A segunda edição do QuimTec trouxe, na noite desta segunda-feira (29), no perfil do CFQ no YouTube, um tema importante para a sociedade: as Boas Práticas de Fabricação de alimentos.
A segunda edição do QuimTec trouxe, na noite desta segunda-feira (29), no perfil do Conselho Federal de Química (CFQ) no YouTube, um tema importante para a sociedade: as Boas Práticas de Fabricação (BPF) de alimentos. A BPF é um conjunto de princípios e regras para o correto manuseio de alimentos, abrangendo desde a matéria-prima até o consumidor final, de forma a garantir a integridade e a saúde dos cidadãos.
“Do ano passado para cá, principalmente, com a pandemia, aumentou a preocupação sobre os contaminantes e como eles afetam a nossa vida”, e foi dessa forma que a cientista de Alimentos, pela Universidade de São Paulo, Jacqueline Gerage abriu a noite.
Segundo a consultora, o assunto não é novidade para quem já trabalha na área e carrega esta responsabilidade. Jacqueline explicou que existem três tipos de contaminantes, os de origem química, física e microbiológica.
O Programa de BPF trabalha com o conceito de barreiras, reduzindo ao máximo as possibilidades de contaminação de um alimento, envolvendo todos os elos da cadeia produtiva.
Ainda conforme a palestrante, as boas práticas envolvem a adequação e manutenção das instalações e edificações, prevenção de contaminação por utensílios, equipamentos e ambientes, manejo de resíduos, seleção de matérias-primas, ingredientes e embalagens, armazenamento, entre outros aspectos. “Também é importante zelar pela saúde dos manipuladores e colaboradores”, completou.
Todos os procedimentos estão baseados em legislações existentes, em especial, publicados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e que trazem parâmetros sobre a potabilidade da água, a rotulagem, matérias estranhas e o recolhimento de produtos. “É importantíssimo o estabelecimento de padrões microbiológicos para garantir a validade dos alimentos”, revelou a cientista.
Existem alguns documentos que são elaborados para nortear o BPF, documento que descreve as atividades da empresa com parâmetros e regras. Segundo a consultora, é preciso, primeiramente, implantar o Programa, desenvolvê-lo, para depois elaborar o Manual de Boas Práticas.
Esse Manual deve descrever a realidade da empresa, a rotina prática. O documento, que deve ser produzido a seguir, é um passo a passo, com a descrição dos procedimentos e que deve ser seguido por todos, e com acesso aos colaboradores.
A Resolução nº 275, de 2002, da Anvisa, traz os procedimentos básicos, como, por exemplo, o controle de pragas, manutenção preventiva e calibração de equipamentos.
Por parte das empresas, é preciso realizar o monitoramento dos processos produtivos, documentando com os nomes dos responsáveis, datas e assinaturas. Isso traz muito benefício, com uma produção mais eficiente, melhoria na reputação empresarial e redução de desperdícios”, esclareceu.
Para a cientista de alimentos e consultora, Pâmela Rossi, o mercado produtivo está cada vez mais exigente. Em sua palestra, Pâmela lembrou de três grandes casos que abalaram o setor de alimentos com acidentes e contaminações, inclusive, com vítimas fatais, envolvendo a fabricação de cervejas, molhos de tomate e sucos.
“A gente trabalha com a saúde das pessoas. O mercado produtivo de alimentos já entendeu que esses cuidados são importantes. E por este motivo, as boas práticas são uma exigência”, acrescentou.
Ainda segundo a consultora, existem cerca de dez normas internacionais que regem o setor.
Para os especialistas, as práticas adequadas devem ser habituais e sistêmicas. Para se obter sucesso, deve-se ir além das regulamentações formais e viver dentro da cultura das empresas.
“Não é só procedimento escrito, o termo utilizado se chama Cultura de Segurança de Alimentos, que são valores, crenças e normas que afetam o pensamento e o comportamento com relação à segurança dos alimentos em toda a organização. Todo mundo é responsável pela segurança do produto que sai da fábrica”.
Pâmela aconselhou que as empresas devem capacitar seus colaboradores, trazer conhecimento e senso de responsabilidade. “Todos precisam ter conhecimento e autoridade para agir dentro de suas funções”. A Segurança dos alimentos é de responsabilidade de todos os colaboradores.”
Ao final do evento, a engenheira de alimentos, Michele de Oliveira, deu um depoimento sobre o início da sua carreira e algumas dicas sobre o mercado. Ela contou que a aplicação de treinamentos e a implantação de procedimentos foram importantes na sua profissão. E o profissional da Química está preparado para atuar em toda a cadeia produtiva de alimentos. “O estudo e o aperfeiçoamento são essenciais, além de habilidades interpessoais”, declarou.
Fonte: http://cfq.org.br/noticia/2o-quimtec-aborda-as-boas-praticas-de-fabricacao-de-alimentos/
Fonte:
Conselho Regional de Química 2ª Região
Minas Gerais
Rua São Paulo, 409 - 16º Andar - Centro, Belo Horizonte - MG - 30170-902
(31) 3279-9800 / (31) 3279-9801