexidade. Isso, segundo os cientistas, deverá permitir que ele também seja realizado em locais com pouca infraestrutura.O exame amplifica o genoma viral em menos de meia hora e consegue encontrar até dez cópias do vírus em uma mesma amostra. A cor assumida pelo material coletado, que muda após cerca de 40 minutos, aponta para a situação do paciente: se ficar rosa, é negativo para o coronavírus; se amarelar, positivo. No total, o resultado sai em menos de uma hora - intervalo que também é considerado uma vantagem em relação ao PCR, que demora mais tempo para chegar a uma resposta.

A cor assumida pelo material coletado, que muda após cerca de 40 minutos, aponta para a situação do paciente: se ficar rosa, é negativo para o coronavírus; se amarelar, positivo.
Os pesquisadores acreditam que o novo teste pode ser uma ferramenta especialmente importante para ser aplicada em crianças, sobretudo as que estão hospitalizadas e precisam realizar exames de diagnóstico repetidas vezes. Isso porque a alternativa eliminaria o incômodo provocado pela coleta nas vias do nariz e garganta.Liderado pelas pesquisadoras Mônica Lomeli, do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM/UFRJ), e Fabiana Ávila Carneiro, docente do campus Duque de Caxias da UFRJ, o grupo responsável pelo teste contou ainda com cinco estudantes das áreas de Biotecnologia, Engenharia Química, Engenharia de Bioprocessos e Nanotecnologia. O quinteto fundou a startup Osiris Life Sciences, que desenvolveu a proteína a ser usada como reagente nos kits de diagnóstico.Agora, a equipe está em busca de parceiros para viabilizar a produção em larga escala dos testes e sua posterior comercialização. A meta prioritária é que a invenção esteja disponível em breve pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Dessa forma poderemos contribuir para o maior acesso da população ao diagnóstico e cooperar para o enfrentamento da pandemia em nosso país", avalia, em comunicado, Carneiro, vice-coordenadora da pesquisa, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj).

Fonte:

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