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Universidade no RJ desenvolve método para detectar presença de agrotóxico em rios

Um estudo desenvolvido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) pretende detectar presença de agrotóxico em rios de forma mais rápida.

A técnica, liderada pelo Profissional da Química, professor e pesquisador Jefferson Santos de Gois e conduzido pela aluna de doutorado em Engenharia química Luciana Resende Marcelo, utiliza propriedades magnéticas para separar pesticida da amostra de água. A metodologia é considerada uma vantagem em relação a métodos convencionais, como uso de centrífugas ou sistemas de filtração, por utilizar menos material e em um curto período.

Segundo o professor, um dos maiores problemas hoje é a detecção de concentração a nível ultratraço. “Apesar de já existirem métodos de pré-concentração, a maioria envolve diversas etapas analíticas que tornam o método demorado, necessitam de muitos reagentes e solventes e são capazes de processar apenas poucas amostras por intervalo de tempo. Além disso, precisam de experiência do analista, pois são técnicas bastante laboriosas”, lamenta.

“Desta forma, vimos uma oportunidade nos novos materiais com propriedades diferenciadas, em que existe uma grande gama de materiais avançados que podem ser utilizados para o desenvolvimento de métodos e técnicas analíticas, simplificando e barateando todo o procedimento de análise”, completa Gois.

Ele garante que a metodologia conduzida por ele possibilita a detecção de concentrações muito baixas de agrotóxicos, que poderiam passar despercebidas em outros métodos, de maneira mais rápida e barata.

“Com a utilização de materiais magnéticos utilizando óxido de grafeno, conseguimos obter uma ótima ferramenta analítica para adsorção destes agrotóxicos, separação e pré-concentração de maneira muito simples e com alto poder de detecção”, celebra.

Etapas
A primeira fase do projeto, de acordo com ele, foi a produção e caracterização do material adsorvente, que também pode ser obtido comercialmente dependendo do material.

Com a ajuda de uma professora da instituição, sintetizaram o material e baratearam ainda mais o processo. “Tendo o material, seja ele comercial ou sintetizado, o procedimento desenvolvido é fácil. Basta separar uma alíquota da amostra, adicionar uma quantidade de material, ajustar o pH e deixar em agitação. Após a agitação, separa-se o material com um imã para eluição dos agrotóxicos e introdução na técnica analítica escolhida”, resume.

Gois acredita, ainda, que esse projeto pode ajudar alunos da área a expandir mais as linhas de pesquisa dentro da Química.

“Eu sempre falo para os alunos que trabalham nesta linha de pesquisas que eles terão uma formação muito abrangente na carreira deles. A síntese inorgânica, caracterização Química, Quimiometria, conhecimento na técnica de detecção, desenvolvimento e validação de métodos analíticos, planejamento de amostragem em Química Ambiental, trabalho de campo e tratamento estatístico dos resultados obtidos são rotineiros para estes alunos. Logo, é um projeto bem abrangente que regularmente envolve reuniões com professores de diferentes áreas da Química”, destaca.

Próximos passos
O professor e pesquisador da UERJ adianta quais os próximos passos para continuar a metodologia. “Estamos expandindo nossos estudos para diferentes materiais, com diferentes finalidades. Temos, também, expandido nossas pesquisas para avaliação ambiental, em que os métodos que desenvolvemos são aplicados para avaliar a qualidade de água, alimentos e ar em diferentes localidades e cidades. Acredito que esta etapa traz um resultado imediato para a sociedade sobre questões de poluição, que precisam ser discutidas e entendidas”, defende.

Jefferson de Gois é graduado em Química e Química Tecnológica pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), com mestrado em Química Analítica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), doutorado em Ciências: Química pela Universidade de Gante (Bélgica) e pós-doutorado em espectrometria atômica pela UFSC.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/universidade-no-rj-desenvolve-metodo-para-detectar-presenca-de-agrotoxico-em-rios/

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