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Pesquisadora da Embrapa estuda os frutos amazônicos com potencial para biocombustíveis

O tucumã, fruto típico da região amazônica, foi estudado para a produção de biocombustíveis.

O tucumã, fruto típico da região amazônica, foi estudado para a produção de biocombustíveis. É o que explica a química industrial Laura Figueiredo Abreu, que trabalha na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém do Pará.

Em projetos já finalizados, a pesquisadora do Laboratório de Agroindústria da Embrapa e que possui mestrado e doutorado em Tecnologia de Alimentos pela Unicamp, participou de uma pesquisa que tinha por objetivo analisar os carotenoides presentes no tucumá-do-pará e seu teor de óleos para subsidiar estudos do fruto como fonte de biocombustível. “Foi a primeira vez que um fruto amazônico entrou entre os cinco produtos agrícolas para estudos como potencial para a produção de biocombustível”, ressaltou Laura.

O estudo começou em 2008 e gerou vários resultados e publicações, bem como a possibilidade de substituição do dendê em pratos culinários, com o azeite de tucumã (óleo da polpa). Já existem empresas no Pará que compram a produção de frutos do tucumã para a produção de óleo e venda para fabricantes de cosméticos, medicamentos, entre outros.

Além de contribuir para a produção de energia limpa e renovável, o tucumã oferece uma oportunidade de renda e emprego para os povos extrativistas e ribeirinhos da Amazônia. É a chamada Bioeconomia da Sociobiodiversidade.

Segundo organizações não-governamentais, a bioeconomia paraense gera mais de 200 mil empregos. E os frutos amazônicos, pesquisados pela Embrapa Oriental, também são matérias-primas para a indústria de cosméticos, tanto nacionalmente, como também internacionalmente.

A coleta do tucumã-do-pará também favorece ao meio ambiente, pois o fruto, em excesso na beira dos rios amazônicos, acaba fermentando e consumindo o oxigênio da água e extinguindo todo um ecossistema local.

Atualmente, a química se dedica a um projeto de análise de derivados da mandioca (farinha, tucupi e maniva) para identificar possíveis contaminantes tóxicos como o cianeto. Para efeitos de exportação, outros países têm limites para resíduo de cianeto em produtos”, diz Laura Figueiredo.

Outra pesquisa da química é sobre a inclusão socioprodutiva das farinhas alimentícias na agricultura familiar na região Bragantina, no nordeste paraense.

“O nosso objetivo, em parceria com a Cooperativa Mista De Agricultores, é garantir a qualidade de farinhas que servem para substituir o trigo em formulações alimentícias, produzidas por esse grupo, e medir o impacto socioeconômico desta iniciativa, além de desenvolver duas novas farinhas mistas com propriedades funcionais, ou seja, que têm benefícios à saúde”, explica.

Segundo a pesquisadora, com esse projeto será viável promover valor agregado e aumentar a capacidade técnica dos agricultores no processamento de alimentos. “Isso vai impactar positivamente na renda e em questões socioprodutivas, além de fornecer dois novos produtos ao mercado, com a interação coparticipativa entre cientistas da Embrapa e agricultores familiares”, expõe Laura.

“Com a Química, podemos descobrir os principais compostos de matérias-primas já popularmente consumidas, bem como de outras desconhecidas da população. Os antioxidantes e antimicrobianos têm despertado grande interesse em diferentes segmentos da indústria. Detectar resíduos tóxicos também é uma outra vertente que garante a competitividade de nossos produtos, além de garantir a preservação dessas espécies, estimulando a sustentabilidade das regiões de ocorrência, como a nossa região amazônica”, garante a cientista.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/pesquisadora-da-embrapa-estuda-os-frutos-amazonicos-com-potencial-para-biocombustiveis/

Fonte:

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