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Palestra aborda demandas e estratégias de interesse farmacêutico

Mais uma vez o Insumo Farmacêutico Ativo (IFAs) foi tema de debates promovidos pelo Sistema CFQ/CRQs.

Mais uma vez o Insumo Farmacêutico Ativo (IFAs) foi tema de debates promovidos pelo Sistema CFQ/CRQs. Nesta quinta-feira (11), à tarde, o Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV), promoveu live sobre o assunto, tendo como mediador, o conselheiro federal do Conselho Federal de Química (CFQ) e químico industrial, Ubiracir Fernandes Lima, que, na oportunidade, lembrou a relevância do IFAs, principalmente devido a dependência externa de insumos e moléculas.

O químico industrial e mestre Lauri João Missio definiu, primeiramente, o conceito de Química Fina. “Ela é definida como uma parte, uma especialidade, um braço, com baixo volume de produção, mas com um alto grau de pureza, alto valor agregado e que possui complexidade química e elevada tecnologia. Geralmente, são utilizados na fabricação de medicamentos, defensivos agrícolas e intermediários químicos (estrutura molecular a partir da petroquímica e via processos biotecnológticos)”, disse o também diretor-fundador da DRECHSLER Inovação & Tecnologia.

Para Lauri Missio, que já atuou indústrias de Química Fina na síntese e purificação de substâncias com ênfase em insumos farmacêuticos, os intermediários químicos entram na fabricação de medicamentos humanos e veterinários, defensivos agrícolas, e das especialidades químicas (cosméticos, higiene e beleza).

“O insumo farmacêutico é toda a substância que tem como característica a sua atuação de efeito farmacológico, ou tratamento e prevenção de uma doença, e que está regulamentado na RDC nº57/2009, da Anvisa”, acrescentou.

Lauri apresentou informações sobre a demanda de medicamentos e IFAs no Brasil. Segundo o químico, dados de 2019 da balança comercial de medicamentos revelam que o Brasil importa cerca de US$ 7 bilhões de medicamentos, e exporta US $ 973 milhões. “Ou seja, nós temos um déficit na balança de aproximadamente US$ 6 bilhões”, completou.

Ainda conforme o especialista, 30% dos medicamentos já são de origem biotecnológica. “Esse impacto é extremamente elevado na nossa balança. Estes produtos, que são de origem biotecnológica, não tem muito volume, mas tem elevado preço. A gente gasta muito na importação desta tecnologia”, revelou Lauri.

“Na balança comercial de importação de farmoquímicos, de US$ 2 bilhões, com um déficit de US$ 1,9 bilhão, 95% dos IFAs são importados. É um dado alarmante e que revela a nossa grande dependência do Brasil em relação à tecnologia desses produtos”, comentou.

Os produtores de IFAs estão concentrados na Ásia, com cerca de 400 empresas do setor. No Brasil, há 49 empresas farmoquímicas, sendo que 45% estão situadas no estado de São Paulo; e 9% no Rio de Janeiro. A maior parte está concentrada na região sudeste. Dezoito empresas produzem produtos de origem sintética, e outras 15 fabricam biotecnológicos, e na sequência são de fitoterápicos. “A partir do ano que vem, o Brasil será o quinto maior consumidor de medicamentos”, ressaltou.

Para Lauri, a estratégia para mudar este cenário negativo para o País, seria, por exemplo, que a política governamental concentrasse esforços no fortalecimento da produção existente e, por meio de incentivos, aumentasse a produção local, evitando e impedindo novas migrações.

“O Estado deve também priorizar a compra de insumos que são produzidos localmente, e elevar o incentivo à pesquisa e empresas que fabriquem intermediários químicos, além de modernizar o parque fabril nacional, qualificar a mão-de-obra, e escolher sínteses mais complexas ou com elevada tecnologia.”

Conforme o químico, as drogas farmacêuticas estão chegando no País. Existem empresas que estão realizando algumas sínteses. São hormônios, fatores de crescimento, trombolíticos, anticorpos monoclonais e vacinas. “São produtos usados no tratamento de câncer, diabetes, artrite reumatoide e esclerose múltipla.”

O bacharel e doutor em Química, Nelson Ferreira Claro Júnior, avaliou que o profissional químico possui grandes oportunidades na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de síntese de insumos farmacêuticos ativos. “O químico pode atuar produzindo e desenvolvendo processos para obter IFAs que já são conhecidos ou em novas moléculas.”

Atualmente, Nelson Claro é diretor de Insumos Farmacêuticos Ativos na Prati-Donaduzzi, que tem como missão o desenvolvimento, a fabricação e a comercialização de IFAs.

Sobre as competências do Profissional da Química para trabalhar em P&D, Nelson Claro relata que elas vão desde o conhecimento, passando por habilidades e até atitudes.

Na avaliação do químico, as competências adquiridas na trajetória acadêmica, como teorias, redação técnica e práticas, assim como as atitudes de criatividade, de curiosidade e de metodologias científicas são fundamentais dentro do ambiente corporativo industrial.

Ao concluir sua apresentação, o executivo aconselhou os profissionais químicos a buscarem conhecimento sobre normas e legislações que regem os processos químicos. “O conhecimento da legislação influencia o trabalho do químico de processos”, definiu Nelson.

Assista à live em https://www.youtube.com/watch?v=j_9hzvuDuqo 

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/palestra-aborda-demandas-e-estrategias-de-interesse-farmaceutico/

Fonte:

Conselho Regional de Química 2ª Região

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