Setor químico deve encerrar o ano com faturamento de US$ 187 bilhões e déficit de US$ 64,8 bilhões
André Passos Cordeiro, Presidente-Executivo da Abiquim; (sentados) Deputado Federal Afonso Motta (PDT-RS), presidente da Frente Parlamentar da Química (FPQ) e Juliana Durazzo Marra, presidente do Instituto de Desenvolvimento da Química (IDQ)
Foto: Divulgação/Abiquim
No dia 12 de dezembro de 2022, mais de 400 pessoas estiveram presentes ao 27º Encontro Anual da Indústria Química, realizado no formato híbrido - com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube da entidade e presencial no Novotel Center Norte - em São Paulo.
O presidente-executivo da entidade, André Passos Cordeiro, anunciou que em decorrência do planejamento estratégico realizado em 2022, a Abiquim revisou seu propósito de existência, “que passa a ser: fomentar a competitividade, investimento e crescimento da indústria química no Brasil, com ênfase em ESG, matriz energética, cadeia de suprimentos e inovação.” Ele explicou que a Abiquim passa a atuar em um novo modelo de trabalho, organizado em nove temas: Prosperidade e Competitividade; Sustentabilidade; Relações Externas; Segurança, Saúde e Meio-Ambiente; Energia e Matérias-Primas; Logística e Infraestrutura; Assuntos Regulatórios, Economia Circular; e Comércio Exterior.
“Foi um ano intenso, em que agimos em várias frentes para assegurar o desenvolvimento da indústria química”, declarou. Números apresentados mostram que o setor terá um faturamento em 2022 da ordem de US$ 187 bilhões. Ainda assim, em decorrência do crescimento continuado das importações, o déficit comercial será recorde, em torno de US$ 64,8 bilhões.
Na visão do presidente do Conselho Diretor da Abiquim, João Parolin, o novo planejamento dará mais foco às atividades da associação: “Na prática, a Abiquim fica mais focada, com uma agenda muito clara e uma estrutura voltada ao cumprimento dessa agenda”, afirmou. “Nossa missão é fazer o possível para que o Brasil ganhe competitividade o quanto antes, mas isso não depende apenas da indústria.”
Para o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a busca por competitividade da indústria passa necessariamente pela reforma tributária e pelo corte de despesas públicas. “Não há dúvida que a indústria brasileira precisa ser mais competitiva, mas para isso é necessário primeiro uma reforma tributária bem-feita, segundo cortar despesas públicas, e aí sim diminuir a carga tributária para dar mais competitividade à indústria. Com a nossa carga tributária, que é uma das maiores do mundo, não tem como a indústria ser competitiva internacionalmente”, assinalou.
Além de Meirelles, o ENAIQ 2022 contou com a participação do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS), presidente da Frente Parlamentar da Química (FPQ); Juliana Durazzo Marra, presidente do Instituto de Desenvolvimento da Química (IDQ); Eduardo Leite, governador eleito do Rio Grande do Sul; senador Jean Paul Prates (PT-RN) como representante do gabinete de transição; Jorge Lima, representante do gabinete de transição do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas; Marcelo Menezes, representante do governo estadual de Sergipe; e Paulo Guimarães, representante do gabinete de transição do governador eleito da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
O primeiro painel do evento, cujo tema foi ‘A Missão Gás Natural’, teve a presença de Gesner Oliveira, economista; Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura; Alessandro Gardemann, presidente da Abiogás – Associação Brasileira do Biogás; Cynthia Silveira, diretora-presidente da TGB – Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A; Augusto Salomon, presidente da Abegás – Associação Brasileira das Distribuidoras de Gás Canalizado; e Daniel Hubner, vice-presidente sênior da Yara.
A Visão dos CEOs as Perspectivas do Brasil e a Visão da Indústria foi o foco do segundo painel. Participaram da mesa redonda: Manfredo Rübens, presidente da BASF para América do Sul; Roberto Simões, presidente da BRASKEM; Daniela Manique, CEO da Rhodia-Solvay para América Latina; Roberto Noronha, CEO da UNIGEL; e Maurício Russomanno, CEO da UNIPAR. Na moderação dos dois painéis, o economista Paulo Gala.
Outro destaque do evento foi a apresentação ‘Agenda da Indústria Química do futuro: Missões para a Indústria Química no Brasil "Environmental Social and Governance (ESG) Made in Brazil". João Parolin, presidente da Oxiteno e presidente do Conselho Diretor da ABIQUIM destacou a importância/relevância do setor, relacionando as quatro missões: Gás Natural, Bioprodutos, Energias Renováveis e Saneamento.
Premiações
Durante o evento, foram anunciados os vencedores do Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia:
Na categoria start-up, a vencedora foi a Polynano com o projeto “NANOSOLO - Compósitos Poliméricos Nano Estruturados para Estabilização de Solos, Pavimentação e Reparo de Vias” da pesquisadora Daiana Kotra Deda Nogueira.
Na categoria empresa, a vencedora foi a Oxiteno com o projeto “Solvente verde 100% natural e prontamente biodegradável, seguro para saúde humana e meio ambiente aplicado para limpeza industrial e institucional”. O responsável pelo trabalho foi Silmar Balsamo Barrios, que coordenou a equipe formada por André Oliva de Palma, gerente; Husley Jinnah Morales Guzman, pesquisador Sr.; Júlia da Silveira Carvalho Ripper, Analista Pl.; Juliana Salvini Seabra, gerente; Rafael Augusto Caldato, Pesquisador Sr.; e Raquel da Silva, pesquisadora especialista.
Na categoria Pesquisador, o vencedor foi Thenner Silva Rodrigues, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) como principal responsável pelo projeto “Células solares plasmônicas: geração de energia limpa e renovável com o uso de nanopartículas metálicas”. Fazem parte da sua equipe: José Carlos Costa da Silva Pinto, professor do Programa de Engenharia Química da UFRJ; Jean-Michel Nunzi, Professor da Queens University no Canada; Lucas Viana da Costa, aluno de mestrado do Programa de Engenharia da Nanotecnologia da UFRJ; Felipe Anchieta e Silva, aluno de doutorado do Programa de Engenharia da Nanotecnologia da UFRJ; e Renan da Silva Pereira Santos, aluno de iniciação científica da URFJ.
Os alunos brasileiros vencedores das Olimpíadas de Química também foram apresentados.
Alinhada às demandas de governança ambiental, social e corporativa e ao compromisso com a sustentabilidade, a 27ª edição do ENAIQ ganhou o Selo Evento Neutro, por quantificar e compensar as suas emissões de CO2, com apoio ao Projeto Usina Hidrelétrica Salto Pilão, uma iniciativa ambiental auditada, certificada e importante fonte de energia renovável do país. O ENAIQ 2022 também aderiu ao movimento Sou Resíduo Zero, recebendo o selo de distinção pela destinação correta dos resíduos recicláveis e orgânicos que foram gerados durante o Encontro, evitando, portanto, o descarte em aterros sanitários.
O encontro teve como patrocinadores as empresas Ambipar, Basf, Braskem, Cesari, Clariant, Comgás, Commit, Deten, Dow, Elekeiroz, Indorama, Innova, Kearney, Oxiteno, Petrom, Rhodia Solvay, Unigel, Unipar, White Martins e Yara.
Para ter acesso ao livreto ‘Desempenho da Indústria Química Brasileira 2021’, clique aqui
O 27º ENAIQ pode ser assistido na íntegra (acesse aqui) no canal da Abiquim no YouTube
A cobertura completa do evento será divulgada em breve em um newsletter especial no site da ABIQUIM.
Fonte: https://abiquim.org.br/comunicacao/noticia/10528
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