No dia de encerramento do 9º Encontro Nacional de Química Forense (ENQFor), do 6º Encontro da Sociedade Brasileira de Ciências Forenses (SBCF) e do 19º Congresso Regional Latino-Americano de Toxicologia Forense (TIAFT), uma das mesas mais concorridas foi a que reuniu egressos da Universidade de São Paulo (USP) e que traçaram diferentes caminhos ligados à Química Forense.
O encontro, intitulado “Trajetórias de Sucesso: histórias inspiradoras de egressos do curso de Química Forense da USP”, contou com as participações de Eduardo G. de Campos, da Sam Houston State University, nos Estados Unidos, Laís Bueno, da Polícia Científica de São Paulo, João Pedro Alves Baptista, da Polícia Federal, Caio Henrique Pinke Rodrigues, da própria USP e Milena Morsoletto, do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul.
Para uma plateia repleta de estudantes, cada um trouxe um pouco de sua trajetória e falou de experiências, motivações e persistência para alcançar os objetivos almejados.
Campos falou da oportunidade que teve de atuar no Exterior.
“Esse período que eu fiquei lá realmente foi muito importante pra mim, tanto no sentido de ter a oportunidade de trabalhar em um laboratório diferente, quanto a oportunidade de trabalhar em um laboratório diferente em outro país, entender a estrutura das Ciências forenses nos Estados Unidos, isso foi enriquecedor”, afirmou.
Laís, por sua vez, apresentou um panorama da Química forense na prática no universo da perícia, visto que as demandas da sociedade são as mais variadas:
“Na prática eu fui entender, assim, pela polícia científica do estado de São Paulo, que se você embarcar no trabalho de rua, você acaba sendo um clínico geral, ou seja, sai de tudo, desde o local de incêndio, o acidente de trânsito, a fábrica de anabolizante, tudo, tudo. Dentro da sua área, você vai ver de tudo”, disse.
Alves Baptista trouxe sua experiência pessoal e de como utilizou os conhecimentos obtidos na graduação para estudar para o concurso da Polícia Federal.
“Na hora do concurso, eu tive uma sorte muito grande de que o concurso da Polícia Federal é aberto justo no semestre que eu estava terminando o meu curso. Então, eu ainda tinha acesso a todos os meus materiais do curso para me ajudar a fazer a prova, para estudar. O curso oferece a Química forense, mas quando eu fazia tinha a parte de Direito também, o que servia para o concurso, na parte geral. Então, isso também me ajudou bastante”, comentou.
Para Pinke Rodrigues, professor da USP, seguir na academia permite ampliar horizontes e se aprofundar na Química forense, utilizando a Ciência como linguagem universal para o diálogo com profissionais de diferentes áreas.
“Me encanta a possibilidade de transitar entre várias outras áreas, assim, ter várias opções. A referência que faz os olhos brilharem é estar dentro dessa ênfase, de ter a possibilidade de ficar dentro da Química de referência e transitar em um campo ainda maior, interdisciplinar, de poder conversar com outros profissionais, de estar sentado conversando com um juiz, com um biólogo, um farmacêutico, transitar e dialogar com antropólogos. Então, essa bagagem o curso oferece e ela também é muito sólida”, disse o docente.
A perita Milena, que atua no Rio Grande do Sul, falou da experiência do concurso público em si, da espera pelo chamamento e a nomeação.
“Só tinha uma vaga por aqui no concurso de 2017, e eu fiquei em quarto lugar, para ter que esperar toda a lista de cadastro reserva, mas deu tudo certo, consegui entrar em 2021, e essa experiência que eu tive no laboratório de saneamento (em Caxias do Sul) me trouxe a capacitação na ISO 1725, que possibilitou que eu estivesse de verdade no laboratório agora. Então, por mais que a espera seja longa, eu estive focada no meio do caminho e tudo que adquiri de conhecimento vai colaborar com as nossas atividades”, concluiu Milena.
Em seguida à mesa de debates, foi realizada a cerimônia de encerramento dos eventos de Ribeirão Preto. Foram entregues os prêmios aos concorrentes dos melhores trabalhos científicos e desvendadas as circunstâncias das atividades definidas como “cena do crime”, exposta no hall central da ENQFor.
O Sistema CFQ/CRQs, patrocinador ouro, esteve presente com um estande na área do ENQFor. Uma equipe do CFQ e do Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV – São Paulo) atendeu aos profissionais no estande, dirimindo dúvidas, oferecendo informações e divulgando as ações do Sistema ao público.
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/encerramento-do-enqfor-em-ribeirao-preto-apresenta-historias-inspiradoras-de-profissionais-da-quimica-forense/
Conselho Regional de Química 2ª Região
Minas Gerais
Rua São Paulo, 409 - 16º Andar - Centro, Belo Horizonte - MG - 30170-902
(31) 3279-9800 / (31) 3279-9801