Resultado do monitoramento de óleo no litoral, financiado pelo governo de AL, é publicado em periódico internacional.
Em novembro de 2019, o Governo de Alagoas investiu R$ 200 mil, em caráter emergencial, para garantir o monitoramento de óleo no litoral do estado até 2021 devido ao acidente com petróleo venezuelano que afetou a costa de nove estados brasileiros. O material recolhido em praias e águas doces das costas de Alagoas e Sergipe, entre agosto de 2019 e janeiro de 2020, gerou análises agora publicadas num periódico científico acessível globalmente, distribuído por 19 bases de dados internacionais.
O Marine Pollution Bulletin (Boletim de Poluição Marítima) se define como a "fonte internacional para cientistas, engenheiros, administradores, políticos e advogados com interesse no ambiente marinho".
O texto científico, escrito em inglês, tem o mérito extra de levar a cor local do Nordeste brasileiro, contextualizando o impacto ambiental face à importância das praias, mangues e pescados, para quem sobrevive e convive nesta realidade.
A partir dele, cientistas, jornalistas e interessados do mundo inteiro vão poder acessar dados confiáveis para entender o que aconteceu, dispondo de evidências para atuar no presente e subsídios para enfrentar situações similares no futuro, em relação à segurança de águas e pescados.
O professor Fábio Guedes Gomes, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), destacou o "caráter multidisciplinar da pesquisa", e suas dimensões de "diagnóstico e mitigação".
Ainda em julho de 2020, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) lançavam o primeiro relatório dos dados, que alicerçava o trabalho de orientação pública do qual se tornaram as vozes, esclarecendo a população a respeito da possibilidade de contaminação das águas e pescados.
Perspectivas
"Lembrando que não tínhamos dados anteriores [ao derramamento de óleo] quanto à qualidade da água e quanto à contaminação dos organismos aquáticos", observa o professor Emerson Soares, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
"Não basta que publiquemos um trabalho e estamos resolvidos. Agora temos que estar mais atentos, e o Estado também, para que em ações futuras não corramos de novo o risco que nós passamos, quando ninguém tinha informações atuais ou em tempo real", enfatiza o pesquisador.
"Essa situação que vivenciamos serve de alerta, para que a gente possa ter grupos mais envolvidos nos trabalhos de monitoramento, e que tenham mais editais e mais ações, já que somos beneficiados pelo ambiente maravilhoso, pois a parte do turismo gera muito emprego, e também pela pesca, que é importante para Alagoas", observa.
Financiamento
O artigo é fruto de atividades de monitoramento de 25 pesquisadores, em seis laboratórios: LAQUA, LASSOP, LPQPN e LINQA, em Alagoas e LAF e LTMA, da Universidade Federal de Sergipe.
O financiamento concedido pela Fapeal foi coordenado pela professora Marília Goulart, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB Ufal). Os pesquisadores também receberam recursos Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Assinam o estudo: Emerson Soares, Mozart Bispo, Vivian Vasconcelos, João Inácio Soletti, Sandra Helena Carvalho, Maria Janaína de Oliveira, Mayara dos Santos, Emerson Freire, Aryanna Nogueira, Francisco Antônio Cunha, Rafael Sandes, Raquel Anne dos Santos, Maria Terezinha Leite Neta, Narendra Narain, Carlos Alexandre Garcia, Silvânio da Costa e Josué Carinhanha Santos.
Fonte:
Conselho Regional de Química 2ª Região
Minas Gerais
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