O CRQ IV, por meio da sua Comissão Técnica de Meio Ambiente, realizou na quinta-feira (22), o V Fórum Anual de Meio Ambiente.
O Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV), por meio da sua Comissão Técnica de Meio Ambiente, realizou na quinta-feira (22), o V Fórum Anual de Meio Ambiente. O evento teve por objetivo trazer informações atualizadas em relação às principais mudanças climáticas ocorridas e seus respectivos impactos na sociedade moderna, além de ações realizadas para o controle e a mitigação dos riscos causados pelas transformações ocorridas nos padrões de temperatura e clima.
Com o tema “Variabilidade Climática e seus Extremos: O Clima está Mudando?”, o doutor em Meteorologia e professor do Departamento de Ciências Atmosféricas em Dedicação Integral, na Universidade de São Paulo (USP), Tércio Ambrizzi, iniciou o evento dizendo que as variações solares e a rotação do planeta influenciam muito o clima.
“A distância Terra-Sol muda a cada 100 mil anos. Toda a vez que ela mudar, com certeza, vamos estar mudando o nosso clima. E não é só isso. O eixo da Terra tem uma inclinação de 23,5 graus e que define as estações do ano. A inclinação do eixo terrestre é extremamente importante e ela se altera a cada 41 mil anos, portanto, modificando as estações do ano. Então, você poderá ter verões mais longos ou mais curtos, e invernos mais longos ou curtos, e assim, sucessivamente. Já as variações solares se alteram a cada 21 mil anos”, acrescentou.
Para o especialista do clima e que também é coordenador do Grupo de Estudos do Clima – no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, os fenômenos naturais como as explosões vulcânicas também influenciam no clima do planeta. “O clima também pode ser alterado de uma forma natural”, completou.
Tércio Ambrizzi disse que a Ciência é a chave para as soluções climáticas. O uso excessivo dos recursos naturais, a falta de governança global, impactam no clima. “A mudança climática vai durar séculos, mas a perda de biodiversidades é para sempre.”
O meteorologista avaliou que as ondas de calor na Europa estão ficando mais intensas desde 2017, além de secas severas nos Estados Unidos e na Austrália, e até ciclones no sul do Brasil e eventos extremos de seca e chuvas. “Várias simulações de modelos mostram que devemos ter déficit de precipitação de chuvas no País e um aumento de temperatura. O Brasil já está se tornando uma área mais seca.”
Ambrizzi observou que as mudanças recentes no clima são generalizadas, rápidas e intensificadas e sem precedentes em pelo menos 6.500 anos. “A menos que haja reduções imediatas e em grande escala nas emissões de gases de efeito estufa, limitar o aquecimento a 1,5 graus celsius pode se tornar impossível”, alertou.
Segundo o especialista, a solução é reduzir a pegada ecológica com a descarbonização, preservação da biodiversidade, consumo sustentável, biotecnologia e capacitação humana.
A engenheira química Patricia Monteiro Montenegro e que possui mais de 25 anos de experiência nas áreas de Sustentabilidade e Meio Ambiente, falou sobre as principais rotas tecnológicas de descarbonização.
Para Patricia Montenegro, que foi membro por 12 anos na Iniciativa de Sustentabilidade do Cimento e Conselho Mundial para Desenvolvimento Sustentável em Genebra, o cenário para 2050 vai exigir esforços para tornar a vida sustentável para a humanidade e o planeta.
O setor de fabricação de cimentos vem contribuindo para a descarbonização desde 1990. Foi o primeiro setor a monitorar as emissões de CO2 em escala global e com uma redução de aproximadamente 20% das emissões nas três últimas décadas. “As principais alavancas foram a substituição de clínquer por cimentícios e utilização de combustíveis alternativos nos fornos de cimento”, garantiu.
Segundo a engenheira química, as metas até a próxima década são aumentar a substituição de clínquer, melhorar a eficiência na produção de concreto, reciclagem de resíduos e a tecnologia de captura, sequestro e estoque de carbono.
“Também até 2050, o hidrogênio verde será competitivo com os preços de gás natural no Brasil, China, Índia, Alemanha e Escandinávia. As principais barreiras ainda são os custos de transporte do produto, que é nove vezes menos denso do que o gás natural. Mas, o Brasil tem potencial para alcançar a tecnologia da captura e sequestro de carbono. “, afirmou Patricia Montenegro, no encerramento da explanação.
Assista o V Fórum de Meio Ambiente em https://www.youtube.com/watch?v=t3xoqwzgH2Q
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/v-forum-anual-de-meio-ambiente/
Fonte:
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