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Vacinas de adenovírus podem gerar resposta duradoura robusta contra Covid

Em testes com camundongos, vetores adenovirais - como os usados nas vacinas da AstraZeneca e da Janssen - conseguiram atingir células de vida longa associadas ao sistema imunológico.


Em testes com camundongos, vetores adenovirais - como os usados nas vacinas da AstraZeneca e da Janssen - conseguiram atingir células de vida longa associadas ao sistema imunológico
Vacinas de adenovírus podem gerar resposta duradoura robusta contra Covid

Em testes com camundongos, vetores adenovirais - como os usados nas vacinas da AstraZeneca e da Janssen - conseguiram atingir células de vida longa associadas ao sistema imunológico
Vacinas de adenovírus podem gerar resposta duradoura e robusta, diz estudo.

Vacinas baseadas em vetores adenovirais - como as da AstraZeneca/Oxford, da Janssen e a Sputnik V - podem gerar respostas imunológicas robustas de longo prazo contra a Covid-19. É o que estima um estudo publicado no periódico científico Nature Immunology nesta quinta-feira (15), que avaliou a ação de dois vetores de adenovírus em camundongos: o AdHu5-GFP, de humanos, e o ChAdOx1-GFP, de chimpanzé. Ambos foram produzidos pelo Jenner Institute Viral Vector Core Facility, na Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Os vetores adenovirais são estruturas criadas a partir dos adenovírus - uma família de vírus associada ao resfriado comum. Funciona assim: os cientistas removem qualquer material genético de um adenovírus que possa permitir que o patógeno se replique ou cause doenças; em seguida, o adenovírus recebe instruções genéticas que o ensinarão a criar um alvo na superfície de outro vírus.No caso da Covid-19, o adenovírus usa as instruções para produzir, dentro de si, parte do código genético do Sars-CoV-2 - mais especificamente, a sequência que se refere à proteína spike (S), responsável por ajudar o coronavírus a entrar nas células humanas. Ao ser introduzido no organismo, esse vetor adenoviral "ensina" o sistema imunológico a reconhecer a ameaça do novo coronavírus, fazendo com que o corpo crie uma memória contra o agente infeccioso.No estudo, feito com camundongos, os pesquisadores constataram que vetores adenovirais podem atingir um grupo de células de vida longa que, apesar de originalmente funcionarem como uma estrutura inerte para os tecidos, também parece ter um papel importante no controle imunológico: as células estromais fibroblásticas (FSCs, na sigla em inglês).Durante os testes, os vetores impulsionaram a formação de "depósitos" de antígenos nessas células, especialmente em tecidos como pulmão, fígado e baço. A longa vida dessas células significa que o antígeno poderia ser "mostrado" ao sistema imunológico repetidas vezes ao longo do tempo, o que, segundo o estudo, funcionaria como um "campo de treinamento" para a geração a longo prazo das células de defesa T CD8+.

A células T podem identificar e destruir uma célula (verde) infectada pelo Sars-CoV-2 (amarelo)

"Os adenovírus coevoluíram com os humanos ao longo de muito tempo e aprenderam muito sobre o nosso sistema imunológico nesse processo", observa Burkhard Ludewig, um dos principais autores do estudo. "Os vírus são sempre os melhores professores, e aqui eles nos ensinaram uma lição importante sobre a melhor forma de aumentar as respostas das células T assassinas. As células T que vêm desses 'campos de treinamento celular' parecem ter um nível muito alto de aptidão", acrescenta, em comunicado, o professor da Universidade de Zurique e chefe do Centro de Pesquisa Médica do Hospital Cantonal St. Gallen, na Suíça.Outro mecanismo observado pelos pesquisadores durante os experimentos foi o aumento da IL-33, uma interleucina tida como a principal mensageira química envolvida na sinalização das células T. A equipe acredita que esse efeito adjuvante pode incentivar a produção de células de defesa "mais energéticas", que sobreviveriam no tecido periférico, resultando em uma resposta imune robusta."Milhões de pessoas terão recebido vacinas de adenovírus em todo o mundo, não apenas a vacina Oxford-AstraZeneca, mas a vacina J&J [da Janssen], e também as versões chinesa [o imunizante da CanSino] e russa [a Sputnik V]", pontua Paul Klenerman, um dos principais autores do estudo. "O objetivo final dessas vacinas é a indução de proteção de longo prazo do sistema imunológico usando anticorpos e células T. Esta pesquisa nos ajuda a entender mais sobre o processo de vacinação e por que os efeitos nas células T assassinas podem ser tão prolongados", acrescenta, em nota, o professor de Gastroenterologia no Departamento de Medicina de Nuffield, da Universidade de Oxford.

Fonte:

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