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CFQ sedia Café Global de Mulheres 2025 da IUPAC, com temática sobre equidade de gênero na Ciência

O Conselho Federal de Química (CFQ) sediou, nesta terça-feira (12/02), o Café Global de Mulheres 2025, com o tema “Acelerando a Equidade de Gênero na Ciência”. O Café Global é mundialmente organizado pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC, na sigla em inglês) e reúne mulheres que atuam na Química em diversos pontos do planeta.

As boas-vindas do anfitrião ficaram por conta do presidente do CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho. Ele destacou a importância da pauta para o Sistema CFQ/CRQs e enumerou iniciativas de sua gestão para o combate ao preconceito de gênero.

“Acreditamos que a diversidade de olhares e de pontos de partida constituem um diferencial para a boa Ciência de um modo geral, e para a Química em especial. Homens e mulheres possuem capacidades distintas de contribuir para a pesquisa e para o desenvolvimento e não há razão para que o mundo deixe de desfrutar dessa fonte de conhecimento”, afirmou em seu discurso de abertura.

No cerimonia de abertura, a Chefe da Assessoria de Comunicação, Jordana Saldanha, trouxe dados que reafirmam a importância da pauta da equidade. Segundo a Unesco, apenas 33% dos pesquisadores no mundo são mulheres, e menos de 30% das estudantes em áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) escolhem carreiras científicas. A Coordenadora do Programa Nacional Olimpíadas de Química, Nilce Viana Gramosa, explanou sobre a relevância e a importância crescente da realização do Café Global. Desde 2011, o número de eventos ao redor do mundo subiu de 100 para 397 em 2025.

“O número de participantes desse evento foi de algo entre 5 mil e 10 mil na primeira edição. Em 2024, tivemos mais de 22 mil”, destacou Nilce.

A primeira palestrante da edição de 2025 do Café Global foi Juana Nunes, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Ela aponta para a necessidade de se fazer do ambiente científico um espaço mais acolhedor, para levar a um sentimento de pertencimento para o público feminino.

“As dificuldades começam quando elas vão virando adolescentes, elas vão ficando mais velhas. Elas vão abandonando essa perspectiva da Ciência. Isso tem a ver com um lugar de pertencimento, um lugar na sociedade que vai sendo desenhado para elas, que não é um lugar da Ciência. Também tem a ver com uma questão social, que é importante a gente também falar aqui um pouco sobre como hoje nas escolas públicas brasileiras, no ensino médio, nós temos muitas meninas que deixam de frequentar a escola porque estão em trabalhos de cuidado, em suas famílias”, afirma Juana.

A segunda palestrante foi Patrícia da Luz, docente do Instituto Federal do Pará (IFPA) e vice-presidente do Conselho Regional de Química da 6ª Região (CRQ VI – Pará e Amapá). Ela falou sobre a experiência como coordenadora do Quimeninas, uma competição nacional de Química destinada às meninas do 9º ano do ensino fundamental ao 2º ano do ensino médio de todo o Brasil e trouxe dados sobre a presença feminina na produção acadêmica de Ciência no país.

“As mulheres são maioria na pós-graduação, são 51,8% contra 38% dos homens nesse estágio da carreira. Mas quando se analisa a questão das bolsas por produtividade, a produção científica, apenas 35,6% dos concorrentes às bolsas são mulheres”, destaca Patrícia.

Sobre o Quimeninas, ela destaca a tendência crescente no número de participantes.

“Em 2023, foram 43.573 estudantes participantes, meninas de todo o Brasil. No ano passado, 2024, 58.696 participaram. Um crescimento muito importante”, completou.

A terceira palestrante foi Ana Claudia Mota, da Coordenação dos Programas de Pesquisas em Educação, Popularização e Divulgação Científica (COEDC) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ela falou das ações do CNPq voltadas para a questão de gênero na Ciência nos últimos dois anos, entre elas a Chamada Pública MCTI/CNPq – Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação.

“É um edital muito interessante, que teve investimento de R$ 100 milhões. Espero que tenhamos ainda mais (recursos) na próxima edição. Ele selecionou projetos de até R$ 1,2 milhão, abarcando redes nacionais, redes regionais e projetos individuais, num período de três anos de implementação”, afirmou, acrescentando que recortes étnicos também foram contemplados, para ampliar a diversidade nas medidas.

No encerramento do evento, a conselheira federal e coordenadora do Grupo de Trabalho Mulher na Química do CFQ, Ana Paula Sayd, falou sobre a importância de acolher as estudantes mais jovens e oferecer a elas as informações necessárias para que direcionem bem suas carreiras.

“Entendo que ações regionalizadas que sejam voltadas para a mentoria e esclarecimento das nossas jovens no fim do ensino médio são fundamentais – e nós do Sistema CFQ/CRQs temos essa capilaridade. Elas têm muitas dúvidas e acho importante promover eventos para tirar essas dúvidas. São eventos que nem sempre têm um público muito grande, mas são pertinentes e contínuos para que possamos nos tornar referência. Um dia nós fomos as meninas que tiveram esses questionamentos”, concluiu a conselheira federal.

Realizado pela Associação Brasileira de Química e IUPAC e organizado pela Universidade Federal do Piauí, Universidade Federal do Ceará, pelo CFQ e pelo Programa Nacional das Olimpíadas de Química, o Café Global tem patrocínio do CNPQ, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, além do CFQ.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/cfq-sedia-cafe-global-de-mulheres-2025-da-iupac-com-tematica-sobre-equidade-de-genero-na-ciencia/

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