O Sistema CFQ/CRQs marcou presença no 27º Encontro Anual da Indústria Química (ENAIQ), evento promovido pela ABIQUIM em São Paulo.
Os organizadores promoveram uma série de painéis – tendo como temas principais o gás natural, projeções para o futuro da indústria química brasileira e iniciativas de ESG.
Na abertura, o diretor-executivo da Abiquim, André Passos, trouxe números do setor e falou do rearranjo organizacional e de propósito ocorrido na associação. Em 2022, a Abiquim realizou um planejamento estratégico que apontou as novas diretrizes.
“Nosso novo propósito passa a ser: fomentar a competitividade, investimento e crescimento da indústria química no Brasil, com ênfase em ESG, matriz energética, cadeia de suprimentos e inovação. Nesse novo modelo de trabalho, atuaremos de forma organizada em nove temas, Prosperidade e Competitividade; Sustentabilidade; Relações Externas; Segurança, Saúde e Meio-Ambiente; Energia e Matérias-Primas; Logística e Infraestrutura; Assuntos Regulatórios, Economia Circular; e Comércio Exterior” afirmou Passos.
Ele apresentou ainda os números da indústria química em 2022:
“O setor terá, no fechamento de 2022, um faturamento da ordem de US$ 187 bilhões. Ainda assim, em decorrência do crescimento continuado das importações, o déficit comercial será recorde, em torno de US$ 64,8 bilhões”, concluiu.
Em seguida, a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) e do Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química (IDQ), Juliana Marra, falou da nova estrutura, destinada, entre outros propósitos, a fornecer estudos e sugerir ações para a Frente Parlamentar da Indústria Química do Congresso Nacional.
“A Frente Parlamentar é uma oportunidade para pautar as prioridades dessa cadeia industrial, o financiamento da produção, infraestrutura e logística, rotas alternativas para escoamento, reforma tributária, a instituição do IVA e política industrial”, destacou Juliana.
O atual presidente da Frente Parlamentar, o deputado federal Afonso Motta (PDT-RS), apontou para a importância de que o setor produtivo marque presença junto ao parlamento, fazendo valer suas posições.
“Nosso trabalho precisa de uma efetividade maior dos empreendedores. Esses 513 votos na Câmara dos Deputados e 81 no Senado são sensíveis a uma relação de maior intimidade em cada um dos Estados. Poderíamos aproveitar este momento de conjuntura diferenciada e ampliar esses vínculos, em cada um dos Estados”, sugeriu Motta.
No painel seguinte, tomaram lugar os debatedores que tratam das possibilidades (e entraves) relativos ao uso em maior escala do gás natural na indústria. Questões tributárias, de viabilidade econômica e de segurança energética vieram à tona, com especial destaque para a reinjeção do gás nos poços em um nível muito superior ao observado nos países desenvolvidos. O economista Gesner Oliveira apresentou três considerações sobre o gás no Brasil:
“Precisamos ter isso em mente, a internalização de parcela excedente do gás natural atualmente injetado reduziria o preço do produto, geraria 2,8 milhões de empregos e quase R$ 9 bilhões de arrecadação”, afirmou o economista.
Em seguida, uma das grandes atrações do evento foi a palestra do ex-ministro da Economia Henrique Meirelles, que fez uma análise de conjuntura econômica com vistas ao governo que se inicia em janeiro.
“Não há dúvida que a indústria brasileira precisa ser mais competitiva, mas para isso é necessário primeiro uma reforma tributária bem-feita, segundo cortar despesas públicas, e aí sim diminuir a carga tributária para dar mais competitividade à indústria”, resumiu o ex-ministro, ao falar sobre as necessidades do setor industrial para o seu desenvolvimento diante do novo governo.
No bloco seguinte de debates, foi a vez de CEOs de grandes empresas da indústria química trazerem seus testemunhos sobre as questões de ESG em suas organizações. Um exemplo foi a manifestação de Daniela Manique, CEO da Rhodia-Solvay para América Latina.
A química tem muito a oferecer e a química verde tem sido uma tônica. A Rhodia tem 103 anos no Brasil, fomos pioneiros no uso industrial do etanol, hoje somos o segundo maior consumidor do produto industrialmente. Nossa neutralidade (de carbono) não ocorrerá em 2050, será em 2030”, afirma Monique.
No bloco final do ENAIQ, houve espaço para representantes políticos convidados. Entre os que falaram, o senador Jean Paul Prates (PT), pelo grupo de transição para o novo governo, Jorge Lima, representante do governador eleito de São Paulo, Eduardo Leite, governador eleito do Rio Grande do Sul e Paulo Guimarães, representante do gabinete de transição do governador Jerônimo Rodrigues (BA).
Por fim, foram entregues os prêmios aos vencedores do Prêmio Kurt Pulitzer de Tecnologia de 2022 e promovida uma homenagem aos vencedores das Olimpíadas da Química.
O Sistema CFQ/CRQs esteve representado no evento pelos presidentes de CRQs Wagner Pederzolli (CRQ II-MG), Rafael Almada (CRQ III-RJ), Hans Viertler (CRQ IV-SP) e Raquel Lima (CRQ XIX-PB) e pelos conselheiros federais Jonas Comin, Wilson Botter, Rodrigo Moura, Ubiracir Lima e Franksteffen Maia. Estiveram no ENAIQ ainda a Chefe de Gabinete do CFQ, Fabi Gadelha, o assessor de RIG, Antônio Lannes, o Chefe da Assessoria Jurídica, Leandro Coelho, a Chefe da Assessoria de Comunicação Jordana Saldanha e a analista da Ascom Raquel Gomide.
Fonte: https://cfq.org.br/noticia/encontro-da-industria-quimica-em-sao-paulo-aponta-caminhos-para-setor-e-apresenta-resultados-de-2022/
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