Um exemplo de trabalho de excelência em meio aos conselhos no Brasil.

O Sistema CFQ/CRQs foi o grande vencedor da 6ª Conferência Nacional dos Conselhos Profissionais: os conselhos da Química ficaram com três dos 10 troféus do Prêmio Melhores Práticas Aplicáveis aos Conselhos Profissionais. Dois deles vieram a partir de cases inscritos pelo Conselho Federal de Química; o terceiro prêmio reconheceu ações do Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV – São Paulo).

Os prêmios do CFQ vieram nas categorias “Prêmio Cooperação Institucional” e “Prêmio Melhor Ação Social”. O CRQ paulista, por sua vez, foi reconhecido com o “Prêmio Inovação na Fiscalização (atividade finalística)”.

O presidente do CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho, saudou o sucesso do Sistema CFQ/CRQs e destacou que a premiação apenas reflete o compromisso da atual gestão com a melhoria em todos os setores.

“Quando nossa gestão teve início, nos comprometemos com a profissionalização do CFQ e a integração do federal com o conjunto do Sistema. A partir disso, comemoramos os prêmios como a consolidação daquilo que já percebíamos: fazemos um trabalho diferenciado e cujos frutos estão sendo colhidos pela sociedade e pelos profissionais da Química”, afirma Oliveira Filho.

O case que foi reconhecido como “Melhor Ação Social” foi o Química Solidária, uma iniciativa do Sistema CFQ/CRQs que começou nas primeiras semanas da pandemia de Covid-19. O Química Solidária teve como propósito mobilizar profissionais, instituições de ensino e empresários para produzir álcool em gel para doação, diante da carestia e da falta do produto no mercado. A ação, que perdura até hoje, inclui ainda o combate às fake news e a criação de conteúdos informativos que ajudam a população a se proteger diante do contágio através de medidas simples de higiene e limpeza. A presidente do Conselho Regional de Química da 19ª Região (CRQ XIX – Paraíba), Raquel Lima, uma das pioneiras do Química Solidária, relembra as condições em que o projeto iniciou.

“Estava em casa quando o noticiário trouxe a notícia de que não havia álcool gel no mercado. Pensei comigo: nós sabemos fazer álcool em gel! Mobilizamos empresas que pudessem doar o etanol, profissionais das universidades e estudantes, procuramos doações de embalagens. Aí nos demos conta de que precisávamos de uma autorização da Anvisa para produzir. Foi nesse momento que o CFQ entrou na ação, obteve a liberação e o nosso projeto ganhou o país”, relembra Raquel.

Além do CRQ da Paraíba, quase que simultaneamente uma ação do Química Solidária teve início no Conselho Regional de Química da 3ª Região (CRQ III – Rio de Janeiro. Ao todo, 15 CRQs se envolveram no Química Solidária, com atuação em 18 Estados brasileiros.

“O Química Solidária surge na Paraíba e emana para todas as demais jurisdições, gerando resultado muito importante para a sociedade no momento em que ela mais precisou, que foi a pandemia”, destacou o presidente do CRQ III, Rafael Almada, que também coordena o Comitê de Relações Institucionais do CFQ, o CRIG.

Química Solidária inclui a doação de mais de 100 mil litros de álcool

O Química Solidária produziu mais de 100 mil litros de álcool em gel para doação. Comunidades carentes, asilos, hospitais, profissionais de segurança, entre outros grupos, receberam o produto e puderam se proteger contra o vírus. Já as ações de comunicação social incluíram a edição de cartilhas, de vídeos explicativos e dezenas de entrevistas em portais, jornais, rádios e canais de TV para levar informação à comunidade.

Já o “Prêmio Cooperação Institucional” valoriza uma série de iniciativas do CFQ no que diz respeito à consolidação de seu trabalho de Relações Institucionais e Governamentais. O destaque foi a variedade de parceiros e a natureza diversificada das ações, passando pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e a Receita Federal.

Foram parcerias de cunho empresarial, de educação, de comunicação e de eficiência administrativa, entre outras.

“É um reconhecimento de uma nova visão de relações institucionais, onde o CFQ sabe da sua importância como instituição da Química. Estabelecemos o diálogo com as demais instituições que complementam nossa atividade, não só como conselho profissional mas também em sua inserção como protetor da sociedade nas demandas de que ela precisa. É um grande reconhecimento, que mostra que estamos no caminho certo”, complementou o coordenador do CRIG, Rafael Almada.

Para o gerente-executivo do CFQ, Renato Melo, a qualidade do trabalho desempenhado ficou evidente com o reconhecimento obtido na 6ª Conferência Nacional.

“Vemos como um conjunto de ações que resulta de um grande trabalho interno, envolvendo setores, departamentos, a diretoria, comissões e comitês. No que diz respeito à área institucional, o prêmio reafirma nosso crescimento. É resultado da abertura de portas do CFQ para dialogar com outras instituições. Evidencia nosso acerto ao optar pela atuação em rede, na busca de parcerias e relacionamentos que podem potencializar a atuação do conselho”, destaca Melo.

Sobre o Química Solidária, o gerente-executivo destacou:

“Foi uma bela ação para apoiar o Brasil em um momento muito importante. Realçou o protagonismo da área de Comunicação Social e foi fruto de um trabalho coletivo, envolvendo variados parceiros”,

Em São Paulo, fiscalização levou a desenvolvimento de tecnologia

O destaque de inovação em fiscalização foi para o CRQ de São Paulo por conta da inquietação do Regional com a questão ambiental e com os ganhos de eficiência oferecidos pela tecnologia aplicada à atividade-fim. Desde 2019, o objetivo é fazer com que os fiscais realizem suas atividades externas apenas com um tablet e fiquem dispensados de imprimir os relatórios de fiscalização.

De acordo com o superintendente do CRQ IV e conselheiro federal de Química Wagner Aparecido Contrera Lopes, além da questão ambiental, os elevados custos de impressão foram um argumento para convencer a diretoria do Regional a apostar no projeto. Ele chefiava a fiscalização na época e participou da elaboração do projeto.

“Apenas com cartuchos de impressora, gastávamos cerca de R$ 200 mil ao ano. Quando levamos esses números à diretoria, foi fácil obter o apoio”, relembra Contrera Lopes.

A fiscalização profissional na área da Química é uma atividade complexa. Os formulários possuem muitos campos e não havia um software no mercado que atendesse às necessidades. Em 2019, quando o projeto-piloto foi lançado, foi preciso desenvolver o software e adquirir os tablets. O CFQ, por meio de doação, custeou a compra dos equipamentos e o CRQ IV contratou um programador para desenvolver a ferramenta.

Os ganhos não se limitam à responsabilidade ambiental. Antes, era necessário aguardar o regresso do fiscal à sede para dar os devidos andamentos. Com o novo sistema, o ingresso dos dados coletados e o desenrolar das atividades acontece em tempo real. Além disso, o software é “inteligente” e permite que os processos sejam hierarquizados automaticamente: se antes era necessário manualmente separar aqueles que renderiam desdobramentos dos demais, agora ações de fiscalização em que foram identificados problemas aparecem instantaneamente destacadas.

“O processo de tomada de decisão é muito mais rápido agora”, comenta Contrera Lopes. Neste momento, 100% da fiscalização no Estado de São Paulo é feita por meio dos tablets e a nova tecnologia.

Além dos R$ 200 mil relativos a cartuchos de impressão, ao eliminar o uso de papel na fiscalização o CRQ IV evitou que fossem consumidas 360 mil folhas tamanho A4 ao ano.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/a-quimica-em-destaque-sistema-cfq-crqs-ganha-tres-premios-na-6a-conferencia-nacional-dos-conselhos-profissionais/

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