A pegada de carbono pode resolver o aquecimento global, assim como as energias alternativas.
A pegada de carbono pode resolver o aquecimento global, assim como as energias alternativas. Deste modo, teremos uma redução significativa na emissão de CO2 na atmosfera. Essa é a conclusão de Christoph Gahn, vice-presidente de Circularidade e Petroquímicos de Matérias-Primas Sustentáveis ??da empresa alemã BASF, em fala durante o Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação 2021.
No terceiro ciclo de palestras do Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação 2021, realizado no último dia 21, o executivo afirmou que os países devem estabelecer compromissos e metas de reciclagem estabelecidos em documentos regulatórios e se utilizando da Química.
“O Brasil pode ser líder na economia circular com a reciclagem química. Todos nós devemos fazer o dever de casa. O lixo plástico pode ser coletado e as pessoas serem remuneradas para isso, em plantas de pirólise.
É bastante fácil fazer isso e torná-lo um negócio para pequenos empreendedores”, declarou Gahn.
A pirólise é uma reação de análise ou decomposição em altas temperaturas que pode ser utilizada como fonte de energia, via combustão, ou transformada em outros produtos ou materiais.
Para Christoph Gahn, o Brasil, por ser um país continental, precisa adotar soluções descentralizadas e sem ideologias. “É um imenso potencial que o Brasil possui”, acrescentou.
Segundo o executivo alemão, o desafio mundial é reciclar cerca de 250 milhões de plásticos. “Apenas 10% são incinerados, mas a maioria [plásticos] é destinado para aterros sanitários, principalmente, em países em desenvolvimento”, ressaltou.
A empresa alemã é exemplo de economia circular com uma planta fabril abastecida por meio da energia eólica. Gahn ainda salientou que existem desafios tecnológicos.
Já a gerente sênior de Assuntos Científicos e Regulatórios da Nestlé, Liza Bevilaqua, acredita ser necessária uma reestruturação da cadeia produtiva com a promoção da economia circular. “É preciso um marco regulatório. Atualmente, temos indicadores externos e objetivos direcionados de reciclagem, com garantia da sustentabilidade e informações aos nossos consumidores”, disse.
Já Luiz Falcon, líder da plataforma de tecnologia & inovação em reciclagem da Braskem, afirmou que é preciso encontrar uma cadeia de negócios que faça sentido na economia circular com parceiros. “Encontramos desafios similares com a Basf. Trabalhamos num horizonte de tempo. Temos um compromisso até 2025 de reciclar 300 mil toneladas de resíduos”, garantiu o líder, que também acredita na viabilidade de implantar a pirólise catalítica no Brasil.
Na visão do gerente do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos, Paulo Coutinho, existem dois grandes desafios. Um deles é a regulação e o outro são indicadores de circularidade. “A gente trabalha, neste sentido, num edital que visa identificar os problemas, tecnologias de reciclagem de plásticos e indicadores”, assegurou.
Ainda segundo Coutinho, há oportunidades também voltadas para outros resíduos como a borra. “O Brasil não deve nada para outros institutos estrangeiros de pesquisa de ponta. Mas, precisamos de mais esforços governamentais para apoiar efetivamente as empresas. O Brasil pode ser líder na economia circular na Química”, completou.
Outra discussão foi sobre as ODS, uma coleção de 17 metas globais, estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas a serem cumpridas até o ano de 2030. As metas são amplas e interdependentes, mas cada uma tem uma lista separada de metas a serem alcançadas.
No evento on-line foram debatidas as contribuições da indústria química brasileira com esses objetivos.
O líder de sustentabilidade em nutrição animal da empresa Evonik, Nei Arruda – Líder de sustentabilidade em nutrição animal -, o desafio é impulsionar a demanda sob o aspecto da Química, com o compromisso de alimentar 10 bilhões de pessoas até 2030. Segundo o profissional, a empresa trabalha com as ODS 2 e 14.
“Trabalhamos com a redução de 900 toneladas de nitrogênio retroativo, se comparados a emissões de países como a Suécia e Tailândia”, disse.
A diretora da Quintessa Aceleradora, Anna de Souza Aranha, afirmou que a empresa incentiva e apoia startups com a captação de investimentos e agendas de inovação. “Eu acho que estamos em um momento bom, com essa agenda mais à tona. O maior desafio é a gente poder ampliar a quantidade de empresas que fazem parte deste assunto e integrar o debate.”
A gerente global de marketing em Crop Solutions da Oxiteno, Juliana Pantalena, atestou que a sustentabilidade é uma realidade dentro da organização, que aprimora a produtividade no campo e a redução do impacto ambiental, responsabilidade social e segurança. Segundo a gerente, a empresa trabalha com produtos mais eficazes, com menos aplicações nas lavouras, embalagens otimizadas, garantindo uma boa qualidade do solo e gerenciamento do uso da água.
Conforme Claire Sarantopoulos, diretora-geral Geral de Inovação do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), de São Paulo, a indústria química pode contribuir para o cumprimento das ODS. Ela destacou a importância das embalagens na conservação dos alimentos e na erradicação da desnutrição.
“A fome é o maior risco à saúde humana e à morte infantil”, acrescentou a diretora, que também enfatizou o desperdício de alimentos entre a produção e o varejo.
Ulisses Sabará, presidente da Beraca e da Química Sabará, declarou que o grupo está alinhado com a agenda das ODS. Para ele, a sobrevivência dos negócios passa pela sustentabilidade. “É o momento de ligar as antenas e extrair valor das ODS”, disse.
A última palestra do Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação 2021 acontece no dia 28 de outubro. Veja e assista a programação completa em https://www.eventials.com/abiquim/agenda
Fonte:
Conselho Regional de Química 2ª Região
Minas Gerais
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