No dia 13 de julho, a Abiquim realizou o webinar “Acidentes rodoviários com produtos químicos perigosos - como mitigar efeitos e impactos”.
No dia 13 de julho, a Abiquim realizou o webinar “Acidentes rodoviários com produtos químicos perigosos - como mitigar efeitos e impactos”. O evento gratuito e online foi o quarto de uma programação especial que a Abiquim está realizando em celebração aos 30 anos do Programa Atuação Responsável® no Brasil.
Participaram do encontro Andréa Carla Cunha, Diretora de Assuntos Técnicos da Abiquim; Camila Matos, Gerente de Comunicação da Abiquim; Coronel Gilberto Tardochi da Silva, Coordenador da Comissão de Estudos e Prevenção de Acidentes no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos no Estado de São Paulo; Mauro de Souza Teixeira, Gerente da Cetesb e Jorge Carrasco, Diretor Técnico da Ambipar. Na mediação, João Ricardo Afonso Pacheco, Gerente de Saúde e Segurança do Trabalho Corporativo da Oxiteno.
Na abertura da live, Andréa Carla Cunha ressaltou que a programação especial de comemoração aos 30 anos do Programa AR ® no Brasil segue com encontros virtuais até setembro com um desfecho no dia 5 de outubro, data que a Abiquim aguarda com expectativa pela realização do Congresso de Atuação Responsável em formato presencial. A diretora de Assuntos Técnicos da Associação relembrou que hoje o Programa AR® está presente em 70 países e sua coordenação global é feita pelo Conselho Internacional das Indústrias Químicas – o ICCA. “Ser um gestor do Programa AR® no Brasil significa participar de grupos do ICCA e ter acesso aos melhores especialistas do mundo na Indústria Química. Significa ter acesso às melhores práticas e conhecimentos científicos de ponta. Isso permite apresentar uma agenda robusta que compartilhamos não apenas com os associados, mas com todos os parceiros na busca pela melhoria contínua, e que por isso nunca se esgota”, observou Cunha. Ela acrescentou ainda que todas as vezes que uma empresa implementa o programa demonstra que aquela empresa investe em processos mais seguros, profissionais que zelam pela saúde e segurança, pelo uso sustentável de recursos naturais e por produtos melhores e mais seguros. “E todo esse investimento é traduzido claramente nos indicadores que a equipe da Abiquim consolida com seus associados e divulga anualmente”, finalizou a executiva.
O primeiro painel ficou a cargo do Coronel Gilberto Tardochi da Silva que falou sobre a Comissão de Prevenção e Estudos e Análise de Acidentes no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos do Estado de São Paulo, sua composição, bem como as ações por ela implantadas, no sentido de prevenir acidentes e diminuir os impactos causados às pessoas, ao meio ambiente e ao patrimônio. O coordenador da Comissão explicou que mensalmente a equipe promove fóruns para identificar as causas básicas que geram os acidentes e/ou incidentes; as falhas no atendimento dos órgãos públicos e das empresas envolvidas; e as irregularidades no cumprimento da Legislação vigente. “Nestes fóruns procuramos ainda despertar ou motivar práticas preventivas que resultem na redução de riscos causados pelas ocorrências, a integração das instituições públicas e realização de fiscalização em conjunto e a implementação de planos de emergência regionais preventivos e de respostas aos acidentes”, destacou, ressaltando a todo momento que o “Plano A” é sempre a prevenção.
Dentro deste contexto, Tardochi citou o “Visão Zero”, um sistema baseado na premissa que nenhuma morte prematura é aceitável, entendendo que a vida humana é a principal prioridade, sobrepondo-se à eficiência da mobilidade e quaisquer outros objetivos dos sistemas viários e de transporte, mudando sobretudo, o pensamento tradicional de que acidentes acontecem, para uma visão de que mortes e lesões graves podem ser evitadas. Em 2021 a Secretaria de Logística e Transportes do Estado de São Paulo propiciou a realização do 1º Curso Digital Visão Zero, ministrado por especialistas da Administração Sueca de Transportes, com a participação de instituições globais que abordaram a aplicação local dos conceitos e estratégias.
Na segunda palestra, cujo o tema foi “A Cetesb e as novas revisões normativas para o atendimento a emergência no transporte, tendências e propostas/ferramentas inovadoras de mudanças para o futuro”, Mauro de Souza Teixeira, afirmou que como o modal rodoviário representa algo em torno de 65% de toda a carga movimentada no país – em São Paulo, esse percentual salta para 93% - o transporte rodoviário de produtos perigosos acaba liderando a estatística de ocorrências, bem próximo de 50% dos acidentes.
Nesse sentido, ele destaca a complexidade dos atendimentos. “Os riscos associados às classes dos produtos perigosos somados às variáveis do cenário da rodovia, exigem para o seu atendimento profissionais qualificados e experientes, com conhecimentos técnicos específicos e visão em diversas áreas de atuação, bem como a utilização de recursos materiais adequados, de acordo com os riscos inerentes ao cenário acidental e à devida brevidade que a situação requer”, explicou o gerente da Cetesb.
Segundo Teixeira, parte do resultado do trabalho da Cetesb acaba se convertendo em normas técnicas. “Uma delas é NR 14064 que estabelece as Diretrizes do Atendimento de Emergências no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. Uma norma com 150 páginas, mais de 350 ilustrações e que tem um caráter muito mais de manual do que propriamente de norma técnica, já que ela aborda procedimentos.” Ele citou também outros trabalhos da instituição como o Programa de Gerenciamento de Risco em Plano de Ação de Emergência das administradoras de rodovias no Estado de São Paulo, a criação e implantação do Plano de Contingência de Segurança das Águas para cenários acidentais envolvendo produtos químicos e o Mapeamento de Risco na área portuária de Santos.
O último tema do evento, “O atendimento a emergências em rodovias dos Estados Unidos - Benchmarking internacional”, foi apresentado por Jorge Carrasco que trouxe um pouco da realidade dos americanos. Segundo o diretor técnico da Ambipar, embora os EUA tenham uma geografia parecida com o Brasil, em dimensões, a quantidade de emergências que eles têm ao ano é percentualmente bem menor, justificada pela altíssima qualidade das rodovias. “Hoje, as rodovias representam aproximadamente 82,8% do transporte de produtos perigosos, sobretudo para trajetos de curta distância, seguido pelo modal ferroviário, com seus 14,9% que, neste caso atende aos trajetos mais longos”, relatou.
As autopistas dos EUA são variadas em termos de comprimento e qualidade. As mais seguras são parte do Sistema Nacional de Rodovias pois recebem o maior aporte de investimentos dos Governos Estaduais e Federal para manutenção, reparação e prevenção. As demais autopistas, ainda que também importantes, não fazem parte do Sistema Nacional, são apenas parte do Sistema Estadual. É comum, portanto, que as companhias de seguro insistam para que o transporte de químicos seja, sempre que possível, realizado pelo Sistema Nacional de Autopistas que conferem estradas de maior qualidade e sem buracos no carpete asfáltico, além de serem dotadas de melhor sinalização, mais postos de emergenciais, monitoramento e identificação.
Em sua apresentação, Carrasco mostrou também o percentual de acidentes com produtos químicos e suas principais causas, relacionou os pontos de melhoria que estão focando no trabalho de segurança e proteção para a indústria de transporte, sobretudo no sentido de garantir a resposta ideal no cenário acidental. Dentro desse contexto, ele contou que a Ambipar foi selecionada pela ENSCO, Inc. – fornecedora de equipamentos de engenharia, ciência e tecnologia avançada para as indústrias de defesa, segurança, transporte e aeroespacial - para liderar o treinamento de resposta a emergências e materiais perigosos no Centro de Tecnologia de Transporte (TTC), pertencente ao Departamento de Transporte do EUA, cujo início do contrato começa em outubro.
Ao final da live João Ricardo Afonso Pacheco conduziu um debate entre os palestrantes que, por sua vez puderam esclarecer as dúvidas do público virtual de cerca de 150 pessoas.
Confira, abaixo, as datas das próximas lives já programadas. Em breve, os horários serão divulgados:
26.07 (Manhã) – Novos Modelos de Trabalho Pós-Pandemia
03.08 (Manhã) – Química como Provedora de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável
Fonte: https://abiquim.org.br/comunicacao/noticia/10281
Fonte:
Conselho Regional de Química 2ª Região
Minas Gerais
Rua São Paulo, 409 - 16º Andar - Centro, Belo Horizonte - MG - 30170-902
(31) 3279-9800 / (31) 3279-9801