A Nanotecnologia foi tema da live do Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV) na última quinta-feira (14), à noite. “Estamos interessados nos fenômenos que ocorrem nesta escala de tamanho”, ou seja, 100 vezes menor que um fio de cabelo”, disse no início da sua apresentação, a química Ana Percebom, doutora em Ciências, com ênfase na área de físico-química de coloides.

Segundo a pesquisadora, que estuda a aplicabilidade da nanotecnologia em áreas como home & personal care, diagnósticos, petróleo & gás e catálise, foi apenas há poucas décadas que descobriram a importância desta escala nanométrica e que pode mudar o jogo de uma forma bem surpreendente. 

Ana deu o exemplo das nanopartículas de ouro que podem conter novas propriedades. As partículas nano possuem qualidades como ópticas, mecânicas, térmicas, catalíticas, químicas, reológicas, espectroscópicas, físicas e biológicas. “O material não é novidade. Na Roma Antiga já se conheciam as propriedades dessas partículas”, comentou. Ana coordena um projeto de extensão em Química de cosméticos, em especial, filtros solares capilares e óleos repelentes.

Vencedora do Prêmio Hans Viertler para Jovens Pesquisadores da Sociedade Brasileira de Química, Ana Percebom, também pesquisa nanoestruturas no petróleo, resolvendo problemas com os asfaltenos.  

 Do Nano ao Macro

O professor adjunto e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Nanotecnologia, do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Tiago Albertini Balbino, apresentou a aplicabilidade dessa tecnologia na área da saúde.

De acordo com o engenheiro químico com doutorado pela Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP, existem inúmeras possibilidades para a aplicação da nanotecnologia, entre elas, em medicamentos para o tratamento do câncer. “As nanopartículas atuam especificamente na região onde está localizada a doença, diminuindo os efeitos colaterais”, acrescentou. 

Tiago Balbino abordou ainda as nanovacinas baseadas em mRNA para o combate ao Coronavírus. “A pandemia abriu esta demanda tecnológica e vieram para ficar”, comentou o professor, que trabalha no desenvolvimento de plataformas inovadoras de vacinas de mRNA para as variantes atuais do SARS-CoV2.

Os nanobiossensores são outra possibilidade, apontou o professor da UFRJ, no diagnóstico de doenças. “Por exemplo, os testes de gravidez têm nanopartículas. Isso demonstra que essas tecnologias não são coisas do futuro.”

A Nanotecnologia em óleo e gás é uma realidade, conforme a apresentação do pesquisador. Tiago afirmou que estudos visam evitar o entupimento de dutos e escoando melhor a produção, se utilizando de chips e nanofluidos. “A Nanotecnologia é facilitadora e pode contribuir para o desenvolvimento de diversas outras áreas”, concluiu Tiago Balbino.  

Assista à live completa em https://www.youtube.com/watch?v=6EvXEpX5_2o

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/a-nanotecnologia-e-suas-aplicacoes/

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