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CRQ discute a regulamentação da cannabis

As aplicações das substâncias químicas presentes nas espécies da planta cannabis, há muito tempo, são objeto de estudos científicos ao redor do mundo.

As aplicações das substâncias químicas presentes nas espécies da planta cannabis, há muito tempo, são objeto de estudos científicos ao redor do mundo. No campo terapêutico, o uso em tratamentos de algumas doenças já é reconhecido por órgãos reguladores da Saúde, inclusive pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pensando nisso, o Conselho Regional de Química da 4º Região (CRQ IV) promoveu sua 3ª live para discutir a legislação que rege o uso medicinal e terapêutico da cannabis.

A convidada para tratar o assunto nesta edição foi Alessandra Bastos, diretora responsável pela primeira regulamentação referente ao assunto na Anvisa. Ela discutiu o tema com o coordenador da Comissão de Química Farmacêutica do CRQ IV, Ubiracir Fernandes, que também já fez parte da Agência.

A conversa focou nos aspectos químicos e sanitários que levaram à publicação da primeira norma que trata do uso terapêutico da planta no Brasil, a resolução RDC 327/2019. Também falaram sobre os procedimentos e as discussões acerca da legislação e do tema, e de uma forma geral, abordaram as perspectivas da regulamentação brasileira.

Alessandra é farmacêutica e possui 21 anos de atuação no mercado farmacêutico como gestora das áreas de assuntos regulatórios, qualidade e logística em empresas fabricantes, importadoras e distribuidoras de medicamentos, produtos para saúde, saneantes e cosméticos. Ela fez questão de ressaltar que o assunto é interdisciplinar e que todas as áreas têm muito a contribuir para a discussão. “Sou farmacêutica, mas acredito no multidisciplinar. Porque onde quer que estejamos, a nossa função é zelar um pelo outro. E quando olhamos para o químico, que tem um campo de atuação tão vasto e rico, fica esta certeza, de que podem fomentar muito esta discussão para o país andar e auxiliar na regulamentação”.

Fernandes, por sua vez, enfatizou a importância da discussão sobre a planta, os componentes e os riscos que podem envolver o uso, inclusive, nas possíveis variações das respostas terapêuticas advindas das prescrições destes fitocomplexos e uso de produtos sem o conhecimento profundo da composição dos componentes químicos que fazem parte daquelas misturas. “Qualquer substância química tem risco e perigo. Mas é possível trabalhar tecnicamente e com coerência para gerenciar este risco. E nossa atuação e discussão é muito importante para esta regulação, que está em fase de maturação, experimentação e conhecimento”.

Ainda explicitando o seu ponto de vista, Alessandra destacou que é necessário que a população e, até mesmo, os órgãos regulatórios conheçam melhor as propriedades da cannabis. Ela frisou os avanços conquistados, mas, de uma forma geral, ponderou que a regulamentação precisa quebrar barreiras políticas, ideológicas e burocráticas. “É necessário que se analise os reais benefícios que a planta pode trazer para quem precisa fazer uso. Nossa função como profissional da saúde é zelar pelo outro “, finalizou.

Fonte:

Conselho Regional de Química 2ª Região

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