Pesquisadores da UF de São Carlos desenvolveram um tecido com garrafas pet que filtra o ar.
Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um tecido com garrafas pet que filtra o ar, sendo capaz de impedir a passagem de nanopartículas, inclusive o novo coronavírus.
O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Controle Ambiental, no Departamento de Engenharia Química. A fase de regulação do projeto pode ser aprovado a qualquer momento, a partir do momento que houver interesse de empresas que fabricam filtros, máscaras e outros equipamentos de proteção individual (EPI) em desenvolverem o produto.
Segundo os pesquisadores, o material é uma fibra produzida a partir da reciclagem de garrafas pet transparente.
"A partir da membrana que nós confeccionamos, nós vimos que o potencial de eficiência de filtração era de até 100% para partículas na faixa de diâmetro que compreendem as nanoparticulas. Dentro dessa faixa de diâmetro estão vírus, bactérias, agentes patogênicos que causam infecções em geral como o novo coronavírus", explicou a aluna de doutorado do departamento de engenharia química, Daniela Freire Bonfim.
A garrafa pet é triturada e recebe dois reagentes que derretem o plástico, transformando-o em uma solução bem líquida.
São duas formas de processo: a primeira é colocando dentro de uma seringa e, aos poucos, soltando para uma placa metálica; a outra é utilizando um equipamento semelhante a uma máquina de tear.
De acordo com a doutoranda Gabriela Brunosi Medeiros o processo é de baixo custo. "A gente parte de um polímero que é o pet, que é reciclável, e consegue transformar em filtros tanto para o ar, quanto para a máscara, então é uma técnica bem interessante", revelou.
Para saber a eficácia do tecido produzido, os pesquisadores utilizaram um dos equipamentos do laboratório que simula vírus e bactérias com nanopartículas de sal.
As nanopartículas são carregadas pelo ar e são forçadas a passar através do filtro do tecido. O equipamento faz a contagem de nanopartículas antes e depois da passagem.
"No caso do nosso tecido de pet, nenhuma nanoparticula passou pelo tecido. O equipamento contou zero partículas depois do tecido, ou seja, o tecido foi 100% eficiente", disse o doutorando Bruno José Chiaramonte de Castro.
A tecnologia ainda pode ser aprimorada com nanopartículas de cobre, que são capazes de inativar o coronavírus caso ele pare na máscara.
Fonte:
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