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Pesquisadores desenvolvem um sensor portátil para detecção de poluentes

Um pequeno sensor em formato de uma caneta esferográfica, capaz de detectar poluentes eliminados na água está sendo desenvolvido.

Um pequeno sensor em formato de uma caneta esferográfica – o Pen Sensor – capaz de detectar poluentes eliminados na água está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo, em São Carlos (SP). O pesquisador e doutor em Química, Paulo Augusto Raymundo Pereira, explica que é um dispositivo inédito. “Com formato similar a uma caneta contendo um sistema eletroquímico completo com eletrodos para uso no local da análise, dispensando coleta de amostra e deslocamento até um laboratório”, diz Paulo Augusto. O estudo teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.

O químico conta que o sensor foi estrategicamente pensado durante um almoço com a doutoranda, na época, Marina Baccarin, do Instituto de Química de São Carlos. “Conversávamos sobre algumas possibilidades de trabalhos em colaboração. Aproveitamos a experiência do grupo de pesquisas do professor Éder Tadeu Gomes Cavalheiro, orientador da Marina Baccarin, com eletrodos compósitos à base de grafite e poliuretana e projetamos uma nova composição adicionando nanopartículas de prata que aumentam a sensibilidade do sensor”, comenta.

O professor justifica que a poliuretana é um material sustentável e ecologicamente correto, obtido a partir do óleo de mamona. Os eletrodos de grafite, poliuretana e nanopartículas de prata foram fabricados por meio da técnica de extrusão em que todo o comprimento do bastão possui a mesma composição, facilitando o processo de renovação da superfície do sensor.

“A tecnologia está pronta para ser transferida para empresas que queiram produzir o sensor em larga escala e comercializar. A patente foi requerida e está em fase de análise junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Algumas empresas demonstraram interesse no Pen Sensor”, acrescenta o pesquisador Paulo Raymundo.

De acordo com o doutor em Química, o Pen Sensor pode ser usado por empresas de saneamento, agências de controle ambiental ou laboratórios de análises químicas, e em análises descentralizadas.

“O sensor usa uma técnica eletroquímica em que um potencial é aplicado pelo equipamento portátil, um potenciostato, entre os eletrodos e na presença da substância a ser analisada ocorrerá geração de um sinal elétrico produzido por reações químicas de oxidação e/ou redução que ocorrem na superfície do sensor e então o resultado é registrado no display, que pode ser de um smartphone.”

Ainda segundo o pesquisador Paulo Raymundo, o Bisfenol-A, composto utilizado para a fabricação de materiais poliméricos, mas que pode causar problemas de saúde, é um dos elementos que podem ser detectados pelo sensor. “Por precaução, desde 2012, a Anvisa proibiu o uso desse produto em mamadeiras e outros utensílios para lactentes, mas ele ainda é permitido para outras aplicações, com restrições. Entretanto, o resíduo da produção do bisfenol-A e a degradação de plásticos descartados incorretamente podem fazer a substância ir para nossas torneiras, já que o produto não é completamente removido ou eliminado pelos processos tradicionais de tratamento de água para consumo humano”, adverte.

Para o pesquisador, a Química pode resolver problemas criando soluções simples, baratas e de preferência que não agridam o meio ambiente. Em especial, na área da saúde, com o desenvolvimento de novos fármacos, vacinas para tratamento e cura de doenças, e com os sensores e biossensores para monitoramento de biomarcadores de saúde, aumentando e melhorando a qualidade de vida das pessoas.

“O tratamento e monitoramento da qualidade de água, captura de CO2, transformação de lixo e contaminantes em energia não poluente, criação e produção de materiais biodegradáveis”, são algumas das possibilidades da Química apresentadas pelo pesquisador Paulo Raymundo.

Fonte: http://cfq.org.br/noticia/pesquisadores-desenvolvem-um-sensor-portatil-para-deteccao-de-poluentes-e-analises-quimicas/

Fonte:

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