No dia de encerramento da Rio Oil & Gas, o destaque nas discussões do Congresso ficaram por conta de questões relativas ao “Downstream”.
No dia de encerramento da Rio Oil & Gas, o destaque nas discussões do Congresso ficaram por conta de questões relativas ao “Downstream”, ou seja, a parte da cadeia produtiva do petróleo que lida com a temática da distribuição e do consumidor final. Um player importante desse mercado é a China, e esse foi o tema da apresentação que teve como título “O impacto global dos megacomplexos de refino-petroquímico chineses na indústria de downstream,”, apresentado por Luiz Adolfo Pereira Beckstein, da Petrobras.
Ele fez uma apresentação dando conta da visão da China sobre a transição energética e do quanto as peculiaridades do país asiático oferecem a eles vantagens competitivas.
“A China trabalha com planos quinquenais e esses planos consideram que o óleo e o gás terão importância para o mundo mesmo em 2050”, afirmou Beckstein, enfatizando a data estabelecida pelo Acordo de Paris para a redução drástica das emissões de carbono.
A conta chinesa, porém, prevê uma série de mudanças comportamentais das sociedades que alterarão a demanda por combustíveis fósseis. O palestrante levou em consideração dois pontos decisivos nesse sentido: a eletrificação da frota de carros, especialmente nos países desenvolvidos, e a transformação oferecida pelo teletrabalho – estimativas atuais calculam que 50% da mão de obra no primeiro mundo pode atuar à distância tranquilamente, o que por si só causará um impacto tremendo no mercado de energia.
“No passado, a nossa geração, tinha a propriedade de um veículo como algo distintivo, que oferecia status. O que temos visto é que essa visão está ficando para trás. Há muita gente optando por soluções via aplicativo, não apenas como o Uber, mas nos países avançados já há sistemas de compartilhamento de veículos nos moldes das bicicletas que temos nas grandes cidades do Brasil”, afirmou Beckstein.
O fato de a China não ser exatamente uma economia de mercado oferece outras facilidades ao país oriental. E ele acredita que a condução da transição energética pelo gigante asiático será marcadamente influenciada por essa característica.
“A China conta com uma escala própria para desenvolver seus projetos, pelo tamanho de sua população. Além disso, eles oferecem custo de capital em muitos casos até negativo. Isso é empregado para projetos que eles consideram estrategicos”, afirma o especialista.
“Esses megacomplexos vão mudar a dinâmica do downstream. O novo mundo que virá trará mudanças e isso vai impactar a dinâmica de preços, é para isso que os complexos chineses na área de refino-petroquímico estão mais preparados. Não tenho dúvida de que a China vai estar entre os principais players considerada a estrutura de custos. A gente vai ter um mundo muito diferente. A gente fala de demandas mas esquece de falar dos preços”, concluiu.
Sistema CFQ/CRQs na Rio Oil & Gas
O Sistema CFQ/CRQs participa da Rio Oil & Gas 2022 na condição de expositor, com um estande compartilhado entre o Conselho Federal de Química (CFQ) e o Conselho Regional de Química da 3ª Região (CRQ III – Rio de Janeiro).
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/rio-oil-gas-dinamica-chinesa-e-impacto-dos-complexos-de-refino-petroquimico-podem-mudar-mercado/
Fonte:
Conselho Regional de Química 2ª Região
Minas Gerais
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(31) 3279-9800 / (31) 3279-9801