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Cosméticos como inspiração aos jovens químicos

A 4ª edição do Projeto Inspiração, do Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV), trouxe para discussão o tema cosméticos.


A 4ª edição do Projeto Inspiração, do Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV), trouxe para discussão o tema cosméticos. O projeto envolve uma série de debates entre os profissionais da Química, contemplando as mais diversas áreas de atuação e promovendo abordagens referentes à evolução da carreira e às perspectivas desse setor.

Na noite da terça-feira (27), a live contou um pouco sobre a atuação dos profissionais de Química no setor de cosméticos. Segundo os especialistas, o profissional da Química está diretamente envolvido na área cosmética, seja na produção, nos processos de boas práticas, gestão de qualidade, controle de qualidade, no desenvolvimento, na gestão ambiental, entre outros.

A engenheira química, com extensão em Cosmetologia, Cibele de Castro Lima explicou um pouco da sua trajetória. Ela disse que sempre foi apaixonada por cosméticos, desde a adolescência. Eu olhava os rótulos dos xampus e ficava observando a composição do produto.

A profissional, autora de vários artigos científicos nacionais e internacionais na área de cuidados com os cabelos e cosméticos, começou a sua carreira na validação de metodologia analítica.

Cibele traz no currículo, ainda, dois doutorados, sendo o último no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP). Também atuou como perita judicial dando pareceres para juízes e desembargadores. A Química capacita muito e agrega muitos universos, argumentou.

Graduado em Química Industrial e pós-graduado em Cosmetologia, Matheus Vieira começou a trabalhar aos 12 anos como guarda-mirim, na cidade de Franca, interior do estado de São Paulo.

Trabalhei também numa farmácia de manipulação aos 14 anos. E, com 15 anos, tive o meu primeiro contato com o setor de cosméticos. Ali comecei a traçar um perfil profissional: eu vou ser farmacêutico, comentou.

Enquanto fazia um curso técnico em Farmácia pelo Senac, a disciplina de Química logo chamou atenção e, de certa forma, alterou o desejo inicial. Dali já ingressei na faculdade de bacharel em Química. No último ano, decidi trabalhar com cosméticos, pois percebi, em 2008, que o setor apresentava um crescimento de dois dígitos, observou o químico.

Esse novo mundo o fisgou de tal forma que, certo dia, pediu para que o pai o acompanhasse até a cidade mineira de Uberaba para tentar uma vaga como estagiário numa fábrica de cosméticos. Foi a maior experiência profissional da minha vida. Operava reator de quatro e cinco toneladas, afirmou.

Ele ficou na cidade mineira, em uma pensão, deixando para trás 10 anos de farmácia na sua cidade natal.

A vida de Vieira seguiu, tendo a capital paulista como novo destino, local que lhe permitiu a conclusão de pós-graduação e o convite, por um amigo, para tocar um projeto de abertura de uma fábrica. Ele trabalha até hoje nessa empresa, sendo o responsável pelo desenvolvimento de produtos e pela gestão da operação fabril.

Mas as ocupações do químico ainda são maiores. Ele também compõe, junto com as demais convidadas, a Câmara Técnica de Cosméticos do CRQ IV, onde convive com seus antigos professores.

A terceira convidada do projeto, Silvana Kitadai Nakayama, é graduada em Engenharia Química pela Universidade Mackenzie, e pós-graduada em Cosmetologia. Segundo ela, a paixão pela Cosmetologia já estava no seu DNA.

Silvana iniciou na área como estagiária, enquanto estava na faculdade. Assim que se formou, recebeu uma proposta para atuar como responsável técnica. Daí em diante, as oportunidades surgiram, uma após a outra.

Fui estudar nos Estados Unidos também com o objetivo de aprimorar o idioma inglês. Fiquei um ano por lá. Ao regressar para o Brasil, consegui uma vaga como gerente de Pesquisa e Desenvolvimento. É preciso manter a mente aberta, e não esquecer também do espírito empreendedor de si mesmo, complementou a profissional.

Cenários

No meio da live, a mediadora do CRQ IV, Andrea Mariano, indagou aos convidados sobre como observam o futuro do setor de cosméticos.

Na visão da química Silvana, o setor é dinâmico, pois, segundo ela, vai retomar rapidamente o crescimento, o que já pode ser evidenciado pelas vendas online, que foram impulsionadas com a pandemia. Acredito numa retomada muito forte, com muita inovação e um consumo consciente, destacou.

Cibele lembrou da sua recente participação em um congresso (online) internacional, no qual teve a possibilidade de estabelecer contato com gigantes da pesquisa e mais de 800 participantes. Ela constatou que o Brasil não está atrás em relação à pesquisa cosmética.

Para Vieira, o setor era um antes da pandemia e outro após. Vai mudar muito nos próximos anos. O volume de vendas vai voltar a crescer. Porém, as empresas vêm construindo cenários há muitas décadas.

De acordo com ele, o mercado vem conquistando novos nichos como o de terapia capilar e óleos essenciais. São matérias-primas antigas, que hoje estão em evidência. O consumidor final vem buscando a naturalidade. O trabalho do CRQ, de compartilhar conhecimento, é muito interessante para os futuros profissionais, garantiu.

Ao se aproximar do encerramento, os debatedores e a mediadora abordaram os produtos veganos. Para eles, é um movimento social crescente e com uma certa tendência no mercado. Mas, segundo os especialistas, os produtos veganos seguem as mesmas exigências que os produtos tradicionais no mercado, como licenciamento na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outras legalidades já existentes. Eles ressaltaram que os produtos industrializados são tão seguros e eficazes quanto outros.

Ao final, os analistas deixaram uma mensagem aos estudantes e jovens profissionais, incentivando a realização de cursos complementares mesmo os onlines , lembrando a importância deles como complemento da grade curricular das instituições de ensino. Os cursos de especialização ajudam muito no processo seletivo, disse Silvana.

Vieira recordou que, no seu bacharelado em Química, o foco da instituição era baseado na economia da região, como em fábricas de curtume e com aulas de cervejaria, por exemplo. "A formação básica atende os requisitos, mas eu aconselho adentrar nas especializações, ressaltou.

Os convidados ainda fizeram questão de lembrar que o CRQ IV oferece diversos cursos, inclusive, onlines.

Quer assistir à live completa? Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=munkX7NQuiw

Fonte:

Conselho Regional de Química 2ª Região

Minas Gerais

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