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Live discute o abastecimento de água na crise hídrica

Com o risco de uma crise hídrica, o assunto volta, mais uma vez, a ser o centro dos debates.

Com o risco de uma crise hídrica, o assunto volta, mais uma vez, a ser o centro dos debates. São muitas dúvidas e questionamentos acerca do tema e, pensando nisso, a Câmara Técnica de Meio Ambiente do Conselho Regional de Química da 3ª Região (CRQ III) trouxe pauta para discussão em live realizada no dia 13 de outubro. O convidado foi Edes Fernandes, ex-diretor presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) e da Companhia de Saneamento de Maricá (SANEMAR). A apresentação ficou por conta do vice-presidente do CRQ III e coordenador/pesquisador no Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Harley Martins.

Fernandes começou explicando que a crise se dá quando um corpo ou um sistema hídrico está sob estresse, e há uma disponibilidade de água menor do que a necessária para atender aos serviços naquele momento. Ele falou sobre o trabalho realizado à frente das companhias de água durante as crises hídricas nos períodos entre 2003 a 2004 e 2014 a 2015. “Em 2014, a extensão e intensidade foram maiores, afetou um número maior de pessoas. Mas com a participação de diversos atores, a crise não se tornou um problema para o sistema de abastecimento principal do Rio de Janeiro”.

Outro ponto ressaltado pelo ex-diretor presidente da CEDAE foi sobre a complexidade do funcionamento do sistema Paraíba do Sul/Guandu e de sistemas menores. Fernandes detalhou expressões usadas comumente durante esses momentos de crise, como o “volume morto”. “O mais correto é chamar de reserva técnica. Na oportunidade se chamava de volume morto aquele montante de água que não seria mais capaz de gerar energia. Era morto apenas para o setor elétrico, e muita gente se confundiu com este termo e começou a usá-lo para o abastecimento de água”, esclareceu.

Sobre a gestão de crises, ele se diz certo da competência dos atores envolvidos. “Sempre fico muito tranquilo com a gestão destas crises hídricas. A ANA [Agência Nacional das Águas] e a ANEEL [Agência Nacional de Energia Elétrica] tratam disso com muito profissionalismo e transparência com os envolvidos”, pontuou.

Para ele é difícil fazer afirmações em relação ao risco do Rio de Janeiro passar por uma nova crise hídrica. “O que se faz é observar as tendências e oportunidades. É importante que se tenha chuva nas regiões de cabeceiras de rios de recarga dos reservatórios. O que dá pra afirmar, é que é possível confiar na gestão regulatória que está sendo feita para que as ações necessárias sejam tomadas no tempo hábil”.

Ele ressaltou, porém, que as crises podem ser mais frequentes. “Vemos que estamos num patamar aceitável, mas numa tendência que pode piorar conforme o volume das chuvas. É difícil porque envolve, inclusive, mudanças climáticas. Assim como, é necessário considerar, evidentemente, o aumento da população, o avanço da impermeabilização do solo e outros fatores urbanos, que contribuem para que a situação se agrave”.

Como alternativa para diminuir a possibilidade de crises, o ideal é pensar em ações estruturantes que visem ao cuidado com a água. Segundo ele, há uma série de estratégias que podem ser tomadas em diferentes níveis de governo e, até, da sociedade, entre elas: replantio de matas ciliares e de vegetação nativa em áreas de recarga de cabeceiras de rios; mais cuidados na ocupação do solo, e nas ocupações próximas aos rios; e reuso de água. “Felizmente o Brasil ainda dispõe de bastante recursos hídricos, mas é necessário pensar e agir para ter um futuro melhor quando o assunto é água”, afirmou.

Martins, por sua vez, mencionou a relevância das informações obtidas, dando ênfase, inclusive, para a diversidade do grupo assistiu à live, possibilitando, assim, uma maior amplitude da discussão. “Apesar da geração atual ter mais conhecimento e falar sobre água, muitos ainda abrem a torneira sem saber do trabalho e dos precedentes envolvidos. Há uma engenharia por trás disso tudo, sem falar no tratamento. Com as informações que você nos deu, conseguimos, inclusive, tranquilizar o público sobre o preparo e sobre as competências envolvidas neste serviço”.

Fonte:

Conselho Regional de Química 2ª Região

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