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Transporte de Químicos Reduziu Acidentes em 75% Unindo forças de toda a Cadeia Produtiva

O transporte de produtos químicos, em especial dos granéis líquidos, é o primeiro elo da cadeia produtiva na direção dos consumidores.


O transporte de produtos químicos, em especial dos granéis líquidos, é o primeiro elo da cadeia produtiva na direção dos consumidores, por isso e por se tratar de substâncias perigosas essa atividade é tratada como prioritária pela indústria química. Todos os esforços são feitos para evitar acidentes e, quando necessário, mitigar danos (veja mais sobre este aspecto na seção Meio Ambiente da Revista Química e Derivados).

“Em todo o mundo, busca-se uma aproximação entre os produtores químicos e os transportadores com o objetivo de alcançar os padrões mais elevados de segurança e qualidade”, comentou Luiz Shizuo Harayashiki, gerente de gestão empresarial da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Trata-se e atividade muito bem regulamentada, que exige investimentos e qualificação elevados, além de receber acompanhamento constante.

“Apesar das exigências severas, não sentimos redução da oferta de serviços logísticos, há uma estabilidade, pois registramos entre 700 e 900 unidades certificadas no Sassmaq ao longo dos últimos quatro anos”, relatou Shizuo.

O perfil dos transportadores certificados no Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade (Sassmaq, criado em 2001), da Abiquim, registra a presença majoritária de grandes e médias companhias, mas também há pequenas empresas logísticas listadas.

O Sassmaq opera os módulos rodoviário e de estações de limpeza de tanques, ambos com metodologia consolidada e larga experiência.

“Já está pronto e aguardando o momento para ser lançado o módulo que avaliará a qualidade e a segurança de terminais para contêineres e isocontêineres químicos, elaborado com base em normas internacionais e com apoio técnico dos nossos associados”, comentou Shizuo.

Além disso, está em estudos a ampliação do escopo do módulo das estações de limpeza, bem como avançar para um módulo de armazenagem química.

Essas evoluções são necessárias para acompanhar a dinâmica do mercado.

Como explicou Shizuo, as empresas de transporte estão a cada dia assumindo mais funções para melhor atender aos seus clientes. Mas isso também exige acompanhamento rígido por parte da indústria.

A concentração de esforços no setor rodoviário se explica pelo predomínio desse modal de transporte sobre os demais no que se refere às cargas químicas.

Há cinco anos, a Abiquim apresentou ao governo federal um estudo complexo que relacionou 70 pleitos para reduzir custos e aumentar a segurança dos transportes do setor.

A lista abrange desde a melhoria na conservação das rodovias até a diversificação dos modais, com investimentos em ferrovias e portos.

“Estamos animados com o lançamento do Plano Nacional de Logística 2035 pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas, com forte direcionamento para a ampliação dos modais ferroviário e aquaviário, uma reivindicação antiga não apenas do setor químico”, considerou.

O PNL 2035 está em fase de consulta pública que pode ser acompanhada em: www.gov.br/participamaisbrasil/plano-nacional-de-logistica-pnl-2035.

Shizuo explica que o uso mais intenso de ferrovias, dutovias e navios terá impactos positivos econômicos, mas também ambientais.

“O uso das rodovias para transporte de carga em longas distâncias não é ambientalmente correto, emite uma quantidade muito grande de CO2 que seria reduzida substancialmente com o uso de outros modais”, ressaltou.

Na atual configuração logística brasileira, o custo de se transportar um contêiner de Salvador-BA para São Paulo-SP é mais alto do que trazer o mesmo contêiner de Xangai para Santos-SP, segundo o gerente de gestão empresarial.

“Esperamos que isso mude, aliás, a Abiquim tem longa parceria com a Empresa de Planejamento e Logística, autora do PNL 2035”, informou.

Alguma coisa começou a melhorar. Segundo Shizuo, o atraso para atracação nos portos brasileiros (demourrage) caiu de 20 a 25 dias para 3 dias, em média, com forte redução dos custos com multas.

“Isso foi obtido mediante um longo trabalho realizado pela Abiquim e os operadores portuários”, comentou.

O trabalho de descarga dos navios recebeu modificações que agilizaram o processo.

Cuidado na estrada

Dada a prevalência do modal rodoviário, o Sassmaq busca selecionar e qualificar transportadores, mas também indicar soluções para alguns pontos críticos.

A estrutura geográfica do mercado químico, com três grandes polos produtores (São Paulo, Camaçari-BA e Triunfo-RS) e uma concentração de consumidores na região Sudeste, exigiu definir as rotas de transporte mais seguras e eficientes, recebendo mais atenção por parte dos envolvidos.

“Dentro do Sassmaq, são conduzidas até discussões sobre essas rotas, com o objetivo de reduzir o risco de acidentes”, comentou Shizuo.

A maior frequência de cargas está no eixo entre Bahia e São Paulo, passando por Minas Gerais, este considerado o trecho mais crítico, pela necessidade de transpor muitas serras, com aclives, declives e curvas acentuadas.

Ao lado desse esforço, desde 2005, a Abiquim mantém com o Sest/Senat e outras entidades setoriais o programa Olho Vivo na Estrada, um sistema de gerenciamento de riscos com foco no comportamento humano.

“Esse programa conta com a participação dos motoristas que ficam atentos ao modo como os demais conduzem seus veículos em cada trajeto, relatando erros e desconformidades”, comentou Shizuo. “Com base nas informações coletadas, são tomadas atitudes corretivas e estabelecidos treinamentos específicos.”

A Abiquim e o Sest/Senat estão desenvolvendo um módulo de web aulas pelo qual os motoristas acompanharão as exposições de qualquer lugar, com acesso direto a tutores ou monitores para permitir a resposta imediata a eventuais questionamentos.

“Os motoristas pediram isso, às vezes eles ficam com dúvidas e precisam saná-las na hora”, explicou.

Já estão disponíveis cursos de atualização de forma presencial nas dependências do Sest/Senat e de transportadoras, ou em salas estabelecidas para esse fim, usando a internet.

A soma de todas as iniciativas gera resultados positivos.

O programa Atuação Responsável, estabelecido no Brasil em 1992, monitora o desempenho da indústria química em aspectos relacionados ao meio ambiente, saúde e segurança.

Fonte:

Conselho Regional de Química 2ª Região

Minas Gerais

 Rua São Paulo, 409 - 16º Andar - Centro, Belo Horizonte - MG - 30170-902

 (31) 3279-9800 / (31) 3279-9801