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Química é essencial para o Desenvolvimento Sustentável e Soberano

Na 45ª Reunião da Sociedade Brasileira de Química a meta apresentada sobre a pauta de sustentabilidade e soberania foi alta.

Na 45ª Reunião da Sociedade Brasileira de Química a meta apresentada sobre a pauta de sustentabilidade e soberania foi alta, iniciar um grande projeto voltado para as ações de sustentabilidade, tendo a Química como protagonista. Mas para atingir essa meta ambiciosa, é necessário trabalhar diversas frentes, modificar cenários e construir, de forma conjunta, essa nova realidade. No simpósio “Química para o Desenvolvimento Sustentável e Soberano”, realizado no dia 2 de junho, um grupo de especialistas trouxe à luz o que seria preciso para alcançar essa proposta e trilhar um caminho que leve a este destino. 

No terceiro dia do evento, a SBQ apresentou aos participantes a implementação do Movimento Química Pós 2022 – Sustentabilidade e Soberania, que, entre as vertentes, contempla a produção de um plano de ação, em que são previstas atividades bem definidas, de curto, médio e longo prazo, para promover a sustentabilidade e a soberania brasileira por meio da Química até meados deste século, com metas para 2030 e 2050 levando em conta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A preparação do plano de ação teve a participação de vários atores, chamados a contribuir, de diferentes segmentos da comunidade Química nacional, em seu sentido amplo: setor acadêmico (universidades, institutos de pesquisa, etc.), setor produtivo (indústria, agropecuária, etc.), setor governamental (instâncias de governo, agências de fomento e regulatórias, etc.) e 3º setor (ONGs, conselhos, associações etc.). O plano resultante, intitulado “Química e seus atores para um Brasil sustentável e soberano”, está baseado em dois “Objetivos da Química para o Desenvolvimento Sustentável (OQDS)”: promover a sustentabilidade através da Química na Educação Básica e promover a sustentabilidade através de CTI&E em Química na indústria e na universidade.

A primeira a apresentar o plano foi a química e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ana Paula de Carvalho Teixeira, que falou sobre a criação de um grupo de inteligência para definição de desafios visando, assim, obter recursos financeiros para montar um time operacional.  A especialista destacou que o objetivo é, em 2023, iniciar os projetos nos eixos de Educação e Indústria. “A ideia é trabalhar desafios direcionadores em sustentabilidade, para direcionar ações que seriam promovidas em cada eixo. Por exemplo, no eixo da formação do professor, pensar em estratégias para dar protagonismo ao professor de Química”, ressaltou. 

Segundo ela, a ideia é que sejam escolhidos três desafios e, a partir disso, em cada ano, até 2025, executar cada projeto. Mas Ana Paula alertou que não serão ações simples e que os grupos terão bastante trabalho pela frente. 

Na sequência foi a vez do químico e professor da Universidade Federal do Goiás (UFG)Márlon Herbert F. B. Soares elucidar como seria implementado o projeto, no seu caso, contextualizando o desafio da educação. O docente apontou que a formação do professor, tanto a inicial quanto a continuada, deve ser voltada para o desenvolvimento sustentável. “O professor protagonista é muito presente nos discursos das pessoas, mas não basta estar presente em discursos, é preciso ações que, de fato, levem o professor de Química a ser protagonista”, lembrou. 

De acordo com Márlon, é fundamental que os professores sejam conectados econômica e politicamente ao tema. Além disso, é imprescindível compreender o papel do professor, que nada mais é do que a ponte entre a escola e o aluno. Para o químico será necessária uma mudança curricular que, por exemplo, traga conteúdos voltados ao desenvolvimento sustentável. Outro ponto reforçado pelo palestrante consiste na formação do professor, tornando-a mais ampla, para permitir que ele possa ser um ator da transformação social. 

A gerente de Sustentabilidade, Meio Ambiente e Inovação da Abiquim, Aline Caldas Bressan, também trouxe a sua perspectiva sobre o tema. Ela começou a sua fala lembrando que a Química está presente todos os dias, o tempo todo, e enfatizou que a solução passa por todos os atores, inclusive com a indústria química. “A Química está conosco todos os dias. A Química é uma Ciência essencial”, relatou. 

A relação listada pela profissional contemplava desde a luz da sala onde estava sendo realizado o simpósio até aos projetos também pertencentes às ODS e que envolvem o setor, como o saneamento básico. Segundo dados apresentados por Aline, a estimativa é a de que quase metade da população não tenha coleta de esgotos. No Brasil, por exemplo, recentemente foi instaurado o Marco do Saneamento Básico e, portanto, dessa forma, ao implementar o projeto, automaticamente será necessário a crescimento da fabricação de PVCs que passam pela indústria química.

A relevância do setor para o desenvolvimento da humanidade também foi apontada pela gerente, que lembrou que no Brasil a indústria química é responsável por 2 milhões de empregos e parte fundamental na execução dos ODS. Mas, segundo ela, há um grande desafio que precisa ser analisado como, por exemplo, o fato de 46% dos insumos serem importados, comprometendo, assim, a soberania nacional.

Para encerrar o debate, foi vez do bacharel em Química e professor da UFBA e SENAI CIMATEC, Jailson Bittencourt de Andrade, que iniciou a fala com uma narrativa histórica de quando toda a discussão da sustentabilidade foi iniciada. De acordo com ele, os ODS têm o seu primeiro momento na Rio 92 e ganham sequência na Rio + 20, época em que foram debatidos os objetivos do milênio com uma agenda voltada para o planeta e para humanidade. 

Segundo o professor a forma como todas essas discussões perpassam à Química é um dos pontos principais. Entre os exemplos citados pelo químico está a economia circular. “Não existirá economia circular, sem Química circular. Então, a base da economia circular é a partir da Química circular… A nossa área tem uma responsabilidade muito grande, inclusive com a formação dos professores”, finaliza.

O simpósio ofereceu aos participantes um escopo mais amplo sobre a relevância de cada profissional da Química no cumprimento dos ODS, além de, evidenciar a importância da preparação desses profissionais e de que como a Sociedade Brasileira de Química já está, junto aos demais atores, trabalhando para auxiliar esses profissionais e a sociedade como um todo. 

Fonte: http://cfq.org.br/noticia/quimica-e-essencial-para-o-desenvolvimento-sustentavel-e-soberano/

Fonte:

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