O Conselho Regional de Química da 4ª Região (CRQ IV) realizou, na noite desta terça-feira (27), mais uma edição do Projeto Inspiração, dessa vez, sobre a atuação dos químicos na área laboratorial. 

O objetivo desse Projeto é inspirar os jovens, com a participação de convidados da área da Química, que contam a sua trajetória profissional, os cursos complementares, expectativas de crescimento, diferenciais e setores que atuam. A intenção é instigar e despertar novos interesses. 

Com mais de 20 anos de experiência entre trabalhos no laboratório, atendimento ao cliente, organização de treinamentos, instrutora de treinamentos, palestrante, consultora e mentora, a química Andrea Moreira, formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi a primeira a dar o seu depoimento. 

Logo no início da live, Andrea Moreira fez questão de se apresentar como uma mulher negra cientista. “Faz toda diferença! Mulher e quem é negra cientista. Sabemos os desafios que este mundo nos reserva para mulheres, em específico”, reforçou. 

Para aqueles que estão ingressando na Química, a profissional aconselhou ter paixão pela atividade. 

Andréa começou sua trajetória em 1995 com o curso técnico em Química, pela Escola Técnica Oswaldo Cruz. “Na época, eu queria fazer Nutrição. Mas, comecei a fazer Química e me apaixonei”, disse.

Em 1997, fez estágio no Laboratório de Galvanoplastia. “Foi uma grande escola. Fiquei lá por três anos e tive meu primeiro contato com titulações, PH, densidade e as técnicas básicas.”

Especialista em Boas Práticas de Laboratório, Técnicas Analíticas Potenciométricas, Karl Fischer e Gestão de Pessoas, a química analisou que sua trajetória teve um divisor de águas, a partir do ano de 2013, quando foi trabalhar numa empresa que vendia instrumentação analítica. “Eu aprendi de verdade o que é densitometria. Foi aqui que me apaixonei pela técnica de titulação Karl Fischer”, pontuou.

Depois de todo este aprendizado, Andrea ainda concluiu uma pós-graduação em Gestão de Pessoas. “Eu faço cursinhos, fiz um curso maravilhoso em Responsabilidade Técnica, que eu recomendo. A área de laboratório é fantástica. Não faria nada diferente, concluiu.”

A carreira da cientista e empresária Stela Virgilio foi moldada por intercâmbios acadêmicos na Argentina e nos Estados Unidos. Graduada em Biotecnologia pela Universidade Federal de São Carlos e mestrado e doutorado “sanduíche” no estado norte-americano do Texas, Stela acabou abrindo uma startup, incubada no Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, onde atua como CEO da empresa.

Stela, que também é coordenadora da Comissão Técnica de Serviços de Laboratório, disse que sua trajetória profissional foi trilhada na docência, na parte empresarial e laboratorial.

 Como explicou a cientista, a Biotecnologia é a aplicação dos conhecimentos químicos e biológicos e de novas tecnologias nas áreas da Química, saúde, alimentos, veterinária, ambiental, controle de qualidade em processos industriais, pesquisa, e outros. “Eu queria algo multidisciplinar, e a biotecnologia é isso”, justificou. 

Ainda no início da graduação fez estágios em laboratórios, entre eles, no Instituto Agronômico de Campinas (IAC). “Eu iniciei os meus experimentos de bancada, preparação de reagentes e ganhei um prêmio no 56º Congresso em Genética”, contou. 

Em seguida, fez mestrado e doutorado no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara (SP).

Atualmente, atua num projeto do fungo Neurospora crassa, em parcerias internacionais e como supervisora técnico científico laboratorial. Os dados gerados nesta pesquisa foram publicados em inúmeras revistas especializadas. 

Ao encerrar seu testemunho, Stela recomendou aos participantes da live fazerem cursos complementares e diferenciais, além de idiomas e pós-graduação. “Não perca nenhuma oportunidade”, declarou. 

Bacharel em Química e mestre em Engenharia Ambiental, a cientista Bárbara Prestes de Castro possui 20 anos de experiência em laboratórios de análises químicas na prestação de serviços para diversas áreas da cadeia produtiva, como meio ambiente, higiene industrial, alimentação animal e petróleo & gás. “Quando criança eu era muito curiosa e sonhava ser cientista”, confidenciou a mãe da Camila e Júlia.

Bárbara entrou no curso técnico em Química em 1996. “Eu quero trabalhar na Petrobras. E bati na porta de pesquisa da empresa, e em 1998 entrei para o Centro de Pesquisa da Petrobras, trabalhando no Laboratório de Métodos Especiais de Análises”, contou. 

Após o estágio ainda ficou na Petrobrás até 2002. A partir daí, foi trabalhar num laboratório privado de análises ambientais e alimentos até chegar em 2010 como coordenadora do laboratório. “O químico tem várias possibilidades e atribuições num laboratório”, completou a profissional. 

Logo após, foi trabalhar como pesquisadora em espectrometria de massas com colegas da Biologia. 

Atualmente, mora em São Paulo trabalhando com pesquisa e desenvolvimento e gerente de laboratório. “Existe uma infinidade de ambientes que são propícios para trabalharmos”, finalizou a química.

Assista à live completa em https://www.youtube.com/watch?v=fLduxDBT4BU

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/projeto-inspiracao-traz-a-experiencia-de-quimicos-na-area-laboratorial/

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